segunda-feira, 17 de setembro de 2012

"E o segundinho, quando vem?"

Depois que passa o calor do nascimento do primeiro filho, aquele boom de ocitocina que faz a gente ter vontade de ter um bebê por ano, os pensamentos no tamanho da familia passam a ser racionais, ainda que regados de amor. E cada vez que eu penso nisso, o segundinho fica mais e mais distante. Ultimamente ele praticamente não existe. Simplesmente porque eu não acho certo oferecer menos para ele.
Eu não acho certo não dar um parto domiciliar planejado. Ou um hospitalar humanizado se for necessário. Ou até mesmo uma cesárea (bate na madeira) com a certeza de que foi necessária e com a melhor recepção que ele possa ter dentro dessas circustâncias. E isso custa caro.
Eu não acho certo colocar em uma escola que não seja Waldorf. E isso custa caro.
Eu não acho certo colocar mais uma pessoa naquele apartamento minúsculo, sem quintal e com aquela vizinhança barraqueira. E uma casa nova custa caro.
Eu não acho certo voltar ao trabalho depois de 4 meses de licença maternidade e deixar 2 crianças terceirizadas. E trabalhar em esquema home office custa caro.
Como faz? Como lidar com a vontade de dar um irmão para a Juju? Como lidar com a vontade de engravidar e parir de novo? Como faz?

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Uso indiscriminado da cara de alface. Eu recomendo.


Acho engraçado como existem estilos e opiniões diferentes pra tudo na vida, mas quandoo assunto é criação de filhos, é mais fácil um meter o pitaco no estilo e opinião do outro.
Tenho um colega de trabalho que é pai de um bebê apenas 4 meses mais velho que a Ju. Esses dias estavamos conversando sobre as crianças (pais só sabem falar dos filhos) e, sei lá porque, chegamos no assunto 'dormir a noite toda'. Eu perguntei se o Fulaninho já dormia e ele me disse que sim. Comentei algo tipo "Que sorte, a Ju ainda não", bem despretensiosa. E ouço em resposta que "Três dias chorando no berço resolvem isso." Em fração de segundos, engoli o choque e coloquei a cara-de-alface-com-sorriso-amarelo (a gente começa a dominar esa arte com o tempo). Consegui dizer apenas "Ahn, isso eu não faço, não.", sem entrar em maiores detalhes.
E a conversa continuou, eu comentei que estava cansada aquele dia porque a Julia estava doente, então além de acordar algumas vezes para amamentar (como faço todas as noites já faz quase 1 ano e meio), não consegui dormir bem porque ela não dormiu bem e resmungou a noite toda. Aí vem a pergunta: "Ela dorme com vocês?". E a cara de alface volta pro seu lugar - em cima do meu pescoço. Respondo que sim, de novo sem maiores detalhes.
Como percebi que o colega também estava colocando a cara de alface dele, na tentativa de manter a conversa informal e superficial, típica da hora do cafezinho, completei com "Ela dorme num colchão no chão, para facilitar a amamentação e para dar autonomia." Isso não deixa de ser verdade, pois ela já dormiu num colchão ao meu lado, mas também deixa de ser verdade, porque agora ela está de volta à cama da mamãe.
Opiniões são próprias, estilos de criar os filhos também. É duro aceitar que nem todo mundo concorda com o que eu penso, porque o que eu penso parece ser óbvio e ideal para todos os envolvidos - mamãe, papai e bebês. Mas em muitas situações a única solução para o convívio saudável entre as pessoas é o uso indiscriminado da cara de alface. Por todo mundo.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Homenagem às minhas amigas lindas, de quem sinto muita saudade agora que trabalho o dia todo.

Por causa de uma colega que foi mãe depois de mim, resgatei alguns emails antigos da época em que eu me preparava para voltar ao trabalho (fim da licença maternidade) e buscava auxílio de outras que passaram pelo mesmo processo. Fiquei extremamente emocionada resgatando tudo isso.
Primeiro porque me lembrei de uma época da maternidade que passou faz pouquinho tempo, mas que já parece estar muito distante. Vi, nas minhas próprias palavras, as angústias, medos e alegrias que eu sentia naquela época.
Mas também me emocionei bastante porque me dei conta da força da tribo. Do quanto ela sempre foi importante para a mulher e de como nós, mulheres modernas, nos esforçamos para manter essa instituição ainda viva.
Olhem meu caso:
Eu engravidei e me indicaram uma moça que trabalhava com gestantes. Assim conheci a doula e o parto humanizado e percebi que era exatamente o que eu queria para a minha vida. Aí ela me apresenta, mesmo que virtualmente, para uma ex-doulanda que virou amiga, e essa moça vira MINHA amiga. Compartilha as experiências que teve antes de mim, me ajuda com decisões, me consola e acalma. Chega a ser a primeira pessoa, de fora da minha casa, que fala comigo depois da Ju nascer.
A paixão pelo parto humanizado me leva à equipe que atende esse tipo de parto. E a GO mais querida do mundo me mostra o vídeo de um parto maravilhoso. Eu caço essa mãe fantástica, adiciono no Twitter e passo a trocar ideias com ela. Mais uma integrante da tribo virtual, hoje amiga queridíssima, pessoa quase alma gêmea.
Então a Julia nasce. E aquela nova amiga me empresta o sling, que me leva a uma oficina gratuita para aprender a usá-lo. A oficina é ministrada por um anjo. Passo a trocar emails com esse anjo e descubro a doula pós parto, a consultora de slings e amamentação e a criação com apego. Que benção!
Quando começa a chegar o momento da volta ao trabalho, sou apresentada (também virtualmente) para uma outra mãe, que passou pelo mesmo processo algum tempo antes, e me mostrou o caminho, entendeu minhas dúvidas, acalmou minha ansiedade. Outra nova grande amiga.
Nessa época eu usava meu humilde blog para contar tudo o que acontecia. E uma leitora, doulanda da minha doula, se identificou com as histórias. Nos conhecemos num encontro do grupo de apoio à maternidade, aprendendo a fazer shantala, e nunca mais nos largamos. As meninas tem praticamente a mesma idade, nossas opiniões são muito parecidas, a amizade foi instantânea.
E foi em outro grupo que eu conheci mais uma consultora de amamentação, que luta pelo direito de todas as mulheres, crianças e homens a uma vida livre. Ela me mostrou o outro lado de muitos paradigmas, me inspirou. Outra amiga querida.
E o mais legal de desenterrar os emails e textos antigos é que eu vi o quanto essas mulheres se cruzaram antes de serem amigas, por estarem buscando um objetivo comum: uma maternidade consciente. Quando eu busquei ajuda na hora de voltar ao trabalho, indiquei a consultora de slings. A mãe do parto lindo já havia pedido ajuda para a consultora de amamentação. O parto de uma foi notícia para a outra. A médica de uma foi médica da outra.
E um dia elas todas se juntam. E vira a maior e mais deliciosa lemomnada do mundo.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Eu pari em casa.




