sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

O ano que mudou tudo

2010 foi muito importante. Foi quando nós te desejamos e descobrimos que você estava a caminho. E aí começamos a preparação para sua chegada. Mas foi em 2011 que você chegou. E foi quando eu descobri que nunca estaria preparada para tudo o que viria.
Viria uma família, uma mãe e um pai nascendo. Viria a coragem para questionar alguns padrões, a busca por informações e a humildade de muitas vezes não saber o que fazer, mas enfrentar assim mesmo. Viria um marido que se encontrou na paternidade e virou um baita companheiro e pai. Viria o maior amor do mundo, daqueles que dá falta de ar e embrulha o estômago só de imaginar algo de ruim acontecendo.
Em 2011 eu me descobri mulher. Mulher fêmea, que gera, gesta, pare, amamenta, cria, cuida. Me peguei cheia de dúvidas, pensando em coisas que nunca pensaria, sentindo coisas que nunca sentiria. Me vi cercada de pessoas que pensam parecido, que me acolheram, me mostraram caminhos, me deram força para tomar minhas próprias decisões. E, em 2011, me percebi capaz.
Feliz ano novo, filha amada. Que em 2012 e em todos os próximos anos você continue me mostrando a vida e me ensinando a viver. Não se sinta pressionada, pois essa não é sua função ou sua obrigação. Mas saiba que isso é, simplesmente, a consequência da sua existência.

Os conceitos enraizados

Nos últimos dias, que estava um calor infernal, a Ju andava bem inapetente. Estava comendo bem frutas, sucos, gelatina, iogurte e teta, mas a comida que é bom, nada. Muito provavelmente era culpa do calor, ela sofre que nem eu (odeio verão), não conseguia dormir nem comer direito. E pode até ser que tivesse alguma coisa junto, tipo um dente ou uma crise ou whatever.
O engraçado é que, mesmo sabendo que não tem problema algum, que a criança sabe do que precisa, que não vai ficar com fome tendo comida à disposição, que o leite materno é a principal fonte de nutrientes nesse primeiro ano de vida e blablablabla, eu não podia deixar de ficar frustrada. Porque ela talvez não gostasse da minha comida, porque eu estava tendo que fazer e jogar fora, porque ela não chegava no fundo do pratinho, porque ela recusava.
E aí eu acabava soltando uns 'come só um pouquinho pra mamãe, por favor', 'eu fiz a comida com tanto amor e você recusa' ou até uns 'não vai comer DE NOVO, Julia?'. E me via insistindo e oferecendo algumas vezes depois da recusa 'só para ter certeza'. Nitidamente ela aceitava meio que a contragosto.
Engraçado como alguns comportamentos são difíceis demais de mudar. A gente sabe a teoria, concorda com ela e jura que vai ser assim, mas na prática precisa ainda de muito treino.

And the Oscar goes to...

Jujuba aprendeu a chorar de mentira. Fica fazendo charminho. Eu mereço, né? Que que eu faço? Esquento a bunda dela? HAHAHAHA!

Juntos chegaremos lá

Hoje a Ju oficialmente começou a engatinhar. Ontem eu e o Fabio vimos ela ir para frente, mas foi meio rápido e em um espacinho meio pequeno demais, mas hoje deu para ter certeza absoluta de que foi mesmo uma engatinhada. Ela ainda engatinha como uma aprendiz, mas sei que daqui a pouco vai estar expert nessa nova habilidade.
É engraçado como o engatinhar mostrou um monte de coisas para mim. Primeiro o quanto eu sou afobada. O quanto tenho dificuldade em respeitar de verdade o tempo dela. Eu não forcei nem nada, não tentei eu mesma ensinar como faz, nem dei sinais de que estava brava ou chateada porque ela não estava ainda engatinhando. Eu não fiquei brava ou chateada, longe disso. Mas me vi várias (váaaaaaaaaaasias) vezes comparando a Ju com outros bebês. E sempre com aqueles que começaram a engatinhar antes dela, que começaram a andar super cedo, que são super enérgicos e fazem coisas que ela não faz. E pra que, né? Totalmente inútil.
Além disso, consegui perceber o quanto ela é cautelosa. TUDO que ela faz, todos os seus movimentos são pensados e analisados (dentro da realidade de um bebê, é claro). Se ela bate a cabeça em alguma coisa, passa os minutos seguintes checando se essa coisa ainda está ali e a qual distância, batendo a cabeça devagar para ver se dói, se movimentando devagarzinho perto da tal coisa. Fiquei impressionada, até.
E também consegui perceber como ela lida com as frustrações. Primeiro vi o quanto ela se sente ofendida e magoada quando alguém vem ensinar alguma coisa meio à força, meio imposto. O dia que o marido da Evellyn tentou mostrar para ela como fazer para engatinhar, pegando os joelhinhos e mãozinhas e fazendo o movimento, foi incrível. Ela chorou MUITO, toda sentida. Eu até achei que fosse porque ela não conhece o Guilherme direito, mas o Fabio disse que já tinha tentando uma vez fazer isso e que a reação foi a mesma. Absolutamente idêntica a mim, né? Depois percebi o jeito dela reagir quando não consegue alguma coisa. Ela chora, desiste rápido, fica chateada. Não fica revoltada (não muito), não dá escândalos raivosos, mas se chateia. Realmente é uma criança sensível, que eu vou ter que aprender a lidar.
Agora o negócio é ajeitar a casa para ter um bebê engatinhante.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Balanço do primeiro natal da Ju

Eu já estava apreensiva uns 3 dias antes do natal, pois sabia que a festa é cheia de gente, movimentada, de noite, e que a Ju não está acostumada com nada disso. Já imaginava alguém insinuando que eu deveria dar comida da ceia ou refrigerante para ela, deixá-la acordada até tarde no meio da zona ou passar de colo em colo com a desculpa do "Mas é natal. Coitada da menina". Resumindo, coisas de mãe neurótica.
Eu e o Fabio passamos o dia 24 todo explicando para ela que aquele era um dia de festa, que todo mundo ia querer ficar perto dela porque ela é muito amada mas que, quando ela ficasse cansada ou assustada, era para nos mostrar que a gente trataria de defendê-la. E assim fomos para a ceia de natal na casa dos meus sogros.
Ela chegou lá dormindo (pois estava no horário de dormir mesmo e uma volta de carro é tiro e queda). Foi direto para o quarto no andar de cima e nós ficamos curtindo a festa e dando sempre uma escapadinha para espiá-la. Por volta das 21h ela acordou, como faz em casa, e foi prontamente atendida, como fazemos em casa. Eu e o Fabio estavamos muito espertos e já corri para o quarto ao menor sinal de movimento. Dei teta, como sempre faço, mas o lugar diferente e o barulho do andar de baixo aguçaram a curiosidade da pequena, que se recusou a dormir. A safada começou a dançar no meu colo, no quarto escuro. Bom, então vamos pra festa, né?
Desci com ela, mas ficamos num canto, até ela se acostumar. A cara de sono era explícita! Todo mundo vinha aos poucos falar um oi e dar um aperto, até que ela foi se familiarizando e, depois de um tempo, estava passeando pela festa e brincando com os primos. Foi muito pouco para o colo de outras pessoas, isso ela não aceitava muito e a gente não forçava. Todo mundo que queria pegá-la no colo fazia isso, mas assim que ela se sentia incomodada e reclamava, eu ou o fabio pegávamos de volta sem nenhuma cerimônia. E muito das brincadeiras e bagunças ocorriam com ela no nosso colo mesmo.
Lá pelas 23h eu senti que o sono dela estava forte, fui de novo no quarto escuro dar teta e de novo ela me driblou. Apesar de estar passada, não quis saber de sair da bagunça. Então pedi para adiantarmos um pouco a troca de presentes. O amigo secreto foi hilário (como sempre) e depois o restante dos pacotes começou a ser distribuído.
Como era de se esperar, as crianças foram inundadas de pacotes. As maiores já rasgavam os embrulhos, empolgadíssimas, enquanto a Ju ia recebendo os dela no meu colo. E, conforme a pilha ia aumentando e ela ia sendo abordada por alguém diferente a cada 3 minutos, a coitadinha foi ficando meio em pânico, olhava para mim e soltava um barulhinho de medo, enfiava a cara no meu peito. Fui driblando, tentando não deixar ela ficar muito assustada e chorar, mas também sem ser chata com a família que estava celebrando. Depois que os pacotes acabaram, o Fabio foi guardar tudo no carro, subiu para trocá-la enquanto eu comia a sobremesa (não vou embora sem meu doce) e fomos embora.
Obviamente a pequena capotou no carro. Chegamos em casa por volta da 1h da manhã, assistimos um pouco de TV e também dormimos. Não tenho certeza absoluta da quantidade, mas lembro de pelo menos 4 vezes que a Ju acordou durante a madrugada. Acordou querendo colo, aconchego, nem era fome. E quando deu 7h30 da manhã já estava acordada de vez.
Passamos o dia 25 na casa da minha mãe, outro excesso de estímulos, pessoas, coisas e locais diferentes. Até tentamos manter um pouco da rotina dela, mas não tivemos lá muito sucesso. Ela não dormiu tanto na soneca da tarde, almoçou bem fora do horário, acabou dormindo no carro na volta e acordou fora do horário da janta. Passou o dia chorosa, só querendo saber de colo de pai e mãe, apesar de se divertir bastante com os avós e tios. Sei lá, a gente percebe quando ela está diferente.
Resolvemos começar a recuperar a bagunça quando ela acordou, umas 19h, pois estávamos só os 3 e na nossa casa. Juju tomou um banhão refrescante com o pai e mamou bastante. Aí ficou no quarto escurinho, brincando sem brinquedos ou muita bagunça. Aí foi cansando, cansando, cansando. E lutando, lutando, lutando. Acabou dormindo umas 21h30, enquanto rolava pela cama.
E dormiu até as 6h da manhã. Primeira vez EVER que dormiu a noite toda sem intervalo para mamar. De tão cansada que estava. Mamou e voltou a dormir, acordando pouco depois das 8h. Aí mantivemos a rotina e os estímulos controlados. Continuou chorosa e carente durante a manhã e as 10h30 estava dormindo de novo. Foi até 12h30. Não quis almoçar, só teta, brincou um pouco e 2h30 estava lá, dormindo de novo. Agora são 15h10 e a soneca continua. Vamos ver até onde vai. Espero que ela recupere o soninho que foi perdido.
É tão complicado equilibrar a data especial, a empolgação de todos, o direito da família de curtir a bebê e as necessidades dela. Querendo ou não, a Ju não tem idéia do que é natal e, sinceramente, não faz a menor diferença. Ela só quer saber de ter sua rotininha respeitada. Mas ao mesmo tempo a gente não pode se isolar do mundo, proteger a menina de tudo. Afinal, mudanças de rotina acontecem as vezes, a data é importante para todos e querendo ou não era o primeiro com ela. Eu tenho que virar a mãe que protege a filha o suficiente para não agredi-la, mas também não ser a nora, a cunhada ou a filha chata e frescurenta. Sei que um dia ela vai curtir o natal, as tardes na casa das avós, as festas de aniversário. Mas tudo tem seu tempo.
Só sei que o Fabio já falou que não quer fazer isso com ela de novo tão cedo. A virada de ano novo vai ser em casa, acalmando Juju e Bonnie dos sustos com as porras dos fogos de artifício. E eu agradeço todos os dias pelo aniversário de um ano cair num domingo e permitir que a festa seja de tarde.

sábado, 17 de dezembro de 2011

É tão complicado ver o povo envolvido com a humanização brigando entre si e discutindo por coisas pequenas ao invés de se concentrar na causa que, querendo ou não, é o motivo real de tudo isso. Mas também é complicado pensar que, só porque a causa é nobre, todos os profissionais envolvidos também são e, por isso, não se pode reclamar deles. Em qualquer negócio (e a humanização é um negócio - o que não é uma coisa ruim) existem profissionais de estilos diferentes de trabalho e clientes de estilos diferentes de compra. Ou seja, tem mercado para todo mundo. E as pessoas vão discordar da forma que se trabalha: se deve ou não acompanhar cesárea eletiva, se deve ou não permitir muita gente no parto, se deve ou não ter produtos atrelados ao serviço, se deve ou não dar desconto financeiro, se deve ou não atender em feriados, se deve ou não fazer diversas coisas. E essa diferenciação é saudável, pensando que vai ter profissional para todo tipo de cliente e que as discussões ajudam a enriquecer o movimento. Mas também existem, como em qualquer tipo de negócio, picaretas, mercenários, concorrência desleal. Não dá para achar que porque é humanizado é santo. Profissional ruim existe em qualquer mercado, inclusive nesse.

