sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

O ano que mudou tudo

2010 foi muito importante. Foi quando nós te desejamos e descobrimos que você estava a caminho. E aí começamos a preparação para sua chegada. Mas foi em 2011 que você chegou. E foi quando eu descobri que nunca estaria preparada para tudo o que viria.
Viria uma família, uma mãe e um pai nascendo. Viria a coragem para questionar alguns padrões, a busca por informações e a humildade de muitas vezes não saber o que fazer, mas enfrentar assim mesmo. Viria um marido que se encontrou na paternidade e virou um baita companheiro e pai. Viria o maior amor do mundo, daqueles que dá falta de ar e embrulha o estômago só de imaginar algo de ruim acontecendo.
Em 2011 eu me descobri mulher. Mulher fêmea, que gera, gesta, pare, amamenta, cria, cuida. Me peguei cheia de dúvidas, pensando em coisas que nunca pensaria, sentindo coisas que nunca sentiria. Me vi cercada de pessoas que pensam parecido, que me acolheram, me mostraram caminhos, me deram força para tomar minhas próprias decisões. E, em 2011, me percebi capaz.
Feliz ano novo, filha amada. Que em 2012 e em todos os próximos anos você continue me mostrando a vida e me ensinando a viver. Não se sinta pressionada, pois essa não é sua função ou sua obrigação. Mas saiba que isso é, simplesmente, a consequência da sua existência.

Os conceitos enraizados

Nos últimos dias, que estava um calor infernal, a Ju andava bem inapetente. Estava comendo bem frutas, sucos, gelatina, iogurte e teta, mas a comida que é bom, nada. Muito provavelmente era culpa do calor, ela sofre que nem eu (odeio verão), não conseguia dormir nem comer direito. E pode até ser que tivesse alguma coisa junto, tipo um dente ou uma crise ou whatever.
O engraçado é que, mesmo sabendo que não tem problema algum, que a criança sabe do que precisa, que não vai ficar com fome tendo comida à disposição, que o leite materno é a principal fonte de nutrientes nesse primeiro ano de vida e blablablabla, eu não podia deixar de ficar frustrada. Porque ela talvez não gostasse da minha comida, porque eu estava tendo que fazer e jogar fora, porque ela não chegava no fundo do pratinho, porque ela recusava.
E aí eu acabava soltando uns 'come só um pouquinho pra mamãe, por favor', 'eu fiz a comida com tanto amor e você recusa' ou até uns 'não vai comer DE NOVO, Julia?'. E me via insistindo e oferecendo algumas vezes depois da recusa 'só para ter certeza'. Nitidamente ela aceitava meio que a contragosto.
Engraçado como alguns comportamentos são difíceis demais de mudar. A gente sabe a teoria, concorda com ela e jura que vai ser assim, mas na prática precisa ainda de muito treino.

And the Oscar goes to...

Jujuba aprendeu a chorar de mentira. Fica fazendo charminho. Eu mereço, né? Que que eu faço? Esquento a bunda dela? HAHAHAHA!