Falando sobre os preparativos para a Marcha do Parto em Casa fui pega por um questionamento: apesar de ter tido um parto domiciliar, nossos planos originais eram de um parto hospitalar. Será que eu tenho o direito, assim como as mulheres que planejaram os seus PDs, de bradar com orgulho "Eu pari em casa"?
Fico com essa dúvida também porque, toda vez que alguém fica muito chocado ao saber que a Ju nasceu no meu banheiro, eu logo completo com uma explicação. "Foi sem querer", "Não deu tempo de ir para o hospital" ou "Foi tudo muito rápido" saem constantemente da minha boca. Será que eu me sinto digna de dizer que eu tive um PD?
Vamos analisar. O parto da Ju foi mesmo "sem querer"? Porque querer eu sempre quis. E não era aquele "Ahn, eu quero normal, mas não vou trocar de médico nem arriscar a vida do meu bebê com uma circular de cordão". Eu queria mesmo. Pesquisei sobre PD, conversei com gente que teve um, pensei nas possibilidades, cogitei seriamente ter um. E por que não optei por ele? Porque parto domiciliar não é para qualquer uma? Porque eu ainda tinha alguns medos e preconceitos?
Mas o parto da Ju foi mesmo acidental? Eu acredito que não. Se eu não tivesse me informado, tomado minhas decisões e escolhido a equipe que escolhi, eu muito provavelmente teria caído num conto do vigário qualquer e tido a Ju por via cirúrgica 2 semanas antes. E, mesmo se eu acabasse entrando em trabalho de parto para ter um parto normal, com certeza eu correria para o hospital ao menor sinal de TP e, nesse caso, não dá para saber qual o destino que eu teria.
Somente a escolha pelo parto humanizado e pela equipe humanizada para nos acompanhar que nos levou a esse parto domiciliar não planejado. Nós só não sabíamos que ele seria tão rápido e que nos levaria a um nascimento no banheiro.
Foi a presença da nossa doula e as instruções da nossa médica que nos fizeram ter tranquilidade para passar boa parte do TP em casa. Só a presença de uma GO e uma neonatologista humanizadas fez com que continuássemos tranquilos após o nascimento da Ju, ao invés de chamar o SAMU, desesperados.
O meu parto domiciliar não foi planejado, mas foi consequência de todas as nossas decisões. E serviu para acabar com os últimos pequenos medos: ter um apartamento muito pequeno para parir e acabar incomodando os vizinhos. Agora, na nossa família, não existe outra possibilidade para um parto em caso de outra gestação de baixo risco. É em casa e pronto.
Então: SIM, EU PARI EM CASA. E que venham os próximos.




