Por causa de uma colega que foi mãe depois de mim, resgatei alguns emails antigos da época em que eu me preparava para voltar ao trabalho (fim da licença maternidade) e buscava auxílio de outras que passaram pelo mesmo processo. Fiquei extremamente emocionada resgatando tudo isso.
Primeiro porque me lembrei de uma época da maternidade que passou faz pouquinho tempo, mas que já parece estar muito distante. Vi, nas minhas próprias palavras, as angústias, medos e alegrias que eu sentia naquela época.
Mas também me emocionei bastante porque me dei conta da força da tribo. Do quanto ela sempre foi importante para a mulher e de como nós, mulheres modernas, nos esforçamos para manter essa instituição ainda viva.
Olhem meu caso:
Eu engravidei e me indicaram uma moça que trabalhava com gestantes. Assim conheci a doula e o parto humanizado e percebi que era exatamente o que eu queria para a minha vida. Aí ela me apresenta, mesmo que virtualmente, para uma ex-doulanda que virou amiga, e essa moça vira MINHA amiga. Compartilha as experiências que teve antes de mim, me ajuda com decisões, me consola e acalma. Chega a ser a primeira pessoa, de fora da minha casa, que fala comigo depois da Ju nascer.
A paixão pelo parto humanizado me leva à equipe que atende esse tipo de parto. E a GO mais querida do mundo me mostra o vídeo de um parto maravilhoso. Eu caço essa mãe fantástica, adiciono no Twitter e passo a trocar ideias com ela. Mais uma integrante da tribo virtual, hoje amiga queridíssima, pessoa quase alma gêmea.
Então a Julia nasce. E aquela nova amiga me empresta o sling, que me leva a uma oficina gratuita para aprender a usá-lo. A oficina é ministrada por um anjo. Passo a trocar emails com esse anjo e descubro a doula pós parto, a consultora de slings e amamentação e a criação com apego. Que benção!
Quando começa a chegar o momento da volta ao trabalho, sou apresentada (também virtualmente) para uma outra mãe, que passou pelo mesmo processo algum tempo antes, e me mostrou o caminho, entendeu minhas dúvidas, acalmou minha ansiedade. Outra nova grande amiga.
Nessa época eu usava meu humilde blog para contar tudo o que acontecia. E uma leitora, doulanda da minha doula, se identificou com as histórias. Nos conhecemos num encontro do grupo de apoio à maternidade, aprendendo a fazer shantala, e nunca mais nos largamos. As meninas tem praticamente a mesma idade, nossas opiniões são muito parecidas, a amizade foi instantânea.
E foi em outro grupo que eu conheci mais uma consultora de amamentação, que luta pelo direito de todas as mulheres, crianças e homens a uma vida livre. Ela me mostrou o outro lado de muitos paradigmas, me inspirou. Outra amiga querida.
E o mais legal de desenterrar os emails e textos antigos é que eu vi o quanto essas mulheres se cruzaram antes de serem amigas, por estarem buscando um objetivo comum: uma maternidade consciente. Quando eu busquei ajuda na hora de voltar ao trabalho, indiquei a consultora de slings. A mãe do parto lindo já havia pedido ajuda para a consultora de amamentação. O parto de uma foi notícia para a outra. A médica de uma foi médica da outra.
E um dia elas todas se juntam. E vira a maior e mais deliciosa lemomnada do mundo.
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