Juntos chegaremos lá

Hoje a Ju oficialmente começou a engatinhar. Ontem eu e o Fabio vimos ela ir para frente, mas foi meio rápido e em um espacinho meio pequeno demais, mas hoje deu para ter certeza absoluta de que foi mesmo uma engatinhada. Ela ainda engatinha como uma aprendiz, mas sei que daqui a pouco vai estar expert nessa nova habilidade.
É engraçado como o engatinhar mostrou um monte de coisas para mim. Primeiro o quanto eu sou afobada. O quanto tenho dificuldade em respeitar de verdade o tempo dela. Eu não forcei nem nada, não tentei eu mesma ensinar como faz, nem dei sinais de que estava brava ou chateada porque ela não estava ainda engatinhando. Eu não fiquei brava ou chateada, longe disso. Mas me vi várias (váaaaaaaaaaasias) vezes comparando a Ju com outros bebês. E sempre com aqueles que começaram a engatinhar antes dela, que começaram a andar super cedo, que são super enérgicos e fazem coisas que ela não faz. E pra que, né? Totalmente inútil.
Além disso, consegui perceber o quanto ela é cautelosa. TUDO que ela faz, todos os seus movimentos são pensados e analisados (dentro da realidade de um bebê, é claro). Se ela bate a cabeça em alguma coisa, passa os minutos seguintes checando se essa coisa ainda está ali e a qual distância, batendo a cabeça devagar para ver se dói, se movimentando devagarzinho perto da tal coisa. Fiquei impressionada, até.
E também consegui perceber como ela lida com as frustrações. Primeiro vi o quanto ela se sente ofendida e magoada quando alguém vem ensinar alguma coisa meio à força, meio imposto. O dia que o marido da Evellyn tentou mostrar para ela como fazer para engatinhar, pegando os joelhinhos e mãozinhas e fazendo o movimento, foi incrível. Ela chorou MUITO, toda sentida. Eu até achei que fosse porque ela não conhece o Guilherme direito, mas o Fabio disse que já tinha tentando uma vez fazer isso e que a reação foi a mesma. Absolutamente idêntica a mim, né? Depois percebi o jeito dela reagir quando não consegue alguma coisa. Ela chora, desiste rápido, fica chateada. Não fica revoltada (não muito), não dá escândalos raivosos, mas se chateia. Realmente é uma criança sensível, que eu vou ter que aprender a lidar.
Agora o negócio é ajeitar a casa para ter um bebê engatinhante.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Balanço do primeiro natal da Ju

