sábado, 17 de dezembro de 2011

É tão complicado ver o povo envolvido com a humanização brigando entre si e discutindo por coisas pequenas ao invés de se concentrar na causa que, querendo ou não, é o motivo real de tudo isso. Mas também é complicado pensar que, só porque a causa é nobre, todos os profissionais envolvidos também são e, por isso, não se pode reclamar deles. Em qualquer negócio (e a humanização é um negócio - o que não é uma coisa ruim) existem profissionais de estilos diferentes de trabalho e clientes de estilos diferentes de compra. Ou seja, tem mercado para todo mundo. E as pessoas vão discordar da forma que se trabalha: se deve ou não acompanhar cesárea eletiva, se deve ou não permitir muita gente no parto, se deve ou não ter produtos atrelados ao serviço, se deve ou não dar desconto financeiro, se deve ou não atender em feriados, se deve ou não fazer diversas coisas. E essa diferenciação é saudável, pensando que vai ter profissional para todo tipo de cliente e que as discussões ajudam a enriquecer o movimento. Mas também existem, como em qualquer tipo de negócio, picaretas, mercenários, concorrência desleal. Não dá para achar que porque é humanizado é santo. Profissional ruim existe em qualquer mercado, inclusive nesse.

Pessoalmente eu tive experiências extremamente positivas: GO e neonatologista que cuidaram de mim e da Ju como ninguém, não impuseram forma de pagamento, e doula que me acompanhou a gestação toda, deu vários descontos e virou uma super amiga. E também tive experiências super negativas: gente do meio usando meu parto 'controverso' para difamar a equipe que me acompanhou e tirar clientes delas e doula que me vendeu um serviço que não tinha qualificação para entregar para, no meu ponto de vista, não perder o dinheiro.

Não estou falando sobre bafafá da vez, a doula dos kits e a outra reclamando. Até compartilhei o tal texto no Facebook, mas depois me arrependi de ter feito isso sem ter conhecimento do caso. Não sei do que estão falando o suficiente para opinar. Não trabalho nem estou envolvida com a humanização o suficiente para conhecer casos, pessoas e condutas de uma forma aprofundada e conseguir enxergar todos os pontos de vista e defender o meu.

Mas posso ter uma reles opinião de consumidora. E as minhas experiências pessoais com profissionais humanizados me fizeram ver que até nesse mundo existe todo tipo de conduta profissional.

Meu medo é que essa parcela de trabalhadores, por já serem tão perseguidos pela sociedade, colegas e organizações de classe, se tornem tão fechados ao ponto de não se permitirem serem questionados.

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