quinta-feira, 9 de junho de 2011

Qual o problema com o mundo?

As coisas estão ficando cada vez mais sem sentido. Ou eu que só estou percebendo agora que o mundo tem sérios problemas. Nem estou falando de problemas de pobreza, desigualdade social, drogas, guerras, meio ambiente, religião ou esses problemões mega sérios e mega complexos. Tô falando de problemas sérios mas infinitamente simples e fáceis de resolver. Só não consigo entender por que eles não são resolvidos.
Nesse último domigo precisou acontecer uma mobilização nacional para defender a amamentação, já que uma mãe foi impedida de amamentar o filho em uma galeria de arte devido a ser proibido se alimentar ali e outra mãe foi obrigada a retirar a foto dela amamentando o filho de uma rede social por se tratar de conteúdo impróprio (oi???). Agora na Espanha uma mãe perde a guarda da sua filha de 15 meses porque resolveu ir contra as recomendações das ditas autoridades locais e continuar amamentando a menina por mais tempo que o indicado (alor???).
Além disso, cesáreas desnecessárias são cada vez mais estimuladas, não se pode mais carregar o filho no colo o dia todo, nem dormir com ele na mesma cama, nem atendê-lo quando ele chama. Sério, qual é a merda do problema com o mundo?
Amamentar agora é 'impróprio'? Desculpe, mas se você consegue sexualizar a amamentação, merece um tratamento psiquiátrico daqueles dignos de camisa de força e quarto de isolamento com almofadas nas paredes.
Ok, antes do bebê começar a mamar e logo quando ele larga pode ser que apareça uma teta inteira. Mas na maior parte do tempo em que o bebê mama, a parte principal das tetas está mais coberta que está nas capas de revistas. Ou você nunca viu uma capa de Nova, revista que se diz feminina mas que tem capas que agradam os punheteiros mais que a própria Playboy? E, no caso das revistas, a intenção é 100% sexual, o contrário da amamentação.
Ok, pode ser que algumas mães aproveitem a chance para se exibir um pouco. É, pode ser mesmo. Mais um motivo para não sexualizarmos a amamentação. Se ninguém se mostrar chocado (ou pior, excitado) com a cena, uma hora essa mãe trouxa vai perceber que, naquele momento, suas tetas não passam de restaurantes self-service. Quer atrair alguém com os peitões? Faz isso em casa, com o maridão, de preferência sem o bebê junto (né?).
Mas garanto que a maioria das mães querem mesmo é dar o melhor para o seu bebê. Porque amamentar é, sim, o melhor que pode ser feito para uma criança. Por mais que os idiotas dos espanhóis que separaram a Habiba da sua filhinha digam o contrário.
E, além de ser melhor, é mais barato, higiênico, prático, e ajuda a criar cidadãos melhores. Pois é, criança que mama no peito tem mais chances de ter uma relação melhor com a mãe e a família, de se sentir amada, protegida e segura, e virar um adulto um pouco melhor. Não só a amamentação, mas a relação mais natural com a gestação, o nascimento e a infância ajudam no surgimento desses adultos.
Sim, a mãe tem o direito de parir, de se sentir mais mulher que nunca, de sofrer pelo fim da gestação, de ser marcada pela chegada do seu filho. Sim, os bebês podem ser acolhidos de uma forma menos traumática e mais acolhedora, podem receber o carinho e proteção que necessitam, podem ser afagados o tempo todo. Sim, podem dormir junto aos seus pais para terem suas necessidades atendidas de imediato, para manter a família sintonizada e para todos se conhecerem ao máximo.
E nada disso é prático, às vezes dói e exige dedicação. Mas vale a pena e é de fácil acesso. Amamentação, parto natural humanizado, carinho e atenção, são simples, baratos e todos podem fazer. Realmente não entendo o motivo real de isso não acontecer. Me sinto mal em viver num mundo que estimula a criação de cidadãos mais inseguros, com baixa auto-estima, agressivos ou com outros problemas do tipo somente por questões econômicas: para vender mais leite em pó, para as mães acharem que devem voltar correndo ao trabalho com medo de perder espaço no mercado, para médicos fazerem seu trabalho cada vez mais rápido, fácil e com mais lucro. Mundinho triste esse em que minha filha vai crescer...
PS: Se quiser assinar a petição para reunir Habiba e a sua bebê, entre no link http://actuable.es/peticiones/dile-al-instituto-madrileno-del-menor-y-familia-reuna-a.

Nenhum comentário:

Postar um comentário