Eu já estava apreensiva uns 3 dias antes do natal, pois sabia que a festa é cheia de gente, movimentada, de noite, e que a Ju não está acostumada com nada disso. Já imaginava alguém insinuando que eu deveria dar comida da ceia ou refrigerante para ela, deixá-la acordada até tarde no meio da zona ou passar de colo em colo com a desculpa do "Mas é natal. Coitada da menina". Resumindo, coisas de mãe neurótica.
Eu e o Fabio passamos o dia 24 todo explicando para ela que aquele era um dia de festa, que todo mundo ia querer ficar perto dela porque ela é muito amada mas que, quando ela ficasse cansada ou assustada, era para nos mostrar que a gente trataria de defendê-la. E assim fomos para a ceia de natal na casa dos meus sogros.
Ela chegou lá dormindo (pois estava no horário de dormir mesmo e uma volta de carro é tiro e queda). Foi direto para o quarto no andar de cima e nós ficamos curtindo a festa e dando sempre uma escapadinha para espiá-la. Por volta das 21h ela acordou, como faz em casa, e foi prontamente atendida, como fazemos em casa. Eu e o Fabio estavamos muito espertos e já corri para o quarto ao menor sinal de movimento. Dei teta, como sempre faço, mas o lugar diferente e o barulho do andar de baixo aguçaram a curiosidade da pequena, que se recusou a dormir. A safada começou a dançar no meu colo, no quarto escuro. Bom, então vamos pra festa, né?
Desci com ela, mas ficamos num canto, até ela se acostumar. A cara de sono era explícita! Todo mundo vinha aos poucos falar um oi e dar um aperto, até que ela foi se familiarizando e, depois de um tempo, estava passeando pela festa e brincando com os primos. Foi muito pouco para o colo de outras pessoas, isso ela não aceitava muito e a gente não forçava. Todo mundo que queria pegá-la no colo fazia isso, mas assim que ela se sentia incomodada e reclamava, eu ou o fabio pegávamos de volta sem nenhuma cerimônia. E muito das brincadeiras e bagunças ocorriam com ela no nosso colo mesmo.
Lá pelas 23h eu senti que o sono dela estava forte, fui de novo no quarto escuro dar teta e de novo ela me driblou. Apesar de estar passada, não quis saber de sair da bagunça. Então pedi para adiantarmos um pouco a troca de presentes. O amigo secreto foi hilário (como sempre) e depois o restante dos pacotes começou a ser distribuído.
Como era de se esperar, as crianças foram inundadas de pacotes. As maiores já rasgavam os embrulhos, empolgadíssimas, enquanto a Ju ia recebendo os dela no meu colo. E, conforme a pilha ia aumentando e ela ia sendo abordada por alguém diferente a cada 3 minutos, a coitadinha foi ficando meio em pânico, olhava para mim e soltava um barulhinho de medo, enfiava a cara no meu peito. Fui driblando, tentando não deixar ela ficar muito assustada e chorar, mas também sem ser chata com a família que estava celebrando. Depois que os pacotes acabaram, o Fabio foi guardar tudo no carro, subiu para trocá-la enquanto eu comia a sobremesa (não vou embora sem meu doce) e fomos embora.
Obviamente a pequena capotou no carro. Chegamos em casa por volta da 1h da manhã, assistimos um pouco de TV e também dormimos. Não tenho certeza absoluta da quantidade, mas lembro de pelo menos 4 vezes que a Ju acordou durante a madrugada. Acordou querendo colo, aconchego, nem era fome. E quando deu 7h30 da manhã já estava acordada de vez.
Passamos o dia 25 na casa da minha mãe, outro excesso de estímulos, pessoas, coisas e locais diferentes. Até tentamos manter um pouco da rotina dela, mas não tivemos lá muito sucesso. Ela não dormiu tanto na soneca da tarde, almoçou bem fora do horário, acabou dormindo no carro na volta e acordou fora do horário da janta. Passou o dia chorosa, só querendo saber de colo de pai e mãe, apesar de se divertir bastante com os avós e tios. Sei lá, a gente percebe quando ela está diferente.
Resolvemos começar a recuperar a bagunça quando ela acordou, umas 19h, pois estávamos só os 3 e na nossa casa. Juju tomou um banhão refrescante com o pai e mamou bastante. Aí ficou no quarto escurinho, brincando sem brinquedos ou muita bagunça. Aí foi cansando, cansando, cansando. E lutando, lutando, lutando. Acabou dormindo umas 21h30, enquanto rolava pela cama.
E dormiu até as 6h da manhã. Primeira vez EVER que dormiu a noite toda sem intervalo para mamar. De tão cansada que estava. Mamou e voltou a dormir, acordando pouco depois das 8h. Aí mantivemos a rotina e os estímulos controlados. Continuou chorosa e carente durante a manhã e as 10h30 estava dormindo de novo. Foi até 12h30. Não quis almoçar, só teta, brincou um pouco e 2h30 estava lá, dormindo de novo. Agora são 15h10 e a soneca continua. Vamos ver até onde vai. Espero que ela recupere o soninho que foi perdido.
É tão complicado equilibrar a data especial, a empolgação de todos, o direito da família de curtir a bebê e as necessidades dela. Querendo ou não, a Ju não tem idéia do que é natal e, sinceramente, não faz a menor diferença. Ela só quer saber de ter sua rotininha respeitada. Mas ao mesmo tempo a gente não pode se isolar do mundo, proteger a menina de tudo. Afinal, mudanças de rotina acontecem as vezes, a data é importante para todos e querendo ou não era o primeiro com ela. Eu tenho que virar a mãe que protege a filha o suficiente para não agredi-la, mas também não ser a nora, a cunhada ou a filha chata e frescurenta. Sei que um dia ela vai curtir o natal, as tardes na casa das avós, as festas de aniversário. Mas tudo tem seu tempo.
Só sei que o Fabio já falou que não quer fazer isso com ela de novo tão cedo. A virada de ano novo vai ser em casa, acalmando Juju e Bonnie dos sustos com as porras dos fogos de artifício. E eu agradeço todos os dias pelo aniversário de um ano cair num domingo e permitir que a festa seja de tarde.

sábado, 17 de dezembro de 2011

É tão complicado ver o povo envolvido com a humanização brigando entre si e discutindo por coisas pequenas ao invés de se concentrar na causa que, querendo ou não, é o motivo real de tudo isso. Mas também é complicado pensar que, só porque a causa é nobre, todos os profissionais envolvidos também são e, por isso, não se pode reclamar deles. Em qualquer negócio (e a humanização é um negócio - o que não é uma coisa ruim) existem profissionais de estilos diferentes de trabalho e clientes de estilos diferentes de compra. Ou seja, tem mercado para todo mundo. E as pessoas vão discordar da forma que se trabalha: se deve ou não acompanhar cesárea eletiva, se deve ou não permitir muita gente no parto, se deve ou não ter produtos atrelados ao serviço, se deve ou não dar desconto financeiro, se deve ou não atender em feriados, se deve ou não fazer diversas coisas. E essa diferenciação é saudável, pensando que vai ter profissional para todo tipo de cliente e que as discussões ajudam a enriquecer o movimento. Mas também existem, como em qualquer tipo de negócio, picaretas, mercenários, concorrência desleal. Não dá para achar que porque é humanizado é santo. Profissional ruim existe em qualquer mercado, inclusive nesse.