quarta-feira, 25 de abril de 2012

Pede cachimbo

Acho que o dia da semana que mais me estressa é o domingo. Domingo é o dia oficial de ver os avós. Normalmente vamos em uma das 3 casas, o que é legal porque a gente sai do apartamento minúsculo, vê a família e bate um rango. Se não vamos, em algum momento do fim de semana recebemos uma visitinha "só para ver a preta". É muito raro o fim de semana sem avós.
Não que isso seja ruim. É muito melhor uma família que ama a Ju loucamente do que uma que nem liga pra ela. Mas confesso que fico um pouco incomodada com essa dificuldade em ficar um tempo maior sem vê-la e mais irritada ainda com a dificuldade em ficar mais de um dia sem saber se "está tudo bem". Tá tudo bem, porra. Se não estiver, todo mundo vai ficar sabendo.
Mas a obrigação social do domingo me irrita por muitos outros motivos além desse. Começa na administração dos horários da Julia, desde o dia anterior, para conseguirmos chegar na casa dos avós da vez perto da hora combinada, sem sermos "atrasados" por uma soneca fora de hora. Aí tenho que pensar nas comidas para levar. Dependendo da hora que formos embora, tem um número X de refeições.
Mas comida é o de menos, a gente se vira com o que tiver disponível lá, em último caso. O que pega é o sono da Ju. Ela está terminando a transição de 2 para 1 soneca diária, mas ainda tem algumas recaídas. E isso é normal, mas é um saco quando acontece. E como o fim de semana é sempre mais bagunçado e na segunda ela tem que voltar para a rotina, eu tento manter a coisa o mais controlado possível para ela não sofrer muito no começo da semana.
Mas aí tenho que aguentar umas coisas que não consigo entender. Se a menina chega na casa dos avós dormindo, eu e o Fabio temos o maior cuidado do mundo para tirá-la do carro e e colocá-la em uma cama ou colchão sem acordá-la. Mas sempre tem 376988009 pessoas em volta, olhando para ela e mal deixando a gente se movimentar, falando com a gente enquanto carregamos um nenê dormindo, para saber se precisa de mais alguma coisa, se pode ajudar com XYZ. E, é lógico, a menina acorda. Juro que não entendo. Tem uma NENÊ que está DORMINDO e a mãe dela está colocando ela na cama. É tão difícil entender que é pra sair de perto e ficar quieto?
Ok, ok, acordou mesmo, bola pra frente. Curtimos o almoço, ela demora um pouco para se soltar (afinal estava dormindo até 2 minutos atrás, está numa casa estranha com gente esquisita, obviamente que quer ficar no colo de um dos pais), mas tudo corre bem e tranquilo. E então a gente começa a se preocupar com a soneca do dia.
Vou tentar fazê-la dormir em um outro cômodo, longe da bagunça. Ela dificilmente aceita dormir quando tem movimento, coisas novas e diferentes, então eu vou dar tetê afastada. E, quando olho do lado, tem 298392879 pessoas junto, querendo olhar ela mamar. É óbvio que ela não dorme. E as 83084385093 pessoas aproveitam, arrumam a desculpa de que 'ela provavelmente não quer dormir' e toca levar a menina pro meio da bagunça de novo.
Aí eu resolvo trocar a fralda. E 340938082038979 pessoas vem junto. Pra ver ela ser trocada. E me ajudar. Como se fosse algo novo pra mim. Mas tudo bem, eu vou aguentando. Irritada, mas compreendendo, e aguentando.
Só que uma hora a gente decide ir embora, dizendo que ela precisa dormir e que no carro vai ser tiro e queda. E sou obrigada a ouvir 'que não é a criança que quer dormir, e sim os adultos que querem que ela durma'.
É, acho que é isso mesmo. Mas vamos analisar os fatos:
1) A criança NÃO QUERER dormir não quer dizer que ela NÃO PRECISE dormir.
2) O adulto quer sim que ela durma. Porque é esse adulto que vai ter que aguentar a criança extremamente cansada e agitada, sem conseguir dormir, até tarde da noite. É esse adulto que vai acordar 983094830854 mil vezes na madrugada para dar peito para a criança que não tem qualidade no sono. E é esse adulto que vai levantar as 6h da manhã no dia seguinte para trabalhar e cuidar da casa e cuidar da criança, sem direito a soneca para se recuperar da noite mal dormida.
Portanto, respeitem o sono da criança. Mesmo se ela não demostre que quer dormir.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Tá faltando estrutura hoje

Comecei a ler as coisas sobre a votação da legalização do aborto de bebês anencéfalos que vai acontecer amanhã. Afinal, devo ficar por dentro, formar minha opinião sobre assuntos que influenciam diretamente a vida das mulheres brasileiras. Querendo ou não, eu sou mulher e, principalmente, a Julia vai se tornar uma e vai viver aqui, com as leis e direitos que a gente conquistar pra geração dela. A gente tem que cuidar do futuro das nossas filhas.
Acontece que não estou conseguindo. Tá me machucando. Isso e muitas outras discussões desse 'universo feminino'. Uma coisa é o racional estar preparado, outra bem diferente é o emocional estar.
Tô com vontade de correr pro meio do mato, com a Ju, o Fabio e a Bonnie junto (a saudade do Clyde ainda me pega de jeito...). E mandar o mundo inteiro a merda. Parar de ver essas coisas. Parar de saber que elas existem. Tô sem estrutura pra isso hoje.

domingo, 1 de abril de 2012

Déjà vu

Aliás, por causa desse novo horário, estou passando pelo maior déjà vu da minha vida.
Explico: A Julia ficava em casa de manhã e ia para a escola a tarde. Por isso, como as tetas estavam à disposição no período matutino, ela acostumou a mamar um monte nesse horário. Quando a gente mandava ela pra escola de manhã, só deixávamos ela lá depois das 8h30, porque ela já tinha mamado bastante e dali 1 hora teria o lanchinho.
Só que agora ela vai entrar no berçário as 7h30, horário que mamaria em casa mais umas 2 vezes até o lanchinho. Além disso, no próprio berçário as crianças mamam nas suas mamadeirinha de LA todas as manhãs as 8h30. E a Ju MORRE de vontade de mamar também ao ver todo mundo mamando.
Conclusão: peguei uma bomba elétrica emprestada (te amo, amiga Lemom!), fervi os potes, tirei a mamadeira empoerada do armário... E vou mandar meu leitinho materno bonitinho pra minha pequena mamar com os coleguinhas.
Só que, agora vários meses depois da primeira experiência, tá MUITO mais difícil conseguir ordenhar. Coloca MUITO nisso. Ralo as tetas, uso ocitocina sintética, tomo banho quente, tomo litros d'água... E sai 50ml. O máximo que consegui até agora foi 85ml, e comemorei como se fosse final de campeonato. Um detalhe importante é que não vou poder fazer a ordenha no escritório. Afinal, reduzi minha carga para 4 horas diárias, não posso perder 1 hora inteira trancada no banheiro. Vou ter que ordenhar todas as tardes, em casa, quando o Fabio estiver com a gente. E também todas as noites, algumaz vezes. E, se bobear, acordar ainda mais cedo pra completar a mamadeira do dia. SUPER!
Minhas Lemoms queridas já falam em LA, super na boa vontade. Que não faz mal só uma mamadeira. Que não tem problema. Que eu não posso me matar, tenho que ir até meu limite e aceitar quando não aguentar mais. E racionalmente eu aceito todos esses argumentos e até a possibilidade do complemento. Mas emocionalmente me dá uma dor! Milhões de vezes mais forte que a dor das tetas raladas pela bomba.