Pessoalmente eu tive experiências extremamente positivas: GO e neonatologista que cuidaram de mim e da Ju como ninguém, não impuseram forma de pagamento, e doula que me acompanhou a gestação toda, deu vários descontos e virou uma super amiga. E também tive experiências super negativas: gente do meio usando meu parto 'controverso' para difamar a equipe que me acompanhou e tirar clientes delas e doula que me vendeu um serviço que não tinha qualificação para entregar para, no meu ponto de vista, não perder o dinheiro.

Não estou falando sobre bafafá da vez, a doula dos kits e a outra reclamando. Até compartilhei o tal texto no Facebook, mas depois me arrependi de ter feito isso sem ter conhecimento do caso. Não sei do que estão falando o suficiente para opinar. Não trabalho nem estou envolvida com a humanização o suficiente para conhecer casos, pessoas e condutas de uma forma aprofundada e conseguir enxergar todos os pontos de vista e defender o meu.

Mas posso ter uma reles opinião de consumidora. E as minhas experiências pessoais com profissionais humanizados me fizeram ver que até nesse mundo existe todo tipo de conduta profissional.

Meu medo é que essa parcela de trabalhadores, por já serem tão perseguidos pela sociedade, colegas e organizações de classe, se tornem tão fechados ao ponto de não se permitirem serem questionados.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Põe essa menina no berço, mãe - noite 3

Ontem a Ju chegou dormindo do berçário. Fomos buscar ela mais tarde e a coitadinha dormiu no carro. Em casa não demorou muito para acordar chorando, mas acalmou na teta e voltou a dormir. Foi direto para o berço.
Daí para frente ela dava umas acordadinhas assustada, chorando, mas não chegava a despertar. Virava de lado, abraçava o travesseiro e voltava a dormir, as vezes com ajuda da chupeta. Ficou assim por umas 2 horas, mas sem acordar de verdade. Não sei qual era o problema, talvez algum pesadelo (se é que ela já tem isso) ou saudade de um corpo do lado... Uma das vezes dei teta e ela pareceu ficar mais tranquila.
E aí acalmou. E eu, cansada, fui para minha cama. Ela acordou por volta das 1h30 e eu, impressionantemente, acordei instantaneamente. Tanto que nem deu tempo de ela realmente berrar e despertar totalmente. Teta e berço. A mesma coisa aconteceu, se não me engano, as 6h00 da manhã. Realmente não lembro de ter tido outra acordada entre essas duas (zumbi é foda). Coloquei no berço, voltei para a minha cama e cochilei. Alguns minutos depois, ouvi que ela estava brincando sozinha no berço. Dei um tempinho e fui lá, falar bom dia.
É, ela parece estar bem. Eu simplesmente não sei dizer se estou fazendo mal para ela sem perceber, mas não aceito acreditar que não perceberia se realmente estivesse. A saudade é grande, mas acho que vou passar a usar a CC como uma das nossas opções. Quando ela estiver em crise, em pico de crescimento, doentinha, com saudade... Ou quando eu ou o Fabio estivermos com saudades e vontade de ter ela com a gente. Talvez no inverno a gente use com mais frequência, para ficar todo mundo junto e quentinho.
Talvez eu tenha acordado com muita facilidade durante a noite quando ela solicitou por ser a primeira noite longe e por estar muito atenta. Pode ser que, com a confiança e a 'prática', eu relaxe um pouco mais, durma mais pesado e demore mais para atendê-la. Mas também acho que não vai acontecer isso. Sempre ouço mães dizendo que o mundo pode acabar enquanto elas estão dormindo, mas se o filho respirar diferente elas acordam de sobressalto.
Só resta saber o que eu estou sentindo de verdade. Estou feliz por estar nessa nova etapa, mas com muita saudade dela comigo, com um pouco de medo de estar fazendo coisa errada e forçando a barra com ela, com medo de estimular um desmame precoce e, sinceramente, com um tiquinho de tristeza por ela estar crescendo e se distanciando.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Põe essa menina no berço, mãe - noite 2

Fui buscar a Ju no berçário e ela estava dormindo. Fiquei um bom tempo esperando ela acordar e pensando 'FO-DEU'. Meu maior medo era ela acordar elétrica e só voltar a dormir tardão da noite.
Chegamos em casa, brincamos um pouco e, quando percebi ela meio chatinha, dei banho e tete. Ela dormiu era 21h, mais ou menos. Até que foi tranquilo...
Foi direto para o berço e ficou lá enquanto eu trabalhava na sala. Deu uma resmungada por volta das 23h, eu coloquei a chupeta (menas main, menas main) e ela nem chegou a acordar.
Acordou às 3h da manhã para mamar, o que me deixou bem surpresa. Foram 6 horas de sono direto, tirando o resmungo. Mamou bastante e continuou dormindo.
Acordou de novo às 7h, mais 4 de sono. Mamou, cochilou no colo e despertou de vez assim que foi colocada no berço, igualzinho o dia anterior.
Percebi que ela dormiu bem tranquila. Pode ser uma combinação de fatores, não necessariamente só a ida para o berço. A noite estava mais fresca, eu limpei bem o narizinho dela com soro fisiológico antes de dar teta, o que fez ela respirar melhor. E também imagino que, caso eu não estivesse acordada na sala na hora do resmungo, iria demorar bem mais para 'agir' e ela iria despertar.
Mas posso dizer que foi uma noite sucesso. Apenas atentem para o fato de eu ter tido muita saudade do cheirinho dela. Onde guardo a vontade de lamber a cria o dia inteiro?

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Põe essa menina no berço, mãe - noite 1

Eu resolvi checar de verdade como a Julia, eu e o Fabio nos comportamos com ela dormindo no seu berço, no seu próprio quarto. Preciso admitir que, mesmo amando ela na nossa cama e não vendo a possibilidade de negar a cama compartilhada caso seja essa a necessidade dela, eu sinto sim falta do meu quarto como ele era antes, do Fabio do meu lado e da liberdade de movimentos enquanto durmo. Além disso, acho que a Ju não é assim tão apaixonada pela cama compartilhada. Ela não consegue dormir direito se for grudadinha em mim e não mama comigo deitada. Na verdade, tem que ter um travesseiro entre nós duas (que ela abraça e enfia a cara).
Claro, não nego os benefícios de estar próximo da mãe, mesmo sem ser grudadinho. O cheiro, o atendimento rápido às necessidades noturnas, os hormônios, o acerto do relógio biológico, o tranquilidade de ambos. Mas preciso tentar nem que seja para tirar da minha cabeça (de novo, né?). Algo me diz que ela pode dormir mais tranquila, sem acordar com cada virada minha ou tosse do Fabio.
Então ontem arrumei o bercinho bonitinho e limpinho, coloquei o colchão do lado. Eu ainda vou dormir uns dias do lado dela e depois ir para meu quarto. Eu NUNCA dormi em um cômodo e ela no outro, a não ser as poucas vezes que fui para a sala enquanto ela dormia do lado do pai. Nunca dormimos as duas sozinhas em cômodos separados, então não estou acostumada em acordar com ela me chamando de um quarto vizinho. Simplesmente não dá para me distanciar assim, de repente. A ideia é testar com ela no berço e eu no chão por uns dias, depois mais uns dias em quartos separados e ver como a coisa se comporta. Se não der, de volta pra cama dos pais, sem nem pestanejar.

Bom, o primeiro dia foi neutro. Não quis dizer nada, pelo menos eu não entendi nada de especial...
A Ju mamou assim que chegou da escola e, para minha surpresa, capotou. Surpresa porque nos últimos dias ela tem se recusado a dormir de uma forma impressionante. Tanto que eu nem troquei ela antes de dar a teta, achei que ainda ia rolar um banho e uma sessão infinita de brincar na cama e tetadas até o capote definitivo.
De qualquer forma, como ela dormiu, tive que coloca-la na minha cama e arrumar o quarto dela. Nesse tempo ela acordou algumas vezes para mamar/chupeitar e, numa dessas acordadas, fiz a transferência. Deitei do lado do berço e lá fomos nós.
A Ju acordou do mesmo jeito durante a noite. Não pareceu acordar mais ou menos vezes, nem de uma forma mais ou menos assustada ou gritada. A diferença, para falar bem a verdade, foi amamentar na cadeira ao invés da cama. E só.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Querido parente ou pessoa que acha que pode dar pitaco,

Não, a Ju não pode chupar uma carninha do churrasco e nem comer o doce com creme de leite e leite condensado. Sim, eu trouxe a comida dela de casa e sim, ela ainda mama no peito.
Eu sei que ela está olhando enquanto eu como. Ela também olha enquanto eu falo, coloco roupa, escrevo, falo no telefone e qualquer outra coisa que eu faça. Ela é um bebê, está aprendendo e uma grande parte desse aprendizado se dá pela observação.
Ela não vai passar vontade. Em todo caso, EU posso dar alguma coisa adequada para ela comer. Ela não tem ideia de que nós estamos comendo churrasco e bolo e não vai saber a diferença.

Ficarei muito agradecida e menos emputecida se você parar de me olhar com cara de 'você-está-judiando-da-sua-filha', 'é-só-uma-carninha-o-que-é-que-tem', 'mãe-de-primeira-viagem-é-cheia-de-frescura' ou outras caras do mesmo tipo.

Atenciosamente,

A MÃE da Julia.

domingo, 11 de dezembro de 2011

O fim da extero gestação

Hoje a Ju completou 9 meses fora da barriga. Simbolicamente, a partir de agora ela está a mais tempo do lado de fora do que do lado de dentro. Posso ficar muito feliz e um pouquinho triste?
Acho que vou tentar fazer um balanço sobre esse tempo, 'analisar' a maternidade até aqui, mas não hoje... Hoje só sei (e para isso não preciso de análise alguma) que nunca senti um amor como esse.

sábado, 10 de dezembro de 2011

OMS said WHAT?

Estou realmente numa fase ruim de saúde. Ontem tive que ir para um PS e fui diagnosticada com, nada mais nada menos, que a grande estrela dos PSs: a virose! Tudo bem, eu só queria mesmo tomar um remédio para me sentir melhor, sabia que estava com uma mistura de stress, má alimentação e noite mal dormida - a Julia deu um belo de um baile e me deixou acabada.
Enquanto era atendida pelo Clínico Geral de plantão, eu deixava claro que estou amamentando e que por isso não posso tomar qualquer remédio, como fiz com todos os médicos que passei nos últimos dias. E aí começa a chuva de barbaridades:
CG: Mas você está amamentando faz quanto tempo?
Eu: Nove meses.
CG: Nossa, mas já está na hora de parar, né?
Eu: Ué, a OMS recomenda até os 2 anos de idade pelo menos.
CG-com-cara-de-pasmo: DOIS ANOS??? Mas é muito!
Eu: Mas é o que a OMS diz, né?
CG: Ahn, mas não tem porque. O leite começa a perder muito depois dos 6, 7 meses.
Eu-fazendo-cara-de-vou-discutir-pra-quê: É...
CG: Depois de um ano o leite não tem mais nada nutritivo. A mãe só passa anticorpo.
Eu: É...
CG: O nenê já come de tudo, né? Não precisa mais do leite.
Eu: É...

E a conversa continuou mais um pouco, eu com cara de paisagem e ele 'me ensinando'. Entrou por um ouvido e saiu por outro. Tomei meu remédio e zarpei de lá.

Se a Elena, dentro de um Hospital Amigo da Criança, tinha ouvido asneira, imagina eu, em um hospital sem nenhuma ligação com pediatria, ginecologia, obstetrícia, maternidade ou algo assim.

A prática da medicina está cada vez mais triste.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Murphy é o rei do universo

A Ju está muito safadinha, cheia de truques e gracinhas novas todo dia. Ainda é a mais lerdinha da turma (tem quase 9 meses e não engatinha), mas sem duvida isso está incomodando (pouquinho, mas está) apenas a mim. Ela está ótima no ritmo dela.
As peripécias (que eu lembro agora) são: bater palmas, dançar, virar a cabeça para o lado sorrindo, dar tchau, mandar beijo (um início de beijo), "falar" teta e mamã, brincar de se jogar para trás e outras coisinhas. Sim, são bobeirinhas, mas são lindas, importantíssimas e deliciosas de serem vistas. Ela interage com a gente de uma maneira única e especial.
Acontece que eu simplesmente não consigo filmar! Queria tanto mostrar para os outros (aqueles que não conseguem ver ao vivo por estarem longe) e, principalmente, guardar de lembrança. Mas a safadinha trava na frente da câmera. Que raiva!!! Torçam para eu conseguir alguma amostra das gracinhas da Framboesa.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

E o tempo total no berço foi 40 minutos. Grata. Nair.

Cama compartilhada: to do or not to do?

