segunda-feira, 20 de junho de 2011

Questão de personalidade

Ontem fomos em um daqueles churrascões de família, com um monte de gente e bastante barulho e agitação. Chegamos lá e a Ju estava quase dormindo mas, com a comoção que a chegada dela gera, a bichinha acordou e ficou extremanente irritada. Deu um pouco de trabalho conseguir fazê-la dormir, tivemos que ir para um cantinho mais calmo, dar tete (apesar de ela gorfar em seguida, pois estava muito agitada), trocar fralda e roupa (ela se cagou inteira) e apelar para a chupeta ao som de Frank Sinatra até que ela capotou. Depois de acordar ela até ficou bem, aceitou ficar no meio da farra, foi no colo de um monte de vó, tia e primo, mas sempre com uma carinha meio desconfiada, até que dormiu de novo, no colo do pai.
Antes de engravidar, a imagem que tinha do meu filho era de uma criança que vai com todo mundo, que fica super bem no meio do barulho, que não é grudado na barra da saia da mãe (ou da calça do pai). E que tudo isso era uma questão de acostumar a criança desde pequenina. Pois é, eu só não tinha pensado na personalidade da criança. A Ju é uma menina do tipo clássico: super delicadinha, assusta com tudo, não gosta de muvuca.
A gente nunca impediu as pessoas de pegarem ela no colo, nunca deixou a casa super silenciosa. Claro que tem o fato de que ela está acostumada a passar o dia todo em um lugar mais quieto (não moro mais no centrão da cidade) e apenas com o pai e a mãe. Mas ela simplesmente é assim.
E eu sei que tem gente que acha que a gente protege ela demais, não a acostuma com o agito e que, por isso, ela vai estranhar qualquer mudança de rotina. Pode ser. Mas temos que tomar cuidado para que o 'acostumar' não seja um desrespeito à personalidade dela. Eu ultimamente estou muito com o pé atrás com essa questão de acostumar ou ensinar alguns padrões de comportamento para a Ju. Com o apoio de amigas e do Fabio penso cada vez mais em qual a real necessidade de acostumá-la a alguma coisa, se isso realmente vai fazer diferença ou se ela sofreria menos no futuro estando acostumada.
Ainda tenho dificuldades com isso, pois sempre achei que a criança deve ser treinada, deve se adaptar à rotina dos adultos e que os pais devem ensinar tudo isso. Mas estou conseguindo achar a linha que fica entre o nosso papel de pais (que ensinam, mostram o que pode e o que não pode e ajudam a criança a lidar com as frustrações) e o respeito aos limites pessoais dela.

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