Acerta o seu aí, que eu arredondo o meu aqui

Amanhã vai ser o primeiro dia de um monte de mudanças aqui em casa. O Fabio arrumou um 'freela-fixo' e vai trabalhar fora todas as segundas, quartas e sextas, das 8h00 às 12h00. Como o meu trabalho também está meio bagunçado, em termos de horário e pagamento, resolvi propor uma diminuição da minha carga horária e do meu salário, junto com um local mais fixo de trabalho (fora de casa), e também trabalharei das 8h00 às 12h00, todos os dias. Assim, a Ju passará a ir para a escola na parte da manhã, entrando bem cedinho. Mais ou menos das 7h30 às 12h30.
Eu acho que, apesar de ter que acordá-la mais cedo do que ela acordaria naturalmente, vai acabar sendo bom pro relógio biológico dela. Vamos ter um pouco mais de estrutura nas nossas rotinas. Ultimamente está bem bagunçado, acredito eu que seja porque ela está num período de transição entre 'preciso de 2 sonecas por dia' e 'acho que rola só 1 soneca por dia'.
Até hoje a gente tem saído da cama mais tarde (entre 7h30 e 8h30, sem horário fixo), e ela anda dormindo na hora do almoço e almoçando mais tarde. E como na maioria das vezes o 'preciso de 2 sonecas por dia' prevalece, ela muitas vezes resolve cochilar de novo no fim da tarde e aí só vai ter sono para dormir de noite lá pelas 21h30. Juntando isso com o clima de 'preciso aprender a andar com máxima urgência', tem dias que dá meia-noite, mas não dá Julia na cama.
Sei que o começo vai ser meio duro na adaptação dos 3 dela. Juro que já tô com sono antecipado... Sei que ela vai ficar chatinha, eu vou ficar um cu, o Fabio vai ficar um trapo. Mas vamos que vamos. Nos desejem sorte.

domingo, 25 de março de 2012

quinta-feira, 22 de março de 2012

Campanha do Frutaço


Todos os anos, junto com a Páscoa, chega a propagação dos ovos de chocolates. O chocolate é um alimento delicioso e, com moderação, traz benefícios físicos e emocionais. Pode e deve ser consumido para deixar o nosso dia-a-dia mais gostoso. Acontece que, nessa época, infelizmente vemos crianças pequenas e até mesmo bebês abusando desses doces em nome da comemoração.

Sabemos que bons hábitos alimentares começam desde o nascimento e que eles devem ser incentivados até mesmo nas datas comemorativas. Por isso, pensamos em fazer uma brincadeira virtual. Depois do sucesso do mamaço nacional, criamos o FRUTAÇO! Na Semana Santa postaremos fotos e videos dos nossos bebês lindos e felizes comendo suas frutas preferidas. Essas postagens estarão no blog do Frutaço e espalhadas por toda a internet, nas redes sociais e sites que apoiam a campanha.

Participe você também! Mostre para todo mundo que até mesmo na Páscoa as crianças podem gostar de se alimentar bem. Afinal, elas ainda tem a vida toda para curtir aquele chocolatinho delicioso.

FRUTAÇO: a favor da alimentação saudável, mostrando que ela pode ser gostosa e divertida.

OBS: A Campanha do Frutaço é para bebês acima de 6 meses, pois conforme recomendações da OMS, o aleitamento materno deve ser exclusivo até essa idade e mantido até os 2 anos ou mais.


Você pode participar da Campanha do frutaço de várias formas:

* Envie fotos ou vídeos do(a) seu(a) filho(a) comendo frutas para serem publicados no blog.
Não esqueça de mandar uma descrição, com a idade da criança e qual fruta ele(a) está curtindo.
É importante lembrar que, como a internet pode ser perigosa, pedimos que somente mandem imagens de crianças vestidas. Nunca se sabe o que pode acontecer, não é mesmo?

* Envie uma receita para inspirar outras famílias. Afinal, frutas podem ser saboreadas de várias formas.
Não esqueça de testar as receitas antes de mandar e de tentar mantê-las o mais saudável possível.

* Envie um relato ou artigo falando sobre alimentação saudável na infância. Não se esqueça de citar a fonte, caso o material não seja de sua autoria.

* Curta a página do Frutaço no Facebook.

* Poste uma foto do(a) seu(a) filho(a) comendo frutas nas redes sociais durante a Semana Santa.

* Pegue um dos nossos selos e divulgue a campanha.

Nosso email: campanhafrutaco@gmail.com
Facebook: http://www.facebook.com/CampanhaDoFrutaco

quarta-feira, 21 de março de 2012

Novidades chegando!

Estou me envolvendo com um novo projeto, que começou com uma super ideia de uma mamãe fantástica e pode virar algo grande. Como diz a Anne - É MUITO AMOR!

sexta-feira, 16 de março de 2012

Here comes the sun, tchurururu

Antes de ter a Ju praticamente todo mundo a minha volta sabia o quanto eu sou era mal humorada pra acordar. Eu não olhava na cara do Fabio em casa, demorava pra conversar com alguém, rosnava no trabalho e só melhorava depois das 10h30, tendo tomado uma xícara de café e comido. Até o amado humorista Márcio Ribeiro me zoava horrores por causa disso.
Desde que ela nasceu, mesmo dormindo menos e com menor qualidade de sono, eu simplesmente não acordo mal humorada. Acordo bem sonada e cansada, nem sempre radiante de felicidade, mas nada comparado com o cão-chupando-manga que eu era.
E hoje tive a melhor 'acordada' do mundo. Ela está dormindo no colchão do lado da nossa cama, no lugar do Fabio. A idéia é transferi-la pro quarto dela (que vai ser montado nas próximas semanas) aos poucos. Assim ela e eu vamos testando, vendo se realmente funciona. E hoje, quando acordou, ao invés de chorar ou fazer barulho para nos chamar, ela levantou, apoiou na cama e fez carinho em mim. Sensação mais deliciosa do mundo! Acho que desse jeito não vou levar o colchão pro quarto, não.

segunda-feira, 12 de março de 2012

O dia de ontem chegou. Ela completou 1 ano de vida fora da barriga. E praticamente toda a ocitocina do parto resolveu voltar aqui pra casa...