Nesse fim de semana que passou, tive duas 'oportunidades' de questionar a cama compartilhada. Contei para uma amiga e para minha tia que a Ju dorme comigo (juro que não entendo porque ainda faço isso) e, como sempre, as reações não foram nem um pouco estimulantes. A amiga me contou o caso de uma conhecida que tem 12 anos, dorme com a mãe e ainda chora se a mãe pede para ir para a própria cama. E minha tia afirmou com toda certeza que a Ju só acorda para mamar porque está do meu lado e sente meu cheiro.
Eu já li, conversei e sei sobre as inúmeras vantagens da CC. Eu e o Fabio decidimos juntos que ela vai ser praticada em casa, ainda não conversamos sobre até quando porque isso ainda não veio ao caso. Mas TODA vez que alguém me questiona eu ainda balanço.
Será que ela estaria dormindo melhor em seu próprio berço? Querendo ou não, eu me mexo horrores durante a noite e ela claramente acorda com isso. Será que o 'cheiro de teta' acaba fazendo com que ela tenha um sono de pior qualidade? E o tempo da CC? A teoria de esperar a criança estar pronta para ir para sua própria cama é linda, desde que isso aconteça em um prazo aceitável na minha cabeça cheia de preconceitos. Uma criança de 2 anos na minha cama é normal, mas e uma de 5, 8 ou 12? Pior ainda: o que foi que fez essa menina (e alguns outros poucos casos) estar ainda tão necessitada de dormir com a mãe? A CC ajuda a criar filhos mais seguros, não é? Então de onde vem tanta insegurança? É a mãe que, subconscientemente, não deixa a filha se desligar?
Aí eu penso, de novo, em tentar colocar a Ju no berço e ver o que vai dar. Afinal, ela nem é daqueles bebês que dormem pertinho do corpo da mãe: ela gosta de ficar mais longe, com um travesseiro de cada lado (sinto que ela usa os travesseiros para me substituir e não consigo mais voltar atrás). Nem mamar deitada ela mama, eu sempre tenho que acordar totalmente, sentar na cama, pegar ela no colo e dar teta (o que me faz voltar a dormir sentada e de-to-na minhas costas).
Mas lembro das evidências científicas: o bebê que dorme com os pais tem sua respiração mais regular, fica mais calmo, os hormônios do stress são baixos... Será que eu vou conseguir perceber se a noite dela for pior no berço? Como vou medir respiração, calma e hormônios do stress? Não tem nem sentido, né?
Fato é que, apesar de estar certa das minhas decisões, algumas vezes a dúvida volta a bater na minha cabeça. Acho que é normal, né?

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O que os olhos não veem o coração não sente. Será mesmo?

Hoje fomos buscar a Ju no berçário depois do almoço (ela precisou ficar no período da manhã por causa de reuniões de trabalho, minha e do Fabio). Ofereci teta, ela não quis, então estávamos nos preparando para ir embora quando eu percebi a fralda cheia. Como o Fabio ia levá-la para passear, pedi para a tia voltar com ela para dentro do berçário e trocá-la. Enquanto isso, fiquei lá, observando as outras crianças.
A sala estava cheia de bebês, muitos no chão rolando, sentados, tentando engatinhar e colocando vários brinquedos na boca ao mesmo tempo. Outros estavam nas cadeirinhas, balançando. Tinha duas tias na sala, as outras estavam cuidando de banhos, trocas ou alimentação. Cena normal em um berçário. E eu não consegui deixar de ficar EXTREMAMENTE incomodada.
Isso porque alguns dos bebês nas cadeirinhas estavam chorando, provavelmente por estarem com soninho depois de tomar mamadeira. Um outro bebê que estava no chão tentava desesperadamente subir nas pernas da tia. E ela dava mamadeira para um dos bebês na cadeirinha e chacoalhava os outros que choravam, enquanto tentava fazer carinho naquele que a escalava.
Em nenhum momento ela pôde parar e dar colo para um deles. E eles resmungavam, todos ao mesmo tempo, e ela chacoalhava as cadeirinhas uma a uma, até que colocou uma chupeta na boca de um dos nenês, terminou de dar a mamadeira do outro e deu uma distraída no terceiro, tudo ao mesmo tempo. E a única coisa que eles queriam era um colo quentinho e confortável.
Ok, não é nada sério, não vai matar bebê algum, o berçário é muito bom, as tias são muito carinhosas, é tudo limpinho, a Ju é muito bem cuidada. Mas é foda. MUITO.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Pintinhas

A Ju está toda cheia de pintinhas. Parece aquelas brotoejas de calor, mas vai saber, né? Pode ser alergia de alguma coisa ou sei lá mais o que. Só sei que ontem dei banho com um pouco de amido de milho na água e parece ter melhorado. Só espero não ter dado comida para fungos.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Eu voltei, voltei para ficar...

Faz quase 2 meses que não apareço por aqui. Passei por uma fase ruim. Não que ela já tenha acabado, mas acho que a pior parte já foi. Na verdade não aconteceu nada de mais, mas acho que minha depressão pós parto veio um pouco atrasada.
Fiquei um bom tempo meio de bode, chateadíssima com o Fabio, mas totalmente sem ânimo para tentar mudar algumas coisas. Além de estar cansada, estafada física e emocionalmente, preocupada com dinheiro, duvidando das minhas últimas decisões, afogada com tantas responsabilidades nas minhas costas. Não estava me sentindo apoiada por quem precisava ser parceiro.
Agora a coisa parece estar melhorando. Ele pareceu perceber que algo estava errado (eu não tinha coragem de conversar, não sei até agora por qual motivo) e passou a prestar mais atenção e a se comportar diferente. Estamos bem de novo, sem nem ter falado sobre a crise. Eu ainda acho que precisamos, mas agora a pressão é menor e eu não corro o risco de jogar um monte de lixo antigo na cara dele.

Como eu acabei descobrindo que, sim, algumas pobres almas lêem esse blog, resolvi voltar a escrever. Então, vamos atualizar as informações sobre a Ju. Ela já senta sem apoio, está tentando engatinhar e ficar em pé, dança lindamente, bate palmas, tenta mandar beijo, "fala" o dia inteiro, ADORA uma farra. Continua aquele bebê que não dá trabalho e encanta todo mundo. Ganhou um apelido no berçário (onde, aliás, é disputada pelas tias): POTÊNCIA - por causa dos cocôs que faz e do fogo que tem para brincar e dançar a tarde toda. Consegui acertar mais ou menos os horários dela, agora eu estou entendendo cada vez mais como o ritmo dela funciona. Está com um dentinho saindo e outros provavelmente estão para rasgar. A crise de separação está sendo forte, mas a gente tem levado bem (pelo menos na minha percepção) - temos dado o máximo de apoio que ela pede, colo, carinho, presença, teta. Ela come MUITO bem, mas às vezes enjoa da minha papinha ou não está muito a fim de outros alimentos, então fica na teta o quanto quer. Eu e o Fabio somos absoluta e completamente apaixonados por ela. Não tem mais como viver sem essa pessoinha.

Agora eu tentarei escrever com frequencia. Quem sabe até as crises 'depressivas' ficam mais fáceis de passar com a ajuda da terapia por escrito. Assim complementa a terapia das Lemoms, que ajuda MUITO e eu não fico sem.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Será que mãe também sofre de crise de separação?
A Ju vem crescendo a cada dia, aprendendo coisas novas. Isso é muito bom, mas o sentimento aqui é conflitante. É lindo maravilhoso ela começar a comer outras coisas, mas é muito sofrido não ser mais a única e exclusiva fonte de alimento dela. É ótimo que ela já se sente segura o suficiente para tentar dormir sozinha, sem colo. Mas é extremamente solitário ficar do lado dela e vê-la conseguir.
Cada vez mais ela tem uma opinião, uma preferência, mostra o que quer e o que não quer, mostra que gosta de outras pessoas, de outras brincadeiras, fica super bem na escola, sem chorar nem na hora de falar tchau. E eu??? Como fico??? Quem ela pensa que é???
O tempo tinha que parar. Agora.

Chama o cara do Guinness!

Acho que estou com a maior TPM do mundo. Sério. Pelo menos deve ser a maior já registrada.
Passei vários dias chateadíssima e bravíssima com o marido. Ando com uma angústia que me persegue. Fico triste e depois feliz e depois brava e depois desanimada e depois empolgada. Tudo isso em alguns minutos.
Ou eu estou com a TPM nave-mãe ou estou grávida de novo.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Delícia de menina!

A Ju tá um show. Sorridente, festeira, brincalhona. Sai com a gente pra todo lugar, não dá um pingo de trabalho, chama a atenção de todo mundo. Claro que ela tem seus períodos de choro ou resmungos, mas isso todo mundo tem, com qualquer idade. Mas nada comparado à delícia que ela é. Só a mãe dela que tá meio chata mesmo...

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Será só imaginação?

Aliás, ela está num periodozinho sem vergonha. Chorona, chatinha, melada... E meu instinto materno super afinado (HÁ!) não tem idéia de qual é o problema. Será que é porque eu comecei a tomar leite com 90% menos lactose e mesmo assim ela ainda tem intolerância? Será que é a tentativa de retirada da chupeta? Será que é a introdução de novos alimentos que dá dorzinha de barriga? Será que são os dentinhos? Será que é o resfriado? Será que é a crise de todas as viradas de mês? Ou será que sou eu que estou carente e precisando de colo e está se manifestando nela? Deu pra perceber que estou lendo Laura Gutman, né?

Dá a chupeta pro nenê não chorar

A Ju foi na odontopediatra esses dias e ela me disse algo que já vinha martelando na minha cabeça: precisamos tirar a chupeta e a mamadeira da pequena. Eu já estava frustrada porque a Ju tem precisado cada vez mais da chupeta - antes ela dormia e largava, agora fica horas dormindo com a chupeta na boca, chora quando ela cai e às vezes brinca com ela - mas parece que o exame que mostrou o palato um pouco mais elevado que o normal e a conversa com a doutora serviram para confirmar meu pensamento.
Mas acho que todo mundo sabe o quanto é complicado tirar a chupeta de um bebê. Eles tem esse objeto como um conforto emocional e é péssimo tirar de forma bruta. O bebê passa um tempo chorando sem parar até que uma hora acaba acostumando a ficar sem ela. Só que eu não estou disposta a deixar a Ju chorando por necessidade da dita cuja. Talvez eu seja muito mole - é bem menos sofrido tirar agora do que com mais idade e o sofrimento é menor do que será com uso de aparelhos ortodônticos e tratamentos doloridos, até mesmo uma cirurgia de correção de septo (exagero sim, mas é possível, certo?) - mas simplesmente não consigo fazer o que a odontopediatra recomendou.
A sugestão dela é pensar que a Ju vai passar os primeiros dias sem chupeta com muita necessidade de mim e do meu peito, que ela vai chorar muito e que eu devo tentar substituir a chupeta cantando, ninando, conversando com ela. Acabei de passar quase 3 horas com ela no colo, agarrada na teta, sem conseguir deitar direito ou colocá-la na cama. Apelei e dei a chupeta. Coloquei na cama, ela reclamou um pouco, mas dormiu em 30 segundos. Já chorou 2 vezes, em uma delas só recolocar a chupeta na boca adiantou, na segunda ela precisou de novo da teta, do colo, de segurar a mão. Acho que não escolhi o melhor período para essa experiência.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Masoquismo materno

Andei meio sumida daqui. Tenho questionado tantas coisas e elas incluem o blog. Não tenho visto muito sentido em mantê-lo: praticamente ninguém lê, eu não sou especialista em maternagem, só fico escrevendo uns sentimentos bobos e sem muito sentido que poderiam muito bem estar num caderno (que já existe desde a gestação, by the way) ao invés de estar na internet.
Mas no fim o blog tá aqui, eu tô aqui de volta, e vamos lá. Preguiça de pensar se mantenho ou não, preguiça de tirar do ar, deixa ele aqui mais um tempo. Pelo menos até a próxima crise.
Várias coisas aconteceram nesse tempo. A Ju começou a aceitar as frutas, está adorando papinhas salgadas, teve que ficar aos cuidados das avós pela primeira vez e eu odiei (acho que isso tem potencial para um post), eu passei dias amando o 'mundo mamífero', passei dias odiando o 'mundo mamífero', fiquei feliz, decepcionada, triste, carente, sensível. Nem acho que seja 'coisa de mãe', não. Acho que é coisa de corpo ensaiando pra retomar seus ciclos, mas que não caga nem sai da moita.