Pessoalmente eu tive experiências extremamente positivas: GO e neonatologista que cuidaram de mim e da Ju como ninguém, não impuseram forma de pagamento, e doula que me acompanhou a gestação toda, deu vários descontos e virou uma super amiga. E também tive experiências super negativas: gente do meio usando meu parto 'controverso' para difamar a equipe que me acompanhou e tirar clientes delas e doula que me vendeu um serviço que não tinha qualificação para entregar para, no meu ponto de vista, não perder o dinheiro.

Não estou falando sobre bafafá da vez, a doula dos kits e a outra reclamando. Até compartilhei o tal texto no Facebook, mas depois me arrependi de ter feito isso sem ter conhecimento do caso. Não sei do que estão falando o suficiente para opinar. Não trabalho nem estou envolvida com a humanização o suficiente para conhecer casos, pessoas e condutas de uma forma aprofundada e conseguir enxergar todos os pontos de vista e defender o meu.

Mas posso ter uma reles opinião de consumidora. E as minhas experiências pessoais com profissionais humanizados me fizeram ver que até nesse mundo existe todo tipo de conduta profissional.

Meu medo é que essa parcela de trabalhadores, por já serem tão perseguidos pela sociedade, colegas e organizações de classe, se tornem tão fechados ao ponto de não se permitirem serem questionados.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Põe essa menina no berço, mãe - noite 3

Ontem a Ju chegou dormindo do berçário. Fomos buscar ela mais tarde e a coitadinha dormiu no carro. Em casa não demorou muito para acordar chorando, mas acalmou na teta e voltou a dormir. Foi direto para o berço.
Daí para frente ela dava umas acordadinhas assustada, chorando, mas não chegava a despertar. Virava de lado, abraçava o travesseiro e voltava a dormir, as vezes com ajuda da chupeta. Ficou assim por umas 2 horas, mas sem acordar de verdade. Não sei qual era o problema, talvez algum pesadelo (se é que ela já tem isso) ou saudade de um corpo do lado... Uma das vezes dei teta e ela pareceu ficar mais tranquila.
E aí acalmou. E eu, cansada, fui para minha cama. Ela acordou por volta das 1h30 e eu, impressionantemente, acordei instantaneamente. Tanto que nem deu tempo de ela realmente berrar e despertar totalmente. Teta e berço. A mesma coisa aconteceu, se não me engano, as 6h00 da manhã. Realmente não lembro de ter tido outra acordada entre essas duas (zumbi é foda). Coloquei no berço, voltei para a minha cama e cochilei. Alguns minutos depois, ouvi que ela estava brincando sozinha no berço. Dei um tempinho e fui lá, falar bom dia.
É, ela parece estar bem. Eu simplesmente não sei dizer se estou fazendo mal para ela sem perceber, mas não aceito acreditar que não perceberia se realmente estivesse. A saudade é grande, mas acho que vou passar a usar a CC como uma das nossas opções. Quando ela estiver em crise, em pico de crescimento, doentinha, com saudade... Ou quando eu ou o Fabio estivermos com saudades e vontade de ter ela com a gente. Talvez no inverno a gente use com mais frequência, para ficar todo mundo junto e quentinho.
Talvez eu tenha acordado com muita facilidade durante a noite quando ela solicitou por ser a primeira noite longe e por estar muito atenta. Pode ser que, com a confiança e a 'prática', eu relaxe um pouco mais, durma mais pesado e demore mais para atendê-la. Mas também acho que não vai acontecer isso. Sempre ouço mães dizendo que o mundo pode acabar enquanto elas estão dormindo, mas se o filho respirar diferente elas acordam de sobressalto.
Só resta saber o que eu estou sentindo de verdade. Estou feliz por estar nessa nova etapa, mas com muita saudade dela comigo, com um pouco de medo de estar fazendo coisa errada e forçando a barra com ela, com medo de estimular um desmame precoce e, sinceramente, com um tiquinho de tristeza por ela estar crescendo e se distanciando.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Põe essa menina no berço, mãe - noite 2