Começamos o dia normalmente, acordando e brincando com ela por um tempo, nos arrumando para passar um dia corrido. Depois de nós 3 aproveitarmos o tempinho que tivemos juntos, fomos atrás das coisas para a festa. Fabio foi começar a arrumar o salão e eu fiquei em casa com a Ju e uma amiga fazendo brigadeiros e os docinhos das crianças, além de algumas partes da decoração.
A Ju ficou o dia todo pra lá e pra cá, acompanhando as arrumações. Já viu 'gente estranha' desde o começo do dia e, com o movimento, não conseguiu dormir direito na soneca da manhã. Conclusão: antes do início da festa já estava cansadinha e chorona. Eu estava atrasada, corrida, cheia de coisa pra fazer, e meio que exigindo a colaboração dela, impaciente.
Aí entramos no banho e ela desatou a chorar. Foi quando me toquei que estava no meio de toda aquela bagunça para comemorar o aniversário dela, e que não tinha nada mais injusto do que desrespeitar o grande motivo daquilo tudo...
Parei tudo por 1 minutinho. Fiquei debaixo d'água, abraçada com ela, cantando. Até ela se acalmar um pouco. Cheirei minha pequena, apertei, beijei. Lembrei que um ano antes ela tinha nascido ali, naquele mesmo banheiro, depois de um banho como aquele. Pensei no turbilhão de coisas que aconteceram e mudaram depois daquele dia. Pensei na mulher que eu era e na que eu virei. Na família que eu e o Fabio tínhamos e na que passamos a construir.
Voltamos à programação normal, pois tínhamos que ficar prontas para a festa, e ela voltou a dar um pouco de trabalho. Não queria ficar no chão enquanto eu me arrumava, só queria colo, colo e mais colo. Voei para ficar pronta (entendam 'pronta' como 'minimamente apresentável') e fomos para o salão.
Claro que os convidados demoraram pra chegar. O que foi ótimo, porque a comida estava atrasada também. Fabio nem banho conseguiu tomar, coitado. Mas a festa foi acontecendo tranquilamente. As avós trabalhando mais que deviam. A Ju andando por aí no colo dos convidados, meio a contragosto. Eu e o Fabio rodando pra lá e pra cá, sem comer, tentando dar pelo menos um pouco de atenção para todos.
Muita coisa fora do planejado, alguns atrasos, convidados que faltaram sem conseguir avisar antes, comida sobrando, gente com cara de cansado. Tiramos as fotos com as mesas e partimos para o 'Parabéns'.
Essa é a hora que 'as mãe pira'. Desabei, né? Como é bom comemorar essa data! Saber que a gente conseguiu. Que estamos fazendo o melhor possível pela Ju. Que ela foi respeitada na gestação, no nascimento e que estamos tentando ao máximo criá-la também com respeito. Que ela está saudável e feliz. Que nós aprendemos muito e que vamos aprender muito mais. Que nós nunca amamos tanto na vida. Que nós nunca fomos tão felizes na vida.


PS: Esse cartaz ficou recheado de recadinhos no fim da festa. Agora vai virar um quadro para decorar o quarto dela...

sábado, 10 de março de 2012

All things must pass. All things must pass away.

Exatamente um ano atrás eu estava conversando com uma amiga e com minha doula, também amiga, e cogitando a possibilidade de que as contrações que eu passei o dia todo sentindo fossem, na verdade, o início do meu trabalho de parto. Eu começaria a monitorar a frequência delas, tentaria dormir mas não conseguiria, elas ficariam mais fortes e ritmadas. Até que, na manhã seguinte, a Julia nasceria aqui em casa, num parto susto-surpresa.
A coisa que eu mais ouvi nesse último ano foi "vai passar". Na hora da dor das contrações, no medo inicial, na fase das cólicas, na dificuldade com a amamentação, na angústia da volta ao trabalho, nas crises de separação, nos saltos de desenvolvimento e nos picos de crescimento, no nascimento dos dentinhos, na hora da introdução de outros alimentos, nas noites mal dormidas, no cansaço. "Vai passar, vai passar, vai passar." Esse é o mantra da maternagem moderna. Todas as fases difíceis chegam, todo o medo assusta, toda a angústia dói. Mas as maternas se ajudam, se confortam e se relembram: "vai passar."
E realmente passou. Passou um ano inteiro! E eu percebi que não é só a parte difícil que passa. A parte boa também. Ela nem passa, ela voa. Agora eu sinto saudade do chorinho ardido da recém-nascida, de eu ser a única fonte de alimento, do cheirinho dos primeiros dias, da primeira papinha, da primeira engatinhada, do primeiro sorriso, da barriga de grávida, da emoção do parto. Tudo isso também passou.
Nessa véspera de aniversário estou muito feliz, muito saudosista, muito emocionada. E muito, muito cheia de amor.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Ano novo, vida nova.