Mas o tema da vez é minha dificuldade em opinar e ter a cabeça feita. Explico-me: Essa idéia de maternagem ativa é muito nova para mim. Muito mesmo. Até pouco tempo antes de engravidar, a Super Nanny era minha heroína. Acontece que, entrando em contato com a humanização da gestação e do nascimento, consequentemente entrei em contato com uma outra forma de pensar a maternidade que, agora, parece fazer muito sentido para mim. Acontece que é tanta informação nova que eu simplesmente não consigo saber o que eu acho das coisas, se concordo ou não, porque concordo ou não, quais são meus argumentos e, principalmente, o que escolher para minha vida e a vida da minha família.
Se eu não tivesse conhecido esses conceitos novos, televisão para bebês seria normal, médico nunca seria questionado, vacinas seriam a salvação da vida da minha filha, DVDs e brinquedos infantis de todos os tipos não seriam uma forma de ensinar o mundo da maneira errada para ela. Essas coisas NUNCA foram questionadas na minha família ou na família do Fabio. Mas agora eu começo a conhecer o outro lado de TUDO. Descubro que todas essas coisas normais tem seu lado ruim.
E chegam as dúvidas: Será que TV é assim tão absurdo? DVD da Galinha Pintadinha e Patati Patatá são assim tão prejudiciais? Eu quero mesmo que ela durma na minha cama? Pode brincar com brinquedos de plástico? Pode brincar com brinquedos tidos como 'de menina'? Escola com grama artificial vai ser tão ruim? E aí? Como fica?
Eu concordo com esse lado ruim das coisas? Por que? Pior ainda: se não concordo, COM O QUE eu concordo?
Se concordar, como vou aplicar isso na minha vida de repente? Afinal, o Fabio conhece uma Éricka com outras opiniões. Eu não posso mudar radicalmente em pouco mais de um ano. E todas as coisas que antes a gente concordava? Como a gente faz agora para criar uma filha, tendo opiniões diferentes? Eu que vou predominar e 'mandar' nele, dizendo o que pode e o que não pode?
E todo mundo que está em volta? Eu vou ser a chata da família, que não deixa os avós e tios fazerem nada? Que recusa os presentes que ela ganha? Vou obrigar todo mundo a entrar na dança? Não tem cabimento. Lembro até do dia que vi que na festa do filho da Marisa Monte tinha bolo vegano e brigadeiro de soja e eu brinquei que os coitados dos convidados tiveram que levar marmita de casa. Eu não quero ser a Marisa Monte. A gente ia ser a família de estranhos, a Ju ia ser a menina esquisita do bairro e da escola e ela simplesmente não saberia como é o mundo de verdade.
Além do mais, eu não vou mudar minha vida por inteiro. Eu estou melhorando sim, mas ainda gosto de fast food, de seriados enlatados, dou risada de piadas preconceituosas apenas pelo humor, peco no cuidado com o meio ambiente. Não faz sentido pregar uma coisa para a Ju e não agir conforme o eu que prego. A cabeça dela ia virar do avesso e eu ia ser a maior hipócrita do mundo. Não tem cabimento colocá-la numa escolinha que abomina a TV e só tem brinquedos de madeira e, em casa, colocar um DVD infantil. Eu não sou Waldorf Hippie Natureba Vegana.
Juro que isso está me tirando do sério. É muita pressão. Tenho medo de fazer a coisa como ela sempre foi por não saber como ou o que questionar e fazer mal para o crescimento da Ju. Ou ainda, fazer a coisa como o mundo da maternagem consciente dita só porque eles dizem que é assim que tem que ser e novamente fazer mal para o crescimento da Ju. Temo muito pelo dia que ela começar a ter suas opiniões, vontades, questões. Eu simplesmente não vou saber o que fazer! Quando ela vier com uma Barbie, ou conhecer a maldita da Xuxa através de uma amiguinha, ou comer uma bolacha recheada super industrializada na escola. Eu vou brigar? Se for brigar, eu vou saber PORQUE estou brigando?
Aí eu leio coisas do tipo: siga seu instinto, faça o que seu coração mandar e toda essa breguice. Acontece que eu não tenho instinto, meu povo. Se tivesse, minha filha não tinha caído na privada (RYSAS). Eu não consigo saber o que eu acho que é certo... Meu instinto tá meio mudo. Também penso em parar um pouco de ler blogs, sites, livros de maternidade consciente, parar de participar de listas de discussão e grupos de apoio. Mas foi assim que eu tomei conhecimento das várias questões e, se ficar sem isso, vou passar a criar a Ju como a sociedade manda. E isso, eu sei que não quero. Pelo menos alguma coisa eu tenho certeza nessa história toda.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Sempre tem uma primeira vez

A Ju tá doente. De verdade, dessa vez, porque ela já teve resfriadinhos mínimos que só escorria o nariz e estava tudo certo. Dessa vez é um baita resfriado: ela tá com tosse cheia, espirrando, com dor de garganta e febre. E eu fico tensa.
NUNCA cuidei de um doente na vida. Não tenho ideia do que fazer. Devo cobrir, descobrir, pôr roupa, tirar roupa, abrir janela, fechar janela, dar banho, dar remédio?... A sensação de ter alguém pequenino e frágil dependendo de você é assustadora.
A história de uma colega de lista de maternas que acabou de perder o filho de 5 anos para uma pneumonia que avançou terrivelmente da noite para o dia me abalou um pouco. Se até aquelas mães, que são um modelo pra mim, estão sujeitas a esses acontecimentos terríveis, onde é que eu fico? Aí os fantasmas do parto voltam a bater: e se eu não perceber que minha filha está mal? E se meu instinto for, de fato, defeituoso?

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Detalhe: ela não foi trocada antes de dormir. Aguardem...
A Ju chegou dormindo da escolinha. Pensamos que era só um cochilo, então colocamos o bebê conforto na cama, pra não ter que mexer com ela, e esperamos acordar. Acontece que a bicha acordou, berrou e, no colo, pegou a chupeta e dormiu de novo. Pesado.
Bom, coloquei no berço. Ainda não sei porque nem sei se realmente quero. Mas coloquei.
Pode ser que eu durma lá no quarto dela hoje. Acho que preciso tirar essa sensação de mim.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O fim da cama compartilhada?

Não sei dizer porque, mas de uns dias pra cá tenho questionado um pouco a cama compartilhada e tido vontade de testar o berço com a Ju. Mas dessa vez testar de verdade, ou seja, deixar ela dormir lá de noite, sem eu dormir no chão do quarto dela.
Posso estar pensando isso por vários motivos: eu não acho muito justo o Fabio dormir separado de nós, na sala, eu quero ele de volta na cama comigo, eu estou cedendo um pouco às pressões sociais (mas ela dorme na sua cama???), eu tenho medo de ela demorar demais pra sair da minha cama por livre e espontânea vontade.
Mas aí, quando eu penso nesses motivos todos, eu também penso nos argumentos contra todos eles:
- 'eu não acho muito justo o Fabio dormir separado de nós, na sala' - se não é justo com ele, que é um adulto que entende as coisas, com certeza não é justo com ela, uma bebê de 6 meses;
- 'eu quero ele de volta na cama comigo' - e aí ficaríamos eu e ele acompanhados enquanto ela, novinha, ficaria sozinha?
- 'eu estou cedendo um pouco às pressões sociais (mas ela dorme na sua cama???)' - se é por pressão social, não é por minha própria decisão ou vontade
- 'eu tenho medo de ela demorar demais pra sair da minha cama por livre e espontânea vontade' - o correto é eu dar estrutura para ela crescer no tempo dela e só sair da minha cama quando estiver pronta para sair, independente de quanto tempo leve
E aí? O que eu faço?
Tô achando que vou acabar testando o berço numa noite dessas, só para ter certeza de que a cama compartilhada é o ideal mesmo e apagar de vez todos esses motivos para abandoná-la. Ou não. Talvez o teste me mostre que nós já estamos prontas para dormir separadas, mesmo sendo mais trabalhoso para mim ter que levantar e ir até o quarto dela quando ela chora ao invés de simplesmente resolver o problema ali na cama mesmo.
Tô com MUITA vontade de estar grávida e de parir de novo. É normal?

domingo, 11 de setembro de 2011

Seis meses.

Half of what I say is meaningless
But I say it just to reach you,
Julia

Julia, Julia, oceanchild, calls me
So I sing a song of love, Julia
Julia, seashell eyes, windy smile, calls me
So I sing a song of love, Julia

Her hair of floating sky is shimmering, glimmering,
In the sun

Julia, Julia, morning moon, touch me
So I sing a song of love, Julia

When I cannot sing my heart
I can only speak my mind, Julia

Julia, sleeping sand, silent cloud, touch me
So I sing a song of love, Julia
Hum hum hum...calls me
So I sing a song of love for Julia, Julia, Julia

sábado, 10 de setembro de 2011

Viva a tribo!

A minha vizinha de porta teve um bebê faz exatamente uma semana. E eu vejo nela a minha cara de seis meses atrás. Aquela cara de felicidade misturada com medo misturada com cansaço misturada com amor misturada com desespero. E ainda mais um monte de sentimentos misturados.
Estou ajudando como posso. Não que eu saiba tudo ou seja a dona da verdade (muito pelo contrário, até hoje não sei bem o que estou fazendo enquanto crio a Ju), mas estou 6 meses na frente dela, então posso tentar dar algumas dicas. E acabo percebendo o quanto a tribo é importante para a gestante e para a mãe. Só saber que tem alguém do seu lado já é um alívio enorme.
Renata, Elena, Mariana, Luciana, Sara e todas as outras que me apoiaram, me deram dicas, me acalmaram, me ensinaram, me mostraram a realidade, seguraram na minha mão, me disseram o incrível mantra 'vai passar' milhões de vezes seguidas: MUITO OBRIGADA! Vocês foram essenciais nessa fase da minha vida.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O sacrifício do parto

Li no Facebook de uma amiga a seguinte citação: ‎"Everyone must be willing to sacrifice. Do you know what sacrifice means? The first part of the word "sacrifice" means holy. From that perspective, sacrifice no longer goes into suffering. Sacrifice goes into holiness, into peace, into calmness, and the real willingness to give to others. We will actually sacrifice our time and give it to others. That's service. We are here to serve each other". - John-Roger
Não consegui evitar fazer uma ligação com o parto natural.
Optando por ele, a mulher se sacrifica: ela se esforça, sente dor, cansaço, medo, sente que não conseguirá chegar até o fim. E pior ainda, a mulher sacrifica a chance de não sentir dor, de escolher a hora de seu filho nascer, de tornar tudo mais prático, de não ter que enfrentar seus medos, suas sombras e tomar suas próprias decisões. Ela sacrifica a chance de passar por uma intervenção cirúrgica que resolveria o nascimento de uma vez, sem ela ter que passar por tudo isso.
E para que? Para ter uma das experiências mais transformadoras da vida. Para ter, sim, mais segurança e menos riscos. Para se conhecer como nunca conseguiu. Para garantir que seu filho seja respeitado e acolhido.
Por isso o trecho 'sacrifice no longer goes into suffering. Sacrifice goes into holiness, into peace, into calmness, and the real willingness to give to others.' faz tanto sentido nesse contexto. O 'sacrifício' do parto natural não é sofrimento. É sagrado. É paz. É calmaria. É a vontade real de doar ao próximo.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Sétima arte?

Desde que engravidei em percebi que simplesmente não aceito assistir cenas de filmes, séries ou novelas que trazem gravidez, parto ou cuidados com um nenê. Sinto uma raiva incontrolável! Não sei dizer bem porque, mas acho que é porque sei o quanto é falso. E odeio que o real não é passado para frente, sabe? Me dá mesmo muita, muita raiva. Acho que estou ficando louca. Tipo aquelas hippies, barulhentas, com as tetas de fora, flores na cabeça e uma faixa na mão fazendo protesto. POR FAVOR, me dêem um chacoalhão caso eu esteja ficando chata demais. Tenho medo disso...

Cantem comigo!

A Ju rolou pro outro lado! A Ju rolou pro outro lado! Outro lado, outro lado! A Ju rolou pro outro lado!

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Ciúmes

A Ju está com dificuldades para dormir. Deve ser mais uma das crises, normal, já nem ligo muito. Acontece que, dessa vez, ela tem apresentado o que a gente interpreta como uma vontade de tentar dormir sozinha. Ela fica se virando para o lado e colocando o paninho na cara, chupa a chupeta e fecha os olhos, quase dorme, mas não consegue cair no sono. Fica muito tempo assim, até se irritar de vez.
Vendo isso, o Fabio resolveu colocá-la no carrinho e ficar balançando, pra lá e pra cá, só para testar. E ela dormiu. E não foi só uma vez.
Eu não consigo ficar 100% feliz com isso. Parece que ela já não quer meu colo, ou já não precisa dele. É um sinal de que ela cresceu mais um pouquinho, está ficando cada vez mais independente, e isso é ótimo. Mas eu ainda não estou nem um pouco independente e estou MORRENDO de ciúmes do carrinho.

