quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A ignorância é uma benção.

As vezes acho que antes de termos tido a Ju, eu e o Fabio devíamos ter feito graduação, pós, doutorado e até pós doutorado em criação de filhos. Porque na tentativa de fazer o melhor a gente acaba descobrindo TANTA coisa que dá até um sufoco.

Essa é a primeira vez que nós somos responsáveis por uma outra pessoa. E ao invés de sair fazendo tudo o que a senso comum manda sem nem pensar se faz mesmo sentido, ao invés de dar todos os remédios e vacinas sem nem tentar saber se realmente farão bem para a Ju, ao invés de socar farinha pra ela ficar gorda como o povo quer ver, ao invés de deixar ela comer um pouquinho de porcaria só para não passar vontade, ao invés de fazer um mundaréu de coisas, antes a gente dá uma pesquisada na internet, fala com amigos, troca experiências e opiniões.

Teorias sobre a criação com apego, sobre desfralde, sobre respeitar a criança muito além da gestação e do nascimento. Sobre como ensinar sobre consumo, sobre o que pode e o que não pode, sobre respeito, sobre religião, sobre sexualidade, sobre trocentos assuntos e realidades do dia a dia. Sobre como cuidar da alimentação, da saúde, da socialização da criança.

E é aí que a coisa fode toda. Eu sou um ser metido a certinho. Preciso de regras, de manuais, de estruturas, senão surto. Já custei a entrar no esquema 'nenê não tem hora pra mamar'. Na verdade, nem entrei direito. E aí vem esse mooooooonte de coisas fuder com a minha cabeça e minha capacidade de decidir as coisas.

Porque vacinas podem ser mais prejudiciais para seu filho do que a doença que ela evita. Na verdade, pode ser que ela nem evite e que ele fique mais propenso a pegar a tal doença. E ainda pode ser que ele tenha autismo. Isso sem mencionar que elas tem mercúrio e alumínio nas suas fórmulas, altamente tóxicos. Claro que, se a vacina não for dada e a criança acabar adoecendo, a culpa vai ser dos pais. O conselho tutelar pode inclusive obrigar vocês a vacinarem. Afinal, é política de saúde pública e as doenças só foram erradicadas por causa da vacinação em massa.

E também é preciso cozinhar em panela de ferro, para enriquecer o alimento. Além do mais, panela de inox dá Alzheimer. E não pode misturar alimento que prende o intestino com alimento que solta. Nem colocar mais de uma proteína no mesmo prato. Nem misturar melancia ou melão com outro alimento, pois são frutas monofásicas. Tem que ter alimento energético, proteína, vitaminas e principalmente ferro. O bebê tem falta de ferro depois dos 6 meses de idade (se o cortão foi cortado antes da hora, até mesmo antes disso), então a alimentação tem que suprir essa deficiência. Mas não adianta só colocar o ferro na alimentação. Tem que ter a vitamina C, para garantir que ele vai ser absorvido. Mas não pode dar suco junto com a comida porque estufa, nem cozinhar as verduras porque perde o nutriente. Ahn, e não esquenta o azeite porque o efeito é o contrário.

E ainda tem o fato de que a criança não é um ser social até os 2 anos de idade. Que a escolinha não faz assim tão bem. Que a mãe deve ficar em casa com os filhos. Mas também pode trabalhar para se realizar em outros âmbitos da vida. Sem culpa.

O grande problema não é conhecer vários lados da mesma moeda. É o fato de que qualquer decisão que a gente tome tem consequências na vidinha dela. E eu acabo botando na cabeça que temos a obrigação de acertar 100% das vezes. Sei racionalmente que isso é impossível, mas na prática me pego descabelada, com uma lista gigantesca de coisas pra fazer, tensa e estressada. E isso ao invés de ajudar, só piora.

E acabo precisando de puxões de orelha das amigas e do marido. E acabo percebendo que ficar assim também tem consequências na vidinha da Ju.

3 comentários:

  1. Me identifico totalmente com o seu texto. Se você quiser ficar com menos caraminholas na cabeça, leia sobre o conceito de "mãe suficientemente boa" desenvolvido pelo Winnicott. Talvez seja um alento. :) Beijo!

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  2. Que tal avaliar quais as informacoes falam mais perto do coracao....Nada vai ser 100%certo, ou mesmo adequado pro SEU jeito de viver a vida, se permits fazer adaptacoes, variar conforme seu melhor entendimento, o conceito eh ser a melhor mae que Voce pode ser....

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  3. Éricka, você É uma ótima mãe. E a Julia é maravilhosa. Pronto. O resto é iso... resto. Viva a sua relação com a sua filha do jeito que mais felizes lhes faça as duas, e se um dia da ferro sem vitamina C, outro já fará de outra forma :).
    Mas também me identifico... a gente quer fazer tudo certinho e realmente não é possivel, né? Ou será que "não fazer tudo certinho" é o mais certo no final das contas? Somos humanas, né? E também erramos, por tanto erros entram na nossa forma de perfeição. E filhos também precisam ver isso para não ficar se cobrando a vida toda uma suposta perfeição que nunca vão alcançar.
    Tendo, dando e recebendo amor, tá ok. E não é pouco...

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