Acho que passei pelo momento de instrospecção mais longo que já tive. Andei cansada de algumas coisas, questionando outras, descobrindo, decidindo, perdoando.
Nesse processo eu e o Fabio tivemos uma conversa daquelas francas, que resolvem tudo e colocam todos os sentimentos nos lugares. E ele me falou algo que faz MUITO sentido: "Nós sempre nos gabamos muito de já nos conhecermos quando passamos a morar juntos, e por isso não tivemos problemas de adaptação. Só que eu não conhecia você como mãe, e você não me conhecia como pai. Na verdade, você também não se conhecia como mãe, e nem eu me conhecia como pai." Achei essa reflexão perfeita. A gente tá se conhecendo como pais e, por isso, dando de cara na parede várias vezes.
Eu ainda estou tendo dificuldade pra entender e me conectar com a Julia criancinha. Ela agora mostra o que quer e quando quer, me enfrenta. Já nao é facil 'enganar' ela. Estou tendo que me adaptar a mais uma fase.
Juntando isso tudo com o sentimento conflitante da proximidade do aniversário dela, fiquei um tempão longe. Quieta. E foi bom. Agora volto com algumas mudanças nas minhas atitudes (espero).
A Ju continua mudando sempre, crescendo sempre. Já está com quase 4 dentes, fica em pé sem apoiar por alguns segundos, anda com apoio, brinca, brinca, briiiiiiiiiiiiiiiinca.
Filha muda, papais mudam, o mundo gira. Acho que vou mudar até o blog. Ano novo no dia 11, certo?

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Decepção, a gente vê por aqui

Como é ruim quando a gente se esforça MUITO pra fazer o melhor possível, e aí vem alguém e coloca tudo a perder.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Presa num poço de frustração

A Ju está faz alguns dias nas suas crises de inapetência. Dessa vez, nem teta ela tá querendo muito. Tá comendo pouquinho, recusando várias coisas. E eu rebolando pra tentar descobrir o motivo e ajudá-la a comer melhor.
O primeiro palpite era o calor. Calor tira a fome por comidas quentes. Então hoje lá foi a mamãe fazer uma salada de macarrão geladinha. E ainda juntei várias teorias que são bacanas para a hora da refeição, tentando tornar aquilo o mais convidativo possível. Coloquei macarrão inteiro, pedacinhos de legumes cozidos, pedacinhos de queijo branco, folhas de espinafre picadas, grãos de bico inteiros bem molinhos, uma gema de ovo para 'dar liga', um tomate cereja orgânico picado. Tudo temperado com azeite e cheiro verde. Deixei na geladeira para ficar geladinha. Ainda fiz uma versão para os adultos, bem parecida, mas com alguns ingredientes diferentes. Assim todos comeríamos juntos, na mesa, a mesma refeição. Ela poderia comer com as mãos e fazer bagunça com a comida.
E fomos lá, bacanões, almoçar. E ela não comeu nada. Neca. Nem queria experimentar. Chegou a colocar um tomate na boca, mas quase vomitou (ok, nesse caso eu admito que sabia que ela não gosta, mas resolvi tentar de novo). Deu uma leve experimentada num queijo, mastigou e cuspiu um grão de bico, cuspiu os legumes em cubinhos, brincou com o macarrão.
Aí partimos pra sobremesa. Ontem fiz um sorvetão de manga mega concentrado, lindo e uma delícia. Fiz também para o papai e a mamãe, comemos a sobremesa juntos. Pergunta se ela quis. Quis bosta nenhuma.
Ultimamente nem teta ela está querendo direito. Eu ofereço, achando que vai se acabar de tanto mamar porque não comeu muito e porque está super quente, a nega dá meia dúzia de sugadinhas e pronto, me deixa com a teta vazando.
Aí penso: tudo bem é uma fase. Mas pego o caderno do berçário no fim da tarde e vejo que ela comeu tudo. TU-DO! Pergunto pra tias como é dada a refeição, imaginando que talvez elas forcem a barra. E descubro que a Ju fica empolgada quando vê o prato, que reclama se algum outro bebe passa na frente dela e que já vai abrindo a boca enquanto a tia reabastece a colherzinha. Ok, pode ser que a comida seja mais temperada que em casa e pergunto do sal. Todas as tias garantem que é uma quantidade mínima, que a comida é super insossa.
A teoria de que o melhor é deixar a criança comer sozinha, que ela sabe o que precisa, quando precisa e quanto precisa, que não deve insistir ou forçar e tudo mais é linda. Entendo, concordo, gostaria muito de fazer. Mas na prática é frustrante pra cacete. Ir lá, planejar uma refeição gostosa, fazer tudo para ser legal pra ela, e tomar na cara. Odeio admitir, mas eu cheguei a soltar uns suspiros frustrados e até mesmo mostrar pra ela minha tristeza. Não tá certo, eu sei, não faz sentido querer fazer tudo certo mas jogar no colo da menina toda a carga da minha frustração, mas eu acabei não me segurando e soltei uns "Poxa vida, Julia, pelo menos experimenta.", "Por que você não quer?" e o clássico "Come só um pouquinho pra mamãe.".
Tudo errado. E eu continuo aqui, nesse poço de frustração.

Hoje é o seu dia, que dia mais feli-iz!