Um mundo novo ao seu redor

Desde sábado que a Ju está experimentando outros alimentos. Chegou a hora dela comer e beber outras coisas ALÉM do tete da mamãe aqui e eu estou sentindo várias emoções ao mesmo tempo. Estou aflita por perder a praticidade e garantia do peito, afinal vou passar a ter que comprar alimentos bons (saudáveis, orgânicos, limpinhos, maduros, etc) e cozinhar para ela, duas coisas que não sei fazer. Além disso, estou hora feliz e hora triste porque ela está crescendo. E, se pra mim já é um mundo novo, imaginem pra ela.
Com orientação da Elena do MamaÉ, estou focando na experimentação e não no valor nutricional. Afinal, grande parte da nutrição dela ainda está garantida pelo leite materno e essa alimentação é complementar.
Por isso, não me preocupei muito em como ou quanto ela comeu ou bebeu. A previsão era começar com suco (fruta batida, ok? nada de água) pela manhã nesse fim de semana que passou e, enquanto eu preparava o suco de melão, peguei um quadradão da fruta e dei para ela. A bicha pegou, apertou, queria jogar e pegar de novo (isso eu não deixei, ahahah). Aí eu comecei a colocar na boquinha dela. Caras de 'que porra é essa?' seguidas de umas lambidas e por fim uma bela 'mamada' no pedaço de melão. Na hora de tomar o suco, ela já estava familiarizada com o sabor, mas não entendeu como funcionava o copo de transição (já são 4 bicos diferentes na vida dela, né?). Mais mordeu e babou do que tomou, mas pelo menos pareceu gostar do novo sabor e textura.
Hoje foi a vez da laranja lima. Fruta bem menos doce, né? Fiz o suco com o bagaço, mas ele simplesmente entopia os furos do copo, então acabei coando contra minha vontade. Demos para ela tomar e as caras de 'treco azedo horroroso' tomaram conta dela, e as mãozinhas empurravam o copo para longe. Não tive dúvidas! Cortei uns gomos, tirei as sementes e dei para ela chupar. Foi hilário! Ela queria, mas não queria. Era bom e diferente, mas era azedo. Chupava, empurrava para longe e voltava a chupar.
A experiência foi ótima! Ver a Juju descobrindo coisas novas, que são super simples pra nós, é delicioso! Ela fica maravilhada com uma simples laranja! E a gente lembra que a vida é, no fundo, simples.

sábado, 27 de agosto de 2011

Acho que perdi meu reino

Lembram quando eu estava dando o meu reino por um emprego meio período? Acho que preciso me preparar para pagar...
Não é que consegui esse tal emprego, mas consegui um que me permite trabalhar quase 90% do tempo em homeoffice por alguns meses.
Fantástico! Eu vou manter a Ju na escolinha durante as 4 horas do período da manhã, assim posso trabalhar sossegada e o Fabio pode cuidar das coisas dele. Mas à tarde ela volta para casa e, enquanto eu trabalho, fica aos cuidados do pai, com a diferença de que a mãe agora está perto (e ela vê isso), podem rolar umas sessões colo-materno de vez em quando, as mamadas da tarde serão no peito... Além disso, eu consigo ter uma certa flexibilidade de horário, ou seja, estando com as pendências em dia, eu posso aproveitar uma feira de rua de manhã ao invés de ir com uma bebê no supermercado lotado à noite, e deixar para recuperar esse tempo de trabalho no fim de semana ou quando ela estiver dormindo.
Só preciso de MUITA disciplina. Nunca trabalhei homeoffice antes e sei que não é todo mundo que consegue. O apoio do Fabio vai ser imprescindível. Por enquanto está tudo caminhando direitinho, espero que continue assim.

Visita ao MadreSer

Quinta fui no MadreSer dar o relato do parto da Ju. Foi super bacana! Mas não dá pra negar que algumas vezes eu sentia um ar de 'chocadas' nas meninas que foram assistir... Acho que é normal, né? Foi um parto meio atípico e um pouco polêmico.
Mas o principal é eu perceber o quanto falar do parto me faz gostar mais ainda dele. É exatamente como escrevi atrás da foto que demos de presente para a Re: foi o dia mais feliz das nossas vidas.
Re e Deny, MUITO OBRIGADA PELO CONVITE.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Escolhendo suas batalhas

Tenho pensado muito sobre tudo o que envolve o modelo de maternagem que eu estou tentando seguir e a minha capacidade (ou vontade) de aceitar e praticar tudo isso. E cheguei à conclusão de que o fato de não comprar o pacote todo não põe tudo a perder. Pelo menos no meu caso, acho que é uma questão de escolher suas batalhas e trabalhar dentro das suas prioridades e possibilidades.
Tem um monte de coisa na criação da Ju que eu faço questão e outras que acabo relevando. Faço questão de aleitamento materno exclusivo até os 6 meses e depois prolongado, com um possível desmame natural. Então me desdobro pra continuar dando LM mesmo com o meu retorno ao trabalho. Faço questão de cama compartilhada, então acabo deixando o maridão e a vida sexual um pouco de lado nesse período (correndo o risco de levar uma bronca do tal maridão, que também tem suas necessidades, né?). Fiz questão de um parto humanizado e respeitoso, e assim foi.
Por outro lado, aceitei o uso da chupeta e da mamadeira, dentro do que eu acho tolerável (chupeta para dormir, sem virar um 'cala-boca-nenê', mamadeira para se alimentar quando estiver longe de mim, após a tentativa frustrada do copinho), ainda não consegui usar fralda de pano (apesar de ainda ter vontade - quem sabe um dia?), ainda não consegui doar leite (mesmo caso da fralda). Do mesmo jeito que sonhava com uma escola meio Waldorf, com brinquedos de madeira, brincadeiras na terra e 0 de televisão, mas não tenho grana para isso.
Apesar de sempre ter sido contra a chupeta, me deparei com uma bebê com uma necessidade imensa de sugar mas que recusava o peito cheio de leite. Apesar de sempre ter sido contra a mamadeira, me deparei com tentativas frustradas de usar o copinho e o risco de o pessoal da escolinha não a alimentar direito com esse artifício. Apesar de querer usar fralda de pano, me deparei com a vida moderna, tendo menos tempo que minha mãe tinha para cuidar das coisas da casa e dos filhos. Mesmo querendo doar leite, me deparei com a demora para me adaptar com a rotina de esterilização de potes e bomba e, quando consegui me adaptar, todo o leite ordenhado virou alimento da Ju. Mesmo querendo passar o dia todo com a Ju em casa, me deparei com a mesma vida moderna que me obriga a voltar ao trabalho antes do momento que eu gostaria e com a necessidade de deixá-la em uma escola que se revelou a melhor opção dentro do que eu posso pagar, com os melhores horários para minha rotina e em um lugar próximo o suficiente da minha casa.
Ou seja, acho que o principal é aceitar a realidade como ela se mostra e confiar nas nossas decisões. E, acima de tudo, se dedicar ao máximo. O nosso máximo.

domingo, 14 de agosto de 2011

Cantem comigo!

Ontem a Ju rolou-ou-ou! Ontem a Ju rolou-ou-ou!
Ontem a Ju roloooooou, ontem a Ju rolou-ou-ou!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Sem contar que tudo o que a Ju não me machucou nesses meses está sendo machucado pela bomba. Afe!

Não é por nada não,

mas esse negócio de se trancar no banheiro pra tirar leite 3 vezes por dia todo santo dia é um pé no saco!
Não vou deixar de fazer, sei da importância do leite materno para a Ju, não aceito a possibilidade de desmame agora, blablablablablablaaaaaaaaaaa... Isso não impede que seja um servicinho chato pra burro.
Bom, vamos lá apertar as tetas de novo, né?

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Suuuuuuuuuuuucesso!

Faz alguns dias que estou tentando estabelecer uma rotina de sono pra Ju. Resolvi tentar para ver como ela responde a isso. Afinal, a bichinha está tendo que entrar em uma rotina agora que vai na escolinha e, pelo menos aparentemente, está se dando bem com ela, sem sofrimento e sem forçar. E a rotina do sono noturno também parece que está dando muito certo!
A tal rotina é uma massagem, um banho quente, tetão e cama. A massagem não é nenhuma específica. Uso alguns movimentos da shantala que eu lembro de oficinas e fotos que vi, mas não sigo a risca, vou mais no instinto e na aceitação ou não da Ju. O banho quente é de banheira. Afinal, não nos adaptamos ao balde. O tetão é o meu mesmo (ahahaha).
No começo foi mais ou menos. A Ju não entendia muito bem o que era a massagem e eu não conseguia acertar a hora de começar tudo. Ou começava quando ela já estava com muito sono, o que gerava um choro daqueles, ou fazia enquanto ela estava com nenhum sono, e ela simplesmente não dormia. Mas de uns 3 ou 4 dias pra cá tenho acertado. Estou mais confiante enquanto faço. E ela tem dormido mamando.
Nos primeiros dias que deu certo ela capotou. Coincidiu com os dias que ela ficou mais tempo na escola, então acho que era uma mistura de cansaço com o ritual. Já nas duas últimas noites não foi assim tão bom. Ela está com o sono agitado e não quer saber de ser colocada na cama (nem durante a noite, ela só aceita dormir abraçada comigo - adeus costas). Essa agitação noturna provavelmente tem vários motivos: as cochiladas enormes que ela tem tirado a tarde, o fim da semana (já faz 5 dias que ela está passando os dias sem a mãe e isso é novidade), ela vai virar mês na semana que vem e sempre tem uma crisezinha, anda com muitos gases e dorzinha de barriga, ou seja, vários fatores. Mas acho que, sem o ritual, seria pior. Não que ela já tenha acostumado e já saiba que essa sequência de coisas quer dizer que é hora de dormir, mas mais porque é relaxante mesmo. Além de ser um tempinho só nosso todo dia, né?
Ainda não sei se estou dando corda para me enforcar: pode ser que eu não tenha saco para fazer isso todo dia, mas precise fazer mesmo assim; além do que o ritual acaba restringido o sono noturno da Ju à minha presença. Mas por enquanto estou curtindo. Torçam por mim...

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Ultimate test

É hoje! A Ju fica o dia todo na escolinha (snif) e o pai só chega em casa quase na madrugada. Agora sim vou ser colocada à prova: dar conta de bebê carente e preparações para o dia seguinte, ainda tendo que conseguir tomar banho e jantar. Sozinha.
Claro que eu já fiquei milhões de vezes sozinha com a Ju, inclusive quando o Fabio viajou por 4 dias. Mas não sei qual vai ser a reação dela ao dia todo na escolinha.
Sim, eu sei que tem um montão de mãe solteira por aí que faz isso todo dia. Foda-se. Eu nunca fiz e vai ser um mega teste. Wish me luck!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Vai um pouco de hormônio do leite, aí?

O que são a ocitocina e a prolactina, né?
Sexta-feira eu tive bastante dificuldade na ordenha. Eu estava preocupada com horário (só tenho direito a meia hora, mas estou levando 1 hora inteira), estava louca de saudade dela, cansada por não estar acostumada com a rotina do trabalho, ou seja, saiu bem pouco leite.
Mas aí veio o fim de semana, dois dias em casa com a gorda. Ela se pendurou nos peitos (ela devia estar com saudade) e eu deixei (eu com certeza estava com saudades). Ficava nas tetas mesmo sem mamar, só por ficar, dormiu no peito, sugou até não poder mais. E hoje de manhã eu cheguei na agência parecendo Pamela Anderson antes de tirar os implantes.
A primeira ordenha foi show! A segunda mais ou menos. E a terceira, agora a tarde, foi novamente sofrida.
Agora as tarefas do fim do dia vão além de ferver potes, ferver bomba, arrumar a malinha dela, ler e escrever os bilhetinhos da escolinha, fazer janta, fazer a rotininha do sono etc etc etc. Ainda vou ter que fazer o sacrifício (rsrsrsrsrs) de ficar com minha bebê no colo, sugando meu peito e olhando pra mim o máximo de tempo que puder, principalmente durante a noite.

Invejinhas

Acho que todo mundo já ouviu falar pelo menos por cima da teoria de Freud que diz que a mulher tem inveja do falo e o homem tem inveja da gestação. Apesar de achar algumas coisas que o Freud dizia forçadas demais e brincar que ele era um tarado que queria comer a própria mãe (na minha santa ignorância sobre o tema), eu concordo com essa teoria. Muita gente já me ouviu dizer que eu morro de vontade de ter um pinto (sim, eu falo pinto e não pênis, ok?). Deve ser ótimo ter uma amiguinho companheiro desde que nasce, fazer xixi em pé, além do poder masculino que ele representa. Mas pude presenciar o restante da teoria ontem.
Estávamos eu, o Fabio e a Ju na casa dos meus sogros, churrascando e conversando. E o Fabio contava o quanto está amando dar mamadeira para a Ju nas tardes que eu estou no trabalho. Ele contou que não sentiu tanta inveja da gestação (mas deveria, porque ficar grávida foi a coisa mais deliciosa que já me aconteceu; eu poderia ficar grávida por um ano e meio fácil, fácil), mas que sente inveja da amamentação. Gente, vamos entender 'inveja' como um sentimento positivo, ok? Tipo uma admiração. Tirem a carga negativa da palavra, por favor. Mas, voltando, o Fabio está maravilhado com o quanto é bom ser saber que você está alimentando sua cria, sentir o olhar dela para você, segurá-la no colo e passar todo amor e segurança durante esse momento.
Amamentar é mesmo fantástico. Apesar de todas as dificuldades do início. Não troco essa hora minha e dela por nada. E vou continuar amamentando até o momento em que nós duas estivermos prontas para parar.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Valendoooooo...

