Tenho achado que devia parar um pouco de ler sobre maternidade. Isso é uma das causas das minhas neuras atuais e do meu sofrimento 'tenho-que-fazer-tudo-certo'. Devia sentir mais, seguir meu instinto, fazer o que EU acho que é o certo. Mas aí me vejo caindo em contradição.
Porque eu sou daquelas que xinga (escondido, pra não 'dar treta', mas xingo) as mães que fazem coisas que eu não concordo, porque acho absurdo elas terem acesso às informações e mesmo assim tomarem essas decisões. Sei que é questão de opinião, claro, mas acho estranho a pessoa fazer cesárea por causa de cordão sendo que está acessível a informação de que essa não é uma indicação real de cesárea, ou dar Danoninho pra um bebê sendo que a própria empresa fabricante recomenda que só crianças com mais de 4 anos (QUA-TRO-A-NOS) consumam o tal queijinho, e etc e tal. Eu acredito piamente que uma boa parte do 'ser bons pais' é conhecer ao máximo as coisas que envolvem gestação, parto e criação de filhos. Conhecer vários lados e várias teorias e optar por aquela que acha mais válida, que se encaixa melhor no seu estilo de vida e nos valores da sua família. Mas, tirando quem não tem acesso, não dá pra alegar ignorância.
E aí está minha necessidade de ler sobre maternidade. É necessário porque tem coisas (muitas) que eu simplesmente não sei. E, em se tratando do bem estar da Ju, tenho PÂNICO de fazer algo como aquela mãe que tentou matar os piolhos das filhas com Detefon pois, na cabeça dela, aquilo é veneno que mata bichinhos, os piolhos são bichinhos, então tá valendo. Ela não sabia que estava fazendo algo ruim para as filhas. E eu posso estar prejudicando a Ju sem nem saber. Dando um remédio que faz mal, uma vacina arriscada, um alimento com toneladas de gordura trans, um ensinamento que vai ser ruim para o psicológico dela. Eu sinto que preciso aprender e aprender e aprender.
O segredo, provavelmente, está em continuar aprendendo, mas conseguir aceitar que nem tudo vai ser perfeito e que é péssimo forçar comportamentos fora do estilo de vida da minha família e fora da minha capacidade.
Talvez seja aí que eu vou passar a ouvir meu instinto adormecido: na aplicação do que eu aprendo. Já que eu não me sinto segura como mulher sábia e selvagem, preciso me sentir segura como mulher capaz de assimilar informações e agir da melhor forma, sabendo que 'melhor' não quer dizer 'mais correto', e sim 'o que mais se encaixa na nossa vida'.
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