Mês que vem a Juju faz um ano fora da barriga (alor???) e a gente inevitavelmente entrou no dilema da festinha de aniversário.
Nossa ideia original (e vontade mais forte) era de passar o dia todo só nós 3, num passeio delicioso, curtindo a família da forma que ela existe agora. Mas não dá. A Ju faz parte de vida de um monte de gente, temos certeza que todo mundo vai querer vê-la e 'dar um presentinho'. E não estamos a fim de administrar 17268797372 visitas durante um mês inteiro no mínimo.
Então vai ter festinha. E a gente tem que organizar. Não vai rolar buffet, acho muito caro e absolutamente desnecessário. Uma festa exagerada demais para um bebezinho.
Vamos então fazer uma festinha no salão de festas do condomínio mesmo. Tudo caseiro e simples. Cada vovó faz um prato, bexigas coloridas na parede, mural de fotos. Teoria linda, né? HÁ!
O primeiro stress foi o cardápio. Como fazer com a Ju? Dar as tranqueiras da festa ou fazer um cardápio separado pra ela? Fazer um cardápio diferente pra todo mundo comer igual, correndo o risco de desagradar por não ter o tradicional brigadeiro? Muitas conversas com amigas depois, decidi pelo cardápio misto: coisas específicas para os bebês, mas que todos podem comer; e cardápio só dos adultos, que a Ju não vai ter acesso. Ainda corremos o risco de ouvir aquele papo de 'Dá um pedacinho de bolo pra ela, coitada, ela tá com vontade, é o aniversário dela, é só um pouquinho, blablablablabla...' Mas aí eu já tô com a minha cabeça formada, vou fazer que nem os pinguins de Madagascar e vamos que vamos.
O stress do momento tá sendo a montagem da festa em si. Eu começo a viajar e esqueço da proposta original: simples e caseiro. Aí tenho que ficar me lembrando que não precisa de decoração, de video de fotos, de lembrancinha bacanérrima, de personalização. Claro que vai ter gente que vai achar tosco, mas tô tentando relaxar quanto a isso. Relembrando que o Fabio precisa ajudar ou não vou dar conta. E, querendo ou não, a decisão de fazer a festa foi dos dois.
O mais foda está sendo a lista de convidados. Temos que priorizar família, sempre rola uma politicagem: se chama X, tem que chamar Y, se chama A, não pode chamar B. UM CU! Aí acaba tendo que cortar alguns amigos que foram importantíssimos nesse ano para colocar gente que viu ela 2 vezes. Me explico que amo essas pessoas que viram ela 2 vezes, mas o salão tem limite de pessoas e eu acho que faz mais sentido comemorar com quem realmente participou desse início de vida da Ju.
Mas a gente vai resolver tudo e fazer a melhor festa possível. E não vamos agradar todo mundo. NUNCA. No fim, o mais importante é a gente curtir nossa filha nesse dia. Brincar muito com ela, celebrar o fato de que ela existe. E dane-se o resto do povo.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Tenho achado que devia parar um pouco de ler sobre maternidade. Isso é uma das causas das minhas neuras atuais e do meu sofrimento 'tenho-que-fazer-tudo-certo'. Devia sentir mais, seguir meu instinto, fazer o que EU acho que é o certo. Mas aí me vejo caindo em contradição.

Porque eu sou daquelas que xinga (escondido, pra não 'dar treta', mas xingo) as mães que fazem coisas que eu não concordo, porque acho absurdo elas terem acesso às informações e mesmo assim tomarem essas decisões. Sei que é questão de opinião, claro, mas acho estranho a pessoa fazer cesárea por causa de cordão sendo que está acessível a informação de que essa não é uma indicação real de cesárea, ou dar Danoninho pra um bebê sendo que a própria empresa fabricante recomenda que só crianças com mais de 4 anos (QUA-TRO-A-NOS) consumam o tal queijinho, e etc e tal. Eu acredito piamente que uma boa parte do 'ser bons pais' é conhecer ao máximo as coisas que envolvem gestação, parto e criação de filhos. Conhecer vários lados e várias teorias e optar por aquela que acha mais válida, que se encaixa melhor no seu estilo de vida e nos valores da sua família. Mas, tirando quem não tem acesso, não dá pra alegar ignorância.

E aí está minha necessidade de ler sobre maternidade. É necessário porque tem coisas (muitas) que eu simplesmente não sei. E, em se tratando do bem estar da Ju, tenho PÂNICO de fazer algo como aquela mãe que tentou matar os piolhos das filhas com Detefon pois, na cabeça dela, aquilo é veneno que mata bichinhos, os piolhos são bichinhos, então tá valendo. Ela não sabia que estava fazendo algo ruim para as filhas. E eu posso estar prejudicando a Ju sem nem saber. Dando um remédio que faz mal, uma vacina arriscada, um alimento com toneladas de gordura trans, um ensinamento que vai ser ruim para o psicológico dela. Eu sinto que preciso aprender e aprender e aprender.

O segredo, provavelmente, está em continuar aprendendo, mas conseguir aceitar que nem tudo vai ser perfeito e que é péssimo forçar comportamentos fora do estilo de vida da minha família e fora da minha capacidade.

Talvez seja aí que eu vou passar a ouvir meu instinto adormecido: na aplicação do que eu aprendo. Já que eu não me sinto segura como mulher sábia e selvagem, preciso me sentir segura como mulher capaz de assimilar informações e agir da melhor forma, sabendo que 'melhor' não quer dizer 'mais correto', e sim 'o que mais se encaixa na nossa vida'.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A ignorância é uma benção.

As vezes acho que antes de termos tido a Ju, eu e o Fabio devíamos ter feito graduação, pós, doutorado e até pós doutorado em criação de filhos. Porque na tentativa de fazer o melhor a gente acaba descobrindo TANTA coisa que dá até um sufoco.

Essa é a primeira vez que nós somos responsáveis por uma outra pessoa. E ao invés de sair fazendo tudo o que a senso comum manda sem nem pensar se faz mesmo sentido, ao invés de dar todos os remédios e vacinas sem nem tentar saber se realmente farão bem para a Ju, ao invés de socar farinha pra ela ficar gorda como o povo quer ver, ao invés de deixar ela comer um pouquinho de porcaria só para não passar vontade, ao invés de fazer um mundaréu de coisas, antes a gente dá uma pesquisada na internet, fala com amigos, troca experiências e opiniões.

Teorias sobre a criação com apego, sobre desfralde, sobre respeitar a criança muito além da gestação e do nascimento. Sobre como ensinar sobre consumo, sobre o que pode e o que não pode, sobre respeito, sobre religião, sobre sexualidade, sobre trocentos assuntos e realidades do dia a dia. Sobre como cuidar da alimentação, da saúde, da socialização da criança.