Voltei ao trabalho ontem. E, supreendentemente, foi muito tranquilo. A Ju ficou super bem na escolinha de manhã, passou uma ótima tarde com o pai em casa. Comeu, dormiu, fez cocô, brincou. Teve um dia normal. E ficou super feliz de me ver a noite, me mostrando que, mesmo tendo um bom dia, ela estava com saudades de mim.
Acho que provavelmente isso aconteceu porque eu e o Fabio estávamos tranquilos. Eu não fiquei sofrendo por deixá-la e ele estava confiante em sua capacidade de cuidar dela. Isso provavelmente foi percebido imediatamente pela pequena.
O mais engraçado é que, na noite anterior, eu estava muito ansiosa, tentando preparar as coisas, super organizando tudo, ou seja, tendo um ataque de erickisse. Impressionante como essa é a minha forma de fugir das coisas. Eu evitava encarar que era 'o último dia' exatamente preparando tudo para o dia seguinte. Ao invés de passar o dia curtindo a Ju, conversando com ela e realmente encarando o fato de que não estaríamos mais juntas o dia todo durante a semana.
Aí, é claro que a Ju teve uma das piores crises dos últimos tempos. Ok, pode ser que ela estava com uma mega dor de barriga, afinal eu andei abusando da lactose e ela estava soltando uns puns espetaculares. Mas ela estava se recusando a dormir, se recusando a sair do meu colo, se recusando a largar meu peito. Prefiro encarar como uma recusa à chegada do dia seguinte e da nossa 'separação'.
Como eu também estava nervosa, novamente reagi mal e não compreendi a angústia dela. Fiquei brava por ela não estar dormindo, brava por não conseguir terminar de organizar tudo, brava por não conseguir ir para a cama cedo. E novamente me peguei no pulo, tratando ela de forma injusta e me achando um monstro.
Provavelmente por isso tentei acordar encarando tudo de forma diferente, me desculpei (de novo) com ela e encarei o fato de frente. E olha só o resultado.
Definitivamente preciso ler o livro da Laura Gutman...

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Minha tentativa de amamentar em LD

Minha experiência com LD foi um tanto estranha. Minha intenção sempre foi amamentar assim, mas até hoje não tenho certeza se, no comecinho da vida da Ju, eu realmente consegui. Me explico: eu e meu marido somos pais de primeira viagem daqueles clássicos - não sabemos quase nada sobre bebês. Então, no começo, tínhamos muita dificuldade em saber o que a Ju queria quando chorava. A fome sempre era a primeira opção mas, caso ela chorasse pouco tempo depois de mamar, a gente olhava no relógio e pensava 'acho que não é fome, vamos tentar outra coisa'. Aí a gente embalava, tentava ajudar com cólica, cantava, dava banho...
Pode ser que ela estivesse pedindo peito, não por ter fome, mas pelas outras necessidades que o peito supre. Claro que, caso ela continuasse chorando, a gente colocava no peito de novo, independente do tempo que havia passado. NUNCA forçamos a Ju a comer com um intervalo determinado. Era mesmo falta de experiência, a gente tentando descobrir o que a Ju estava pedindo e eliminando as alternativas. Mas por causa disso nunca fui daquelas mães que o filho fica o tempo todo agarrado na teta e talvez por isso que a Ju acabe tendo agora um intervalo meio que regular de mamadas e não costume chorar muito para pedir teta nem a dormir no peito.
Agora acho mais fácil perceber o poder da teta: de acalmar, de ajudar na dor de barriga, de passar carinho. Não hesito em colocá-la no peito a hora que for. Bem no momento que volto a trabalhar e ela vai mamar na mamadeira durante o dia... Infelizmente, ela vai receber a parte 'física' do meu leite, que vai ser ordenhado e enviado para a escolinha, e parte de carinho vai ficar por conta das tias e do pai durante o dia. Mas vai ser toda minha durante a noite e finais de semana.

sábado, 23 de julho de 2011

Ai, que burra, dá zero pra ela!

Essa dificuldade que a Ju está tendo de se alimentar na escolinha foi motivo de várias conversas com outras amigas mães, para ver se eu consigo chegar em uma alternativa e não ficar muito preocupada. E é claro que, como sempre, todas elas ajudam muito. Sou muito grata por ter o apoio de todas essas mamíferas.
Durante uma dessas conversas, mencionei que minha única preocupação na verdade era com alguma implicância da pediatra, que poderia sugerir um leite complementar (que está fora de cogitação) ou o adiantamento da introdução de outros alimentos (o que eu consideraria, se fosse o caso). E o conselho da amiga foi um 'e por que cargas d'água você precisa contar tudo para a pediatra?'.
Eu sei que isso é verdade, mas ainda não consigo deixar de falar as coisas para ela. Ainda enxergo a figura da pediatra como alguém que sabe muito mais do que eu e que, caso eu esconda alguma coisa dela e essa coisa possa gerar um problema, a culpa vai ser toda minha. A doutora, apesar de ser super humanizada e tranquila, ainda me intimida MUITO. Parece que ela é a pessoa que, oficialmente, vai julgar minha performance como mãe.
Claro que, no fim, falei para ela querendo ter certeza de uma coisa que eu já tinha: não tem nenhum problema se a Ju não quiser mamar na escolinha. Eu já sabia disso, mas precisava do aval dela. Acho que ainda falta um longo caminho até eu ter total confiança no meu instinto de mãe e me empoderar como mulher.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Tá na hora da escolinha

A Ju começou no berçário segunda-feira. Estamos na fase de adaptação, que vai durar 2 semanas. Nesse período o tempo que ela fica lá aumenta de pouco em pouco, teoricamente para ela e nós nos acostumarmos.
O primeiro dia, o mais assustador de todos, foi super tranquilo. Eu fiquei o tempo todo na recepção, pois não estava preparada pra me separar totalmente. Ela entrou no berçário super bem, no colo da tia. Depois de um tempo, ouvi ela chorando e fiquei meio mal, mas a tia logo me chamou para ir espiar e eu vi que ela estava no colo, brigando com o sono do mesmo jeito que faz em casa. Tentaram dar mamadeira, ela não aceitou, dormiu e fomos embora quando ela acordou. Saiu de lá super bem, sorrindo e brincando.
Fiquei MEGA tranquila. No dia seguinte ela de novo chegou bem, deu uma resmungada na hora de ficar no colo da tia, mas antes de entrar na escola já tinha parado. Fomos no mercado para pensar em outra coisa. Cheguei lá para buscá-la, descobri que ela deu um pouco mais de trabalho. Não mamou de novo e não aceitou o berço. Só dormiu 20 minutos no colo e estava morta de sono quando a gente chegou. Fomos pra casa e ela mamou um montão e dormiu quase 2 horas seguidas!
Hoje, terceiro dia, foi estranho. Novamente ela não estranhou a tia, mas chorou um pouco mais para entrar. Conclusão: saí de lá destruída. Cheguei em casa e chorei por meia hora... Nossa, é tão injusto. Fiquei revoltada! Isso porque sei que a escola é boa e as tias são carinhosas. Mas acho muito violento forçar um bebê de 4 meses a se acostumar a ficar longe da mãe e a não mamar no peito durante esse período. Isso me arrebenta por dentro... Quando tinha passado 1 hora que ela estava lá, a tia me ligou para avisar que ela não tinha mamado de novo e que estava no berço dormindo. Mesmo assim eu tirei leite em casa. Afinal, quanto mais tira, mais produz. Fui buscá-la e fiquei sabendo que ela ainda estava no berço. Dormiu 1h40min! Eu fui espiar e ela acabou acordando com a minha presença. Fomos embora com ela super feliz e contente. O mais engraçado é que ela não pediu teta assim que chegamos, nem chorou, ficou super alegrinha. Eu que fiquei preocupada e ofereci. Ela pegou, claro, mas nada absurdo. Depois de 1 hora pegou de novo, mamou um monte e continuou mamando bem o dia todo.
Como um todo, a experiência não está sendo ruim. Eu estou tentando passar tranquilidade pra ela e as tias estão sendo compreensivas e respeitando a personalidade e o ritmo dela. Mas dói, mesmo assim. Não sou daquelas mães que fica no carro chorando e acabam passando essa angústia pro filho, acho que isso ajuda. Mas hoje eu fiquei bem triste quando saí de lá. Na verdade, acho que vamos ter dias de altos e baixos, não vai ter jeito. E, querendo ou não, a gente se acostuma a tudo nessa vida. Por mais que seja uma coisa forçada e injusta.

sábado, 16 de julho de 2011

Confissões de adoles... opa, de mãe

Depois de amanhã a Ju começa no berçário e, apesar de eu ter sofrido um bom tanto por causa disso, preciso confessar que já estou bem mais tranquila. Eu aceitei que estou fazendo o melhor que posso e que a gente vai aprender a viver com isso.
Além dessa confissão, tenho mais 3 pecadinhos relacionados a essa nova fase:
1) O fato de que, com o berçário e o trabalho, nossos dias passarão a ser mais iguais e previsíveis e a tendência de a Ju assim adquirir alguns hábitos e acertar um pouco a sua rotina me agrada. Sim, eu sei que isso era obrigação minha e que eu não poderia depender do fim da licença para dar estabilidade ao dia a dia da Ju, mas o fato é que eu não consegui e não quis fazer isso. Só que o ritmo anárquico da Ju me estressa e frustra demais. Além disso, realmente acho que ela vai responder bem à rotininha pré definida. Ela claramente se altera com mudanças de ambientes, horários e pessoas e deve estar precisando de um ritmo mais certinho.
2) Ela vai tomar mamadeira. Pelo menos eu sei que primeiro tentamos o copinho. Mas a mamadeira me deixa mais tranquila de que ela vai mamar o suficiente. Afinal, até agora só conseguimos fazer ela tomar no máximo 20ml no copinho, depois de muito tempo e dedicação do Fabio. Duvido que as tias da escolinha terão 1/3 da paciência dele. E, caso ela ameace desmamar, a gente joga as mamadeiras fora e volta para o copinho.
3) Uma parte da minha angústia pela volta ao trabalho não era por deixar a Ju. Era pela volta ao trabalho em si. Eu não quero voltar. E a esperança de largar o emprego que eu tinha quando engravidei foi por água abaixo. E isso também me aflige.
Bom, agora posso passar pela penitência e ser perdoada, certo?

terça-feira, 12 de julho de 2011

São dois pra lá e dois pra cá

As pessoas me falam que bebês são anárquicos e inconstrantes mas eu tenho muita dificuldade para entender e aceitar isso. E cada mudança de comportamento da Ju é um sofrimento pra mim.
A gente teve um período ótimo nos últimos dias. Ela dormiu bem, eu conseguia fazer ela dormir sem muita dificuldade, ela ficava na cama ou no berço, estava com os horários de mamadas reguladinhos. Na minha cabeça sistemática e maníaca por padrão, estava tudo perfeito. Eu entendendo a Ju com base no relógio.
E aí já comecei a pensar, pela quinquilhonésima vez, 'acho que agora ela entrou no eixo, adquiriu um padrão; já sei que ela dorme de X em X horas, mama de X em X horas, faz cocô de X em X horas'. E vou toda feliz planejar meu dia tintim por tintim e definir exatamente como vou descrever a Ju no formulário do berçário. E, pela quinquilhonésima vez, dou com os burros n'água.
Hoje ela está toda 'desregulada'. Mamou meio aleatoriamente, não dormiu direito, não conseguiu sair do colo para dormir, está super chorona, sensível, carente e assustada. E eu quase comecei com a mesma neura de ficar chateada e frustrada, pensando que eu não consigo conhecer minha própria filha, não a entendo, que ela não se adapta, e todo aquele dramalhão mexicano.
Digo quase porque estou fazendo um esforço sobrehumano pra tentar entender que ela simplesmente está num dia ruim, que todas as pessoas tem dias ruins e que esses dias serão mais comuns do que eu gostaria. Pra entender que as coisas não são como eu planejo e que eu preciso aceitar e lidar com isso. E aprender que, toda vez que eu abuso da previsibilidade da Ju, passando a deixar ela mais no carrinho do que no colo, cobrando uma regularidade de horários que ela não tem e não dando a devida atenção a ela, a pequena me trás de volta, me lembra do que eu realmente tenho que me preocupar e me dá uma bela de uma bronca.
Hoje quero terminar o dia pensando que foi ruim, mas passou e que eu estive com ela durante esse período. E pensar que amanhã é outro dia, que eu não tenho idéia de como vai ser. E só isso.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Ambições

Objetivo de vida da Ju: Conseguir colocar a chupeta na boca sem ajuda.
Meu objetivo de vida: Tirar a chupeta do alcance dela assim que ela conseguir.