Fui buscar a Ju no berçário e ela estava dormindo. Fiquei um bom tempo esperando ela acordar e pensando 'FO-DEU'. Meu maior medo era ela acordar elétrica e só voltar a dormir tardão da noite.
Chegamos em casa, brincamos um pouco e, quando percebi ela meio chatinha, dei banho e tete. Ela dormiu era 21h, mais ou menos. Até que foi tranquilo...
Foi direto para o berço e ficou lá enquanto eu trabalhava na sala. Deu uma resmungada por volta das 23h, eu coloquei a chupeta (menas main, menas main) e ela nem chegou a acordar.
Acordou às 3h da manhã para mamar, o que me deixou bem surpresa. Foram 6 horas de sono direto, tirando o resmungo. Mamou bastante e continuou dormindo.
Acordou de novo às 7h, mais 4 de sono. Mamou, cochilou no colo e despertou de vez assim que foi colocada no berço, igualzinho o dia anterior.
Percebi que ela dormiu bem tranquila. Pode ser uma combinação de fatores, não necessariamente só a ida para o berço. A noite estava mais fresca, eu limpei bem o narizinho dela com soro fisiológico antes de dar teta, o que fez ela respirar melhor. E também imagino que, caso eu não estivesse acordada na sala na hora do resmungo, iria demorar bem mais para 'agir' e ela iria despertar.
Mas posso dizer que foi uma noite sucesso. Apenas atentem para o fato de eu ter tido muita saudade do cheirinho dela. Onde guardo a vontade de lamber a cria o dia inteiro?

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Põe essa menina no berço, mãe - noite 1

Eu resolvi checar de verdade como a Julia, eu e o Fabio nos comportamos com ela dormindo no seu berço, no seu próprio quarto. Preciso admitir que, mesmo amando ela na nossa cama e não vendo a possibilidade de negar a cama compartilhada caso seja essa a necessidade dela, eu sinto sim falta do meu quarto como ele era antes, do Fabio do meu lado e da liberdade de movimentos enquanto durmo. Além disso, acho que a Ju não é assim tão apaixonada pela cama compartilhada. Ela não consegue dormir direito se for grudadinha em mim e não mama comigo deitada. Na verdade, tem que ter um travesseiro entre nós duas (que ela abraça e enfia a cara).
Claro, não nego os benefícios de estar próximo da mãe, mesmo sem ser grudadinho. O cheiro, o atendimento rápido às necessidades noturnas, os hormônios, o acerto do relógio biológico, o tranquilidade de ambos. Mas preciso tentar nem que seja para tirar da minha cabeça (de novo, né?). Algo me diz que ela pode dormir mais tranquila, sem acordar com cada virada minha ou tosse do Fabio.
Então ontem arrumei o bercinho bonitinho e limpinho, coloquei o colchão do lado. Eu ainda vou dormir uns dias do lado dela e depois ir para meu quarto. Eu NUNCA dormi em um cômodo e ela no outro, a não ser as poucas vezes que fui para a sala enquanto ela dormia do lado do pai. Nunca dormimos as duas sozinhas em cômodos separados, então não estou acostumada em acordar com ela me chamando de um quarto vizinho. Simplesmente não dá para me distanciar assim, de repente. A ideia é testar com ela no berço e eu no chão por uns dias, depois mais uns dias em quartos separados e ver como a coisa se comporta. Se não der, de volta pra cama dos pais, sem nem pestanejar.