Obrigada pela sua opinião #NOT

Impressionante como uma mãe com seu bebê chama a atenção das pessoas. Isso a gente entende, afinal bebês são a coisa mais cativante do mundo. Mas porque as pessoas acham que tem o direito de meter o bedelho sem serem solicitadas???
Já ouvi de tudo, de completos estranhos. Inclusive já tive minha escolha de bebida em um restaurante reprovada pela garçonete 'porque suco de limão dá cólica no bebê'. Mas ontem foi o cúmulo do absurdo.
Estava em uma padaria, tomando chá da tarde com amigos, comemorando o aniversário da Renata. A Ju estava com dificuldades para dormir, pois aquele barulho e luzes atrapalham. Então, é óbvio, que ela estava começando a ficar chatinha e, por isso, resolvi me preparar para ir embora. Fui no balcão buscar o cardápio para levar um lanche para o marido, quando a Ju começou a berrar. Eu estava com bebê chorando, telefone no ouvido e cardápio na mão, então devia estar com uma cara Ó-TE-MA. Resolvi sair de lá e ir para um canto mais quietinho, quando a moça que estava atrás do balcão, funcionária da padaria, parou na nossa frente. Olhou para minha cara e disse, quase intimando: 'o que é que ela tem?'. Eu respondi 'está com soninho', tentando me livrar dela e continuar meu caminho. A vaca (sorry, tô com raiva) pegou na mão da minha filha (ODEIO quando desconhecidos fazem isso!!!) e me disse: 'essa menina está com cólica; ela está com alguma dor', como se fosse a dona da verdade. A Mari, muito mais desbocada e corajosa que eu, responde um 'ela não tá com dor, ela é assim mesmo'. Adorei! Mas a pessoa não se convenceu e me disse: 'coloca a mão na barriga dela e aperta'. Eu só respondi um 'ok, pode deixar' e vazei o mais rápido que consegui.
Gente, eu aceito o fato de que tenho cara de mãe de primeira viagem, que muitas vezes não faço idéia do que tô fazendo e que as outras pessoas querem na boa vontade me passar sua experiência e me ajudar. Mas existe uma baita diferença entre 'nossa, tadinha, será que ela não está com cólica? o que você acha de colocar a mão na barriguinha dela? talvez ajude' e aquelas ordens que eu ouvi ontem, de alguém que nunca me viu mais magra (estou amamentando, né? ahahah).
Que ódio! Eu não estava matando a menina, ela parou de chorar assim que saímos da frente da mulher (quem sabe o problema não era esse, né?) e, querendo ou não, ela é MINHA FILHA. Posso ter o direito de aprender as coisas sozinha? De pedir ajuda para as pessoas que EU escolher nos momentos que EU decidir que preciso?
Então, estranhos, se controlem e limitem-se a dizer que minha filha é linda, porque isso eu sei que é verdade.

sábado, 9 de julho de 2011

Relato de parto

Aproveitando a data, vou publicar o meu relato do parto da Ju, originalmente postado no blog da Renata.


Minha gravidez foi totalmente planejada. Eu e o Fabio decidimos quando eu iria parar de tomar pílula e ficamos esperando. Como demorou um pouco e eu tenho problema com cistos nos ovários (um deles aproveitou a falta de pílula e resolveu crescer horrores), tomei um remédio para estimular a ovulação e pronto: engravidei.
A gestação inteira foi tranquilíssima. Nem parecia que eu estava grávida. Eu sempre me recusei a virar aquelas grávidas que acham que não podem fazer nada. Menos de uma semana antes da Julia nascer eu estava na balada, curtindo a despedida da barriga do jeito que gosto.
Na minha família a cesárea sempre foi considerada uma opção para emergências ou necessidade médica real. O parto normal é o jeito certo de o nascimento acontecer, é melhor para a mãe e para o bebê, por isso nunca foi uma dúvida na minha cabeça.
Então, querendo me preparar da melhor forma possível, assim que soube que estava grávida, entrei em contato com uma fisioterapeuta que haviam me indicado por trabalhar especificamente com gestantes. Foi assim que conheci a Renata. E ela me apresentou o mundo do parto humanizado e do trabalho da doula. Um mundo que eu desconhecia. Sempre ouvi falar em parto natural, com aqueles relatos lindos de parto na água ou ‘no meio do mato’, mas sempre achei que era uma coisa meio hippie e distante. Conforme fui conhecendo esse mundo, fui percebendo o quanto queria fazer parte dele.
Acontece que a Renata também me apresentou o mundo da obstetrícia moderna. Eu não fazia idéia do quanto o nascimento de um bebê havia se tornado um evento frio, mecânico, sem a participação efetiva da mãe e da família. Acabei me tocando de que meu médico não faria mais parte do parto da minha filha. Não que ele não seja um bom médico. Na verdade, ele sempre foi ótimo comigo e eu e o Fabio gostamos muito dele. Acontece que as nossas linhas de pensamento não batiam. Por isso, procurei um novo profissional, voltado para a linha humanista, para me acompanhar. Passei a fazer o pré-natal com a Dra. Mariana, que trabalha exatamente da forma que eu queria.
Passei todo o período da gestação me exercitando, lendo muito e me preparando física e psicologicamente para o parto. Aliás, a gestação toda foi isso: planejamento, planejamento, planejamento. Tenho certeza que muita gente vai ler isso e achar um absurdo. Eu e o Fabio estávamos super tranqüilos e isso provavelmente passou a mensagem de que éramos relaxados ou despreocupados demais. O enxoval foi comprado no último minuto, a mala da maternidade foi arrumada no último segundo. Mas algo nos dizia que essas coisas como quartinho e malas eram o de menos. O principal era garantir o parto e a chegada da bebê da forma que queríamos. Além do mais, eu tinha certeza absoluta que a Julia iria vir com 41 semanas de gestação. Eu já havia até verificado o dia da virada da lua cheia. Pronto. Estava ‘decidido’ o dia que ela nasceria.
Mas, a partir da 39ª semana estava me sentindo estranha. Comecei a arrumar as coisas sei lá porque e a sentir o corpo diferente. Quando estava com 39 semanas e 2 dias, comecei o dia ainda um pouco mais estranha, mas nada que me chamasse a atenção. Logo de manhã, eu e o Fabio aproveitamos para ‘namorar’ um pouco. Sabíamos que é bom para o fim da gestação e, além disso, queríamos manter a intimidade do casal até o mais próximo possível do parto, já que a vida com o recém nascido em casa muda muito e essas coisas acabam ficando para segundo plano.
Continuei tendo um dia muito ativo. De manhã lavei roupa e limpei a casa. Fui no consultório médico depois do almoço. Foi lá que as contrações de BH, muito freqüentes nos últimos dias, passaram a ser um pouco doloridas na base da barriga. A Dra. Mariana disse que elas eram fracas e que a dor provavelmente era da bebê descendo um pouco. Depois da consulta fui buscar o carrinho e o bebê conforto na loja, fiz compras no supermercado, carreguei tudo até em casa, fui buscar o marido no trabalho. Tudo isso com as contrações, mas ainda sem dar muita bola para elas.
Por volta das 10h da noite, conversando com a Renata e a Mari no MSN (Mari é uma amiga apresentada para mim pela Renata, que foi doula no seu PD; hoje é uma amiga queridíssima que, assim como a Renata, me ajudou e ajuda MUITO com as questões de gestação, parto e bebê), comentei das contrações e comecei a monitorar a freqüência delas no relógio do computador. Elas vinham mais ou menos a cada 14 minutos. Conclui que os alarmes falsos começariam e que o parto em si provavelmente seria em alguns dias. Fui dormir.
Levantei mais ou menos a 1h30 da manhã, as contrações incomodavam. Como o Fabio estava trabalhando na sala, fiquei com ele monitorando o tempo e batendo papo. Agora elas vinham a cada 10 minutos. Não consegui voltar para a cama. Fiquei na sala mesmo, cochilando no sofá e monitorando o tempo. A freqüência diminuiu para a cada 5 minutos e a dor ficou um pouco mais chata. Eu caminhava pela casa, respirando e planejando o dia seguinte.
Quando deu 5h da manhã, senti uma contração bem forte, fui para o banheiro e lá um pouquinho de líquido com um pouco de sangue escorreu. ‘Deve ser a bolsa’, pensei. Acordei o marido e liguei para a Renata, que combinou de vir para a minha casa por volta das 7h00. Acontece que, depois desse episódio, as contrações passaram a doer bem mais e a ficar bem mais rápidas. Fabio começou a marcar o tempo comigo e vimos que o intervalo era de 2 minutos ou menos. Era hora de finalizar a mala da maternidade, carregar o carro e ligar para a médica.
A Renata chegou e já me achou entregue. Eu estava chorando e assustadíssima com a rapidez e a intensidade daquilo tudo. A dor havia aumentado demais de uma hora para outra e, sabendo a teoria do trabalho de parto, eu imaginava que iria ficar horas e horas naquilo e me desesperei. Mais importante que isso: eu não queria aceitar que, depois de ter tudo perfeitamente desenhado na minha cabeça, eu iria fraquejar tão cedo. Afinal, o trabalho de parto seria gradativo, eu iria trabalhando a dor na minha cabeça conforme ela viesse e aumentasse, e a parte dura mesmo seria no fim. Pois é, meu parto estava todo definido na minha cabeça. E eu estar morrendo de medo da dor tão no começo de tudo era um fracasso muito grande. Chorava de decepção.
A médica chegou por volta das 8h30 e me examinou. ‘O colo está fino como um papel’, ela disse, mas eu já me achava uma medrosa fracassada. Ela voltou para o consultório e viria me ver de novo na hora do almoço. Depois fui ficar sabendo que ela chamou o Fabio no canto e disse que a dilatação era de apenas 1 cm, que eles precisariam me acalmar e me fazer descansar, pois ainda iria demorar um pouco.
A Renata e o Fabio foram me ajudando a tentar aceitar a dor das contrações. Por um tempinho até consegui cochilar entre elas, mesmo com um intervalo tão curto. Mas volta e meia eu voltava a me desesperar e chorar. ‘Que dor era aquela? Não era para ser assim, tão rápido! Imagine se for doer assim, aumentando de intensidade, até a madrugada! Eu nunca iria conseguir!’. Nessa hora o apoio da Renata e do Fabio foram a coisa mais importante do mundo. As massagens e as palavras, mesmo eu não aceitando os argumentos deles.
Em um desses momentos mais ‘punk’, a Renata sugeriu o chuveiro. Provavelmente um pouco de água quente iria me acalmar e eu conseguiria levar mais algumas horinhas. Fiquei lá não sei quanto tempo. Com a Renata conversando comigo, enquanto eu chorava. E foi ali, no chuveiro, que a vontade de empurrar no fim de cada contração, começou a ficar mais intensa. Como a Dra. Mariana disse que eu poderia empurrar se tivesse vontade (afinal, a bebê nem havia encaixado ainda e provavelmente estava fazendo isso), eu fui obedecendo ao que o corpo pedia.
Todo aquele tempo debaixo do chuveiro quente e empurrando me deu um pouquinho de força. Resolvemos que eu iria sair e ir para a cama. Acontece que, saindo de baixo da ducha, veio outra contração bem forte e acabei sentando no vaso. A posição ali era boa e relativamente confortável, resolvi ficar. A Renata saiu do banheiro e me deixou sozinha com o Fabio, sentado no chão na minha frente. Ficamos lá um tempão, sozinhos, quase sem falar nada. Ele apenas me acompanhando, me apoiando, enquanto eu gritava e fazia força. Muita força.
A pressão embaixo começou a aumentar e a vontade de empurrar ficou incontrolável. Pedi para o Fabio chamar a Renata, que me explicou que a pressão era normal. ‘Mas, Re, está MUITO forte. Estou sentindo uma bola. Dá uma olhada para mim.’. Foi nesse momento que ouvi: ‘Olha, cabelinhos!’.
Pois é, a bebê estava coroando. Ia acontecer, daqui a pouco. Fui tomada por um pânico de não estar no hospital, de não ter uma médica ao lado, de estar numa fase do parto completamente diferente da que eu achava que estava e pedi ajuda para a Renata. Mas, ao mesmo tempo, fui tomada por uma força e confiança que vieram não sei de onde e comecei a empurrar mais ainda.
Ouvi a Renata pedir para o Fabio ligar para a médica. Ouvi o Fabio ligando e dizendo ‘Dra., então, está nascen... Nasceu!’. E nessa hora a Julia saiu. Inteirinha, de uma vez, em uma única contração. A Renata amparou e me ajudou a pegá-la. E eu fiquei com cara de tonta, olhando um para a nenê minúscula chorando no meu colo, pensando ‘Que diabos aconteceu aqui???’. Em 2 horas eu havia dilatado os 9 cm restantes e passado por todo o período expulsivo. Agora entendo a força, a rapidez e a intensidade das dores...
Sei que nesse tempo o Fabio conversou com a Dra. Mariana, a Renata também, eles me ajudaram a ir para o quarto e esperar que as médicas viessem cuidar de mim e da Julia Mas eu não lembro muito bem como foi essa parte. De repente as médicas estavam lá, eu e a Julia estávamos bem.
Foi a experiência mais surreal e maravilhosa que já tive. Acabou sendo em casa, o ambiente perfeito para um nascimento, com a presença de quem me entendia e me ajudou a passar por isso.
A Renata foi a doula perfeita. Me conhecia desde o início da gestação, sabia o que fazer e o que dizer (ou não dizer) e teve toda a paciência do mundo comigo. Além de passar toda a segurança que a gente precisava num momento como esse. E tenho certeza que ela vai lembrar para sempre de ter amparado a Julia.
O Fabio foi o marido mais perfeito que eu poderia ter. Me emociono toda vez que penso no nosso momento de quase silêncio no banheiro, com ele do meu lado me apoiando. E agora tem se mostrado um pai magnífico. Participativo, amoroso, corajoso.
Esse parto foi perfeito. Exatamente por ter sido completamente fora do que eu imaginava que seria. O perfeito na minha cabeça deu lugar ao perfeito real, vivido e sentido por nós. E a Julia já veio ao mundo ensinando uma lição valiosa para a mãe dela. Espero que o nascimento da minha filha me ajude a entender e superar esse comportamento controlador e me ajude a viver mais as coisas como elas são e não como eu acho que elas deveriam ser.


Para quem quiser ler a versão da Renata, é só acessar aqui.

'É como se eu tivesse esperado toda vida pra te embalar'



Hoje faz 1 ano que descobri que estava grávida. Eu já estava suspeitando e, antes de ir para a Unicamp fazer meu treino (tava naquela fase da vida que a gente finge ser atlética), resolvi fazer o teste de farmácia. Deu um 'positivo' tímido, eu não tinha certeza se estava ou não, nem sabia o que sentir. E ficava perguntando o tempo todo pro Fabio 'amor, será?' e ele respondia 'claro que tá!'.
Faz só 1 ano. Muito pouco tempo para o tanto que minha vida mudou. Eu já nem lembro de mim antes da Ju existir. Fiz amigas, descobri como se faz parto nesse país, conheci minhas preferências, busquei a realização do que queria, tive muito medo, superei a dor, tive apoio de quem me ama, conheci o ser mais precioso do mundo, me doei para ela, tive muito mais medo ainda, estou superando esse medo a cada dia. Sou a mesma pessoa, mas completamente diferente. Hoje choro com coisas que não chorava antes, sinto falta de ar se pensar no que pode acontecer com ela, torço para que consiga dar o meu melhor, erro e acerto o tempo todo. Penso muito nos meus pais e em mim como filha, me arrependo de muita coisa, admiro os dois e os enxergo de outra forma. Me preocupo com o que não tinha importância, penso em assuntos que não me interessavam, tomo decisões pensando que elas atingem alguém que depende 100% de mim.
Sou absolutamente grata por tudo. Grata ao que a vinda da Ju proporcionou, grata ao Fabio por me ajudar nesse caminho, grata aos amigos que fazem parte da minha vida. E grata por poder sentir o maior amor do mundo.
PS: O título é o refrão da música 'Reconhecimento', do Projeto Acalanto.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Música infantil

Estou ouvindo 'Casa de Brinquedos' com a Ju. Que álbum fantástico! Isso sim é música infantil. O próximo a ser baixado é 'A Arca de Noé', sem dúvida.

domingo, 3 de julho de 2011

Comédia pastelão

Ontem fui (enfim) esterilizar a bomba para ordenhar leite materno e um pote para armazená-lo. Eu já tinha planejado começar os treinos com o copinho nessa semana, para termos um tempinho de comprar uma mamadeira caso seja necessário, mas confesso que o encontro no Grupo Vínculo ontem me assustou. Várias mães dizendo o quanto foi difícil os bebês pegarem a mamadeira, contando o tempão que levou e o tanto de bicos diferentes que tentaram. Por isso, percebi que preciso acelerar o processo e torcer para a Ju não ter muita dificuldade com o copo ou com a primeira mamadeira que a gente tentar. Afinal, temos apenas 15 dias até ela começar no berçário.
Meu deus, que coisa ridícula que foi aquilo! Eu não sabia qual panela usar, coloquei pouca água, me embananei para achar um lugar para colocar os utensílios para secar. Ainda tenho que rebolar para esterilizar instrumentos numa casa com 2 gatos extremamente curiosos. Fiz uma lambança na hora de tirar da panela, consegui queimar o dedo na água fervente, levei um tempão para fazer tudo.
Não vejo a hora de entrar no ritmo e já fazer tudo isso quase que no piloto automático. Porque se for do jeito que foi ontem estou ferrada. Seria mega estressante passar por essa novela da esterilização depois de um dia todo no trabalho, com saudade da filha, ela também com saudade exigindo minha presença, ainda tendo coisas da casa para cuidar e o dia seguinte para organizar.
Mas a prática só vem com a repetição, né? Toca ferver potinho todo dia nessa bagunça até pegar o ritmo.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Oh, crapy day

Já faz um tempo que estamos tendo muita dificuldade para fazer a Ju dormir: ela se recusa a ficar deitada no colo, não aceita chupeta, paninho nem nada que remeta à soneca, brinca até ficar irritada, acaba dormindo sentada no colo, olhando para frente, vencida pelo sono. E normalmente esse processo acontece com muito choro e pais exaustos.
Ontem foi um dia péssimo. Todos os cochilos da Ju foram na base do berreiro, ela ficou o dia todo no colo, mas apenas na posição que ela prefere (virada para frente), não aceitou sling. Eu estava cansada e frustrada.
Eu sinto que não conheço minha filha, que não consigo perceber quando ela está com sono ou fome ou frio, que não sei do que ela gosta. Além disso, me irrita muito saber que as coisas com a Ju não duram. Até uns dias atrás a gente tinha 'pegado a manha' de fazê-la dormir: ela amava a chupeta + o paninho. Dormia cedo e acordava cedo. De repente, de um dia para o outro, as coisas já não servem mais pra ela e a menina dorme as 11h da noite depois de muito esforço. Me sinto uma incompetente. Penso naquelas conversas de grupos de mães onde elas contam como são seus filhos e do que eles gostam: 'Fulaninho dorme toda manhã por 2 horas e depois do almoço por mais 2 horas', 'Olha, o Beltraninho está com fome, conheço esse choro', 'Ah, a Ciclaninha acorda 2 vezes durante a noite, às 2h e às 4h da manhã'. Com a Ju é impossível fazer qualquer afirmação, cada dia é um dia diferente. Tem hora que odeio isso com todas as minhas forças, porque realmente me sinto uma mãe incompetente que não conhece a própria filha.
E era isso, misturado com muito sono, cansaço e angústia (provavelmente por causa da porcaria da volta ao trabalho... fico batendo na mesma tecla, né?) que eu estava sentindo ontem. Conclusão: no fim do dia, quando era mais de 9h da noite e ela ainda estava dando show, eu me vi sendo bruta ao movimentá-la e ríspida ao dizer coisas do tipo 'o que é que você quer?', 'cala a boca e dorme', 'como você está chata'. E, ao perceber isso, explodi de chorar.
Uma das coisas mais importantes da maternidade é o fato de que não tem como fugir da raia. Você tem um dia péssimo, pensa em desistir, faz merda, se toca, chora muito, reflete e vai dormir. E aí, no dia seguinte, a coisa está lá, de novo, para você enfrentar. E vai aprendendo e melhorando a cada dia.
Hoje foi melhor. Não foi perfeito, mas acho que isso nunca é...

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Chá com bolinho

Ontem foi dia de sair para tomar um chá com a madrinha da Ju, minha BFF (haahah). Foi uma delícia deixar de falar tanto sobre nenê (um pouco eu tive que falar mesmo, meu assunto principal e quase único é esse) para falar de outras coisas, dar um monte de risadas, comentar sobre o povo que estava na cafeteria. E mais legal ainda é ver a Quel toda babante na Ju, ficando emocionada quando a pequena dorme no colo dela. Amiga, te amo muito!!!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Detalhe

Hoje é 27 de junho e minha licença vai até 27 de julho. Só percebi isso depois de escrever o último post. Hmmm...

Meu reino por um emprego meio período

Hoje é um daqueles dias em que estou inconformada com voltar a trabalhar. Meus dias variam entre aquela força interior que passa por cima da tristeza e pensa 'vamos lá, vai dar tudo certo e você vai fazer o melhor possível para ela' e dias que nem hoje, que o pessimismo me consome.
Começo a pensar no meu dia a dia depois da volta ao trabalho e quase surto. Eu vou acordar cedo, me arrumar e arrumar a Ju, deixá-la no berçário. Depois o Fabio vai buscá-la e ficar com ela em casa à tarde. Aí eu chego em casa, no começo da noite, para ficar com ela e cuidar de todo o resto.
Ou seja, ela vai receber estímulos de outras pessoas, ser alimentada por outras pessoas, chorar e não ser atendida com rapidez (no caso do período que ela passará no berçário), ficar longe do colo e do peito da mãe. Eu vou chegar em casa quando ela já estará praticamente dormindo e vou ficar pouquíssimo tempo com ela acordada. Todas as noites ainda vou ter que dar conta de potes a serem esterelizados, papinhas para o dia seguinte, serviços da casa. E os fins de semana vão ser recheados de tarefas como ir no mercado, visitar os avós e cuidar da casa. Vou ter vários momentos de cansaço e falta de paciência e vou acabar descontando nela e atrapalhando o nosso tempo juntas. Além de perder vários momentos importantes e correr o risco de ela ter uma ligação mais forte com outras pessoas (sim, estou morta de ciúmes).
Aí eu leio textos do Blog Mamíferas, do MamaÉ, do FisioDoula e tantos outros, falando sobre esse modelo de maternagem que eu quero tanto praticar e todos eles me mostram que criança precisa da mãe, de colo, de peito. Que não atender ao choro imediatamente é um problema. E que a mulher tem o direito de escolher ficar em casa para cuidar dos filhos e da família.
Sim, eu sei que isso acontece com milhões de mulheres, inclusive daquelas que praticam a maternidade consciente, que a Ju vai passar só meio período no berçário, ficando o resto do dia no ambiente dela com o pai e depois com a mãe, que existem problemas muito maiores que esse e que nada disso vai matar a gente, blábláblá. Mas hoje eu tô de bode mesmo, então cala a boca e me deixa aqui com o meu egoísmo.
O ideal seria um emprego de meio período. A Ju ficaria de manhã comigo e de tarde com o Fabio, eu não ficaria me sentindo uma inútil em casa (um sentimento que hora ou outra certamente aparece), ganharia menos mas também não gastaria com o berçário. Além do que sairia da loucura que é ser um publicitário de baixo escalão hoje em dia. Quem me viu grávida sabe o quanto eu abusei (ou pior, deixei ser abusada) durante os 9 meses.
Então continuo oferecendo meu reino, meio dente da frente, meu dedo mindinho por um emprego meio período.

sábado, 25 de junho de 2011

Hormônios?

De uns dias pra cá estou a maior bichinha da paróquia. Tudo relacionado a Ju me faz chorar. Olho pra ela dormindo e choro, canto pra ela e choro, leio sobre maternidade e choro. Será que uma hora essa sensação de falta de ar de tanto amor diminui? Será que a gente se acostuma com a maternidade a ponto de não se emocionar com qualquer coisinha?
É um saco ter que admitir, mas eu concordo com aquelas pessoas que me falavam 'você só vai saber o que é ter um filho quando tiver um'. Pois é. Eu sempre ouvi falar do tal amor incondicional, mas nunca tinha sentido algo desse tipo. Uma coisa que te transborda, que chega a doer. É lindo, mas um pouco assustador.
Agora vai ser minha vez de falar que só quem é mãe sabe o que é ser mãe. E aceito que, por mais que seja um saco ouvir essa frase porque ela soa arrogante, esse sentimento é verdade em qualquer situação: só um médico sabe o que é ser médico, só quem perde algo importantíssimo na vida sabe o que é isso, só uma mãe sabe o que é ser mãe. Algumas coisas são necessárias serem vividas para serem sentidas de verdade.
Mas ainda não concordo com o 'toda mulher tem que ser mãe, você só está completa quando tem um filho'. Maternidade é uma escolha pessoal, ninguém tem obrigação de sentir desejos maternais. Até concordo com o pediatra do vídeo que vi esses dias (e esqueci totalmente do nome, mas ele escreveu 'Criança terceirizada', um livro que parece ser bem bacana): pense bem e veja se você realmente quer ter filhos. Eu queria e agora estou sentindo na pele. E agradeço todos os dias por isso.