Bom, o primeiro dia foi neutro. Não quis dizer nada, pelo menos eu não entendi nada de especial...
A Ju mamou assim que chegou da escola e, para minha surpresa, capotou. Surpresa porque nos últimos dias ela tem se recusado a dormir de uma forma impressionante. Tanto que eu nem troquei ela antes de dar a teta, achei que ainda ia rolar um banho e uma sessão infinita de brincar na cama e tetadas até o capote definitivo.
De qualquer forma, como ela dormiu, tive que coloca-la na minha cama e arrumar o quarto dela. Nesse tempo ela acordou algumas vezes para mamar/chupeitar e, numa dessas acordadas, fiz a transferência. Deitei do lado do berço e lá fomos nós.
A Ju acordou do mesmo jeito durante a noite. Não pareceu acordar mais ou menos vezes, nem de uma forma mais ou menos assustada ou gritada. A diferença, para falar bem a verdade, foi amamentar na cadeira ao invés da cama. E só.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Querido parente ou pessoa que acha que pode dar pitaco,

Não, a Ju não pode chupar uma carninha do churrasco e nem comer o doce com creme de leite e leite condensado. Sim, eu trouxe a comida dela de casa e sim, ela ainda mama no peito.
Eu sei que ela está olhando enquanto eu como. Ela também olha enquanto eu falo, coloco roupa, escrevo, falo no telefone e qualquer outra coisa que eu faça. Ela é um bebê, está aprendendo e uma grande parte desse aprendizado se dá pela observação.
Ela não vai passar vontade. Em todo caso, EU posso dar alguma coisa adequada para ela comer. Ela não tem ideia de que nós estamos comendo churrasco e bolo e não vai saber a diferença.

Ficarei muito agradecida e menos emputecida se você parar de me olhar com cara de 'você-está-judiando-da-sua-filha', 'é-só-uma-carninha-o-que-é-que-tem', 'mãe-de-primeira-viagem-é-cheia-de-frescura' ou outras caras do mesmo tipo.

Atenciosamente,

A MÃE da Julia.

domingo, 11 de dezembro de 2011

O fim da extero gestação

Hoje a Ju completou 9 meses fora da barriga. Simbolicamente, a partir de agora ela está a mais tempo do lado de fora do que do lado de dentro. Posso ficar muito feliz e um pouquinho triste?
Acho que vou tentar fazer um balanço sobre esse tempo, 'analisar' a maternidade até aqui, mas não hoje... Hoje só sei (e para isso não preciso de análise alguma) que nunca senti um amor como esse.

sábado, 10 de dezembro de 2011

OMS said WHAT?

Estou realmente numa fase ruim de saúde. Ontem tive que ir para um PS e fui diagnosticada com, nada mais nada menos, que a grande estrela dos PSs: a virose! Tudo bem, eu só queria mesmo tomar um remédio para me sentir melhor, sabia que estava com uma mistura de stress, má alimentação e noite mal dormida - a Julia deu um belo de um baile e me deixou acabada.
Enquanto era atendida pelo Clínico Geral de plantão, eu deixava claro que estou amamentando e que por isso não posso tomar qualquer remédio, como fiz com todos os médicos que passei nos últimos dias. E aí começa a chuva de barbaridades:
CG: Mas você está amamentando faz quanto tempo?
Eu: Nove meses.
CG: Nossa, mas já está na hora de parar, né?
Eu: Ué, a OMS recomenda até os 2 anos de idade pelo menos.
CG-com-cara-de-pasmo: DOIS ANOS??? Mas é muito!
Eu: Mas é o que a OMS diz, né?
CG: Ahn, mas não tem porque. O leite começa a perder muito depois dos 6, 7 meses.
Eu-fazendo-cara-de-vou-discutir-pra-quê: É...
CG: Depois de um ano o leite não tem mais nada nutritivo. A mãe só passa anticorpo.
Eu: É...
CG: O nenê já come de tudo, né? Não precisa mais do leite.
Eu: É...

E a conversa continuou mais um pouco, eu com cara de paisagem e ele 'me ensinando'. Entrou por um ouvido e saiu por outro. Tomei meu remédio e zarpei de lá.

Se a Elena, dentro de um Hospital Amigo da Criança, tinha ouvido asneira, imagina eu, em um hospital sem nenhuma ligação com pediatria, ginecologia, obstetrícia, maternidade ou algo assim.

A prática da medicina está cada vez mais triste.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Murphy é o rei do universo

A Ju está muito safadinha, cheia de truques e gracinhas novas todo dia. Ainda é a mais lerdinha da turma (tem quase 9 meses e não engatinha), mas sem duvida isso está incomodando (pouquinho, mas está) apenas a mim. Ela está ótima no ritmo dela.
As peripécias (que eu lembro agora) são: bater palmas, dançar, virar a cabeça para o lado sorrindo, dar tchau, mandar beijo (um início de beijo), "falar" teta e mamã, brincar de se jogar para trás e outras coisinhas. Sim, são bobeirinhas, mas são lindas, importantíssimas e deliciosas de serem vistas. Ela interage com a gente de uma maneira única e especial.
Acontece que eu simplesmente não consigo filmar! Queria tanto mostrar para os outros (aqueles que não conseguem ver ao vivo por estarem longe) e, principalmente, guardar de lembrança. Mas a safadinha trava na frente da câmera. Que raiva!!! Torçam para eu conseguir alguma amostra das gracinhas da Framboesa.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

E o tempo total no berço foi 40 minutos. Grata. Nair.

Cama compartilhada: to do or not to do?

Nesse fim de semana que passou, tive duas 'oportunidades' de questionar a cama compartilhada. Contei para uma amiga e para minha tia que a Ju dorme comigo (juro que não entendo porque ainda faço isso) e, como sempre, as reações não foram nem um pouco estimulantes. A amiga me contou o caso de uma conhecida que tem 12 anos, dorme com a mãe e ainda chora se a mãe pede para ir para a própria cama. E minha tia afirmou com toda certeza que a Ju só acorda para mamar porque está do meu lado e sente meu cheiro.
Eu já li, conversei e sei sobre as inúmeras vantagens da CC. Eu e o Fabio decidimos juntos que ela vai ser praticada em casa, ainda não conversamos sobre até quando porque isso ainda não veio ao caso. Mas TODA vez que alguém me questiona eu ainda balanço.
Será que ela estaria dormindo melhor em seu próprio berço? Querendo ou não, eu me mexo horrores durante a noite e ela claramente acorda com isso. Será que o 'cheiro de teta' acaba fazendo com que ela tenha um sono de pior qualidade? E o tempo da CC? A teoria de esperar a criança estar pronta para ir para sua própria cama é linda, desde que isso aconteça em um prazo aceitável na minha cabeça cheia de preconceitos. Uma criança de 2 anos na minha cama é normal, mas e uma de 5, 8 ou 12? Pior ainda: o que foi que fez essa menina (e alguns outros poucos casos) estar ainda tão necessitada de dormir com a mãe? A CC ajuda a criar filhos mais seguros, não é? Então de onde vem tanta insegurança? É a mãe que, subconscientemente, não deixa a filha se desligar?
Aí eu penso, de novo, em tentar colocar a Ju no berço e ver o que vai dar. Afinal, ela nem é daqueles bebês que dormem pertinho do corpo da mãe: ela gosta de ficar mais longe, com um travesseiro de cada lado (sinto que ela usa os travesseiros para me substituir e não consigo mais voltar atrás). Nem mamar deitada ela mama, eu sempre tenho que acordar totalmente, sentar na cama, pegar ela no colo e dar teta (o que me faz voltar a dormir sentada e de-to-na minhas costas).
Mas lembro das evidências científicas: o bebê que dorme com os pais tem sua respiração mais regular, fica mais calmo, os hormônios do stress são baixos... Será que eu vou conseguir perceber se a noite dela for pior no berço? Como vou medir respiração, calma e hormônios do stress? Não tem nem sentido, né?
Fato é que, apesar de estar certa das minhas decisões, algumas vezes a dúvida volta a bater na minha cabeça. Acho que é normal, né?

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O que os olhos não veem o coração não sente. Será mesmo?

Hoje fomos buscar a Ju no berçário depois do almoço (ela precisou ficar no período da manhã por causa de reuniões de trabalho, minha e do Fabio). Ofereci teta, ela não quis, então estávamos nos preparando para ir embora quando eu percebi a fralda cheia. Como o Fabio ia levá-la para passear, pedi para a tia voltar com ela para dentro do berçário e trocá-la. Enquanto isso, fiquei lá, observando as outras crianças.
A sala estava cheia de bebês, muitos no chão rolando, sentados, tentando engatinhar e colocando vários brinquedos na boca ao mesmo tempo. Outros estavam nas cadeirinhas, balançando. Tinha duas tias na sala, as outras estavam cuidando de banhos, trocas ou alimentação. Cena normal em um berçário. E eu não consegui deixar de ficar EXTREMAMENTE incomodada.
Isso porque alguns dos bebês nas cadeirinhas estavam chorando, provavelmente por estarem com soninho depois de tomar mamadeira. Um outro bebê que estava no chão tentava desesperadamente subir nas pernas da tia. E ela dava mamadeira para um dos bebês na cadeirinha e chacoalhava os outros que choravam, enquanto tentava fazer carinho naquele que a escalava.
Em nenhum momento ela pôde parar e dar colo para um deles. E eles resmungavam, todos ao mesmo tempo, e ela chacoalhava as cadeirinhas uma a uma, até que colocou uma chupeta na boca de um dos nenês, terminou de dar a mamadeira do outro e deu uma distraída no terceiro, tudo ao mesmo tempo. E a única coisa que eles queriam era um colo quentinho e confortável.
Ok, não é nada sério, não vai matar bebê algum, o berçário é muito bom, as tias são muito carinhosas, é tudo limpinho, a Ju é muito bem cuidada. Mas é foda. MUITO.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Pintinhas

A Ju está toda cheia de pintinhas. Parece aquelas brotoejas de calor, mas vai saber, né? Pode ser alergia de alguma coisa ou sei lá mais o que. Só sei que ontem dei banho com um pouco de amido de milho na água e parece ter melhorado. Só espero não ter dado comida para fungos.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Eu voltei, voltei para ficar...

Faz quase 2 meses que não apareço por aqui. Passei por uma fase ruim. Não que ela já tenha acabado, mas acho que a pior parte já foi. Na verdade não aconteceu nada de mais, mas acho que minha depressão pós parto veio um pouco atrasada.
Fiquei um bom tempo meio de bode, chateadíssima com o Fabio, mas totalmente sem ânimo para tentar mudar algumas coisas. Além de estar cansada, estafada física e emocionalmente, preocupada com dinheiro, duvidando das minhas últimas decisões, afogada com tantas responsabilidades nas minhas costas. Não estava me sentindo apoiada por quem precisava ser parceiro.
Agora a coisa parece estar melhorando. Ele pareceu perceber que algo estava errado (eu não tinha coragem de conversar, não sei até agora por qual motivo) e passou a prestar mais atenção e a se comportar diferente. Estamos bem de novo, sem nem ter falado sobre a crise. Eu ainda acho que precisamos, mas agora a pressão é menor e eu não corro o risco de jogar um monte de lixo antigo na cara dele.

Como eu acabei descobrindo que, sim, algumas pobres almas lêem esse blog, resolvi voltar a escrever. Então, vamos atualizar as informações sobre a Ju. Ela já senta sem apoio, está tentando engatinhar e ficar em pé, dança lindamente, bate palmas, tenta mandar beijo, "fala" o dia inteiro, ADORA uma farra. Continua aquele bebê que não dá trabalho e encanta todo mundo. Ganhou um apelido no berçário (onde, aliás, é disputada pelas tias): POTÊNCIA - por causa dos cocôs que faz e do fogo que tem para brincar e dançar a tarde toda. Consegui acertar mais ou menos os horários dela, agora eu estou entendendo cada vez mais como o ritmo dela funciona. Está com um dentinho saindo e outros provavelmente estão para rasgar. A crise de separação está sendo forte, mas a gente tem levado bem (pelo menos na minha percepção) - temos dado o máximo de apoio que ela pede, colo, carinho, presença, teta. Ela come MUITO bem, mas às vezes enjoa da minha papinha ou não está muito a fim de outros alimentos, então fica na teta o quanto quer. Eu e o Fabio somos absoluta e completamente apaixonados por ela. Não tem mais como viver sem essa pessoinha.

Agora eu tentarei escrever com frequencia. Quem sabe até as crises 'depressivas' ficam mais fáceis de passar com a ajuda da terapia por escrito. Assim complementa a terapia das Lemoms, que ajuda MUITO e eu não fico sem.