E é aí que a coisa fode toda. Eu sou um ser metido a certinho. Preciso de regras, de manuais, de estruturas, senão surto. Já custei a entrar no esquema 'nenê não tem hora pra mamar'. Na verdade, nem entrei direito. E aí vem esse mooooooonte de coisas fuder com a minha cabeça e minha capacidade de decidir as coisas.

Porque vacinas podem ser mais prejudiciais para seu filho do que a doença que ela evita. Na verdade, pode ser que ela nem evite e que ele fique mais propenso a pegar a tal doença. E ainda pode ser que ele tenha autismo. Isso sem mencionar que elas tem mercúrio e alumínio nas suas fórmulas, altamente tóxicos. Claro que, se a vacina não for dada e a criança acabar adoecendo, a culpa vai ser dos pais. O conselho tutelar pode inclusive obrigar vocês a vacinarem. Afinal, é política de saúde pública e as doenças só foram erradicadas por causa da vacinação em massa.

E também é preciso cozinhar em panela de ferro, para enriquecer o alimento. Além do mais, panela de inox dá Alzheimer. E não pode misturar alimento que prende o intestino com alimento que solta. Nem colocar mais de uma proteína no mesmo prato. Nem misturar melancia ou melão com outro alimento, pois são frutas monofásicas. Tem que ter alimento energético, proteína, vitaminas e principalmente ferro. O bebê tem falta de ferro depois dos 6 meses de idade (se o cortão foi cortado antes da hora, até mesmo antes disso), então a alimentação tem que suprir essa deficiência. Mas não adianta só colocar o ferro na alimentação. Tem que ter a vitamina C, para garantir que ele vai ser absorvido. Mas não pode dar suco junto com a comida porque estufa, nem cozinhar as verduras porque perde o nutriente. Ahn, e não esquenta o azeite porque o efeito é o contrário.

E ainda tem o fato de que a criança não é um ser social até os 2 anos de idade. Que a escolinha não faz assim tão bem. Que a mãe deve ficar em casa com os filhos. Mas também pode trabalhar para se realizar em outros âmbitos da vida. Sem culpa.

O grande problema não é conhecer vários lados da mesma moeda. É o fato de que qualquer decisão que a gente tome tem consequências na vidinha dela. E eu acabo botando na cabeça que temos a obrigação de acertar 100% das vezes. Sei racionalmente que isso é impossível, mas na prática me pego descabelada, com uma lista gigantesca de coisas pra fazer, tensa e estressada. E isso ao invés de ajudar, só piora.

E acabo precisando de puxões de orelha das amigas e do marido. E acabo percebendo que ficar assim também tem consequências na vidinha da Ju.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Eu entendo as menas.

Juro que entendo. Porque como faz pra fazer tudo nessa vida, minha gente?

Hoje eu acordei 6h30 da manhã com a Ju. Estava acabada! Super cansada e com cólicas. Ficamos brincando um pouco até o Fabio acordar, lá prumas 8h00. Aí eles foram passear e eu decidi deitar um pouco para melhorar a dor e dormir um tiquinho.

Pra quê, né? Acordei 10h00 da manhã e FERREI com meu dia. Acordei no susto, dei teta e fiz a Ju dormir, sentei pra trabalhar e tinha um mooooonte de coisa acumulada. Trabalhei, fiz o almoço esbaforida, queimei o arroz. Tomei banho com comida cozinhando (perigo!), me arrumei, ofereci teta, almocei, ofereci de novo, guardei o computador, saímos correndo. Ju chegou na escola atrasada, eu cheguei no trabalho mais atrasada ainda.


As meninas falam que eu preciso parar de querer ter tudo perfeito. Que tenho que largar a casa bagunçada e dane-se. Mas eu largo! Bagunça é diferente de sujeira. A Julia agora engatinha, não dá pra deixar a menina no chão muito sujo. Tenho gato, que solta pelos, que espalha areia da caixinha pela casa. Não dá. E, mesmo assim, não dá pra cozinhar se não lavar a louça. Não dá pra se vestir se não tiver roupa lavada e passada. Não tem como. Um pouco de zona a gente larga, mas ainda assim tem muita coisa pra fazer.

Ok, então concordamos que a casa, querendo ou não, precisa de um mínimo de manutenção. E o trabalho? No meu caso ainda tenho sorte porque é super flexível. Mas ele existe e tem que ser feito.

E aí tem a Ju. Eu querendo fazer o melhor acabo me enchendo de coisas pra fazer. Compras, pesquisas, cardápios, papinhas, mala da escolinha, bilhetes pras tias, lista do que tem que comprar, proteger a casa, cuidar da rotina, pensar nas consultas com pediatra, nas consultas com dentista, escovar os dentes, levar pra passear, brincar, dar teta, ficar junto.

E eu ainda me iludindo e querendo voltar a fazer ginástica.

Preciso me organizar melhor, dar um outro jeito. Focar melhor. Na verdade, precisava era sair um pouco dessa internet. Mas puta que pariu, né? Eu já parei de beber, parei de fumar, não saio mais de noite. Ainda vou ter que parar com meu único vício? Uma coisa que eu adoro fazer?


Como que as mulheres dão conta? Filho, casa, trabalho, marido. NÃO TEM COMO! Não é bem mais fácil terceirizar a educação? Dar alimento pronto industrializado? Simplesmente dar as vacinas, os remédios, os produtos que todo mundo usa e pronto? Menos desgastante e menos frustrante. Porque eu não consigo fazer tudo. E não tenho aceitado isso muito bem. Cansadíssima, fisica e mentalmente.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Se opinião fosse bom, ninguém botava em blog. Vendia no Mercado Livre.

Primeiramente quero dizer que esse post é a expressão de uma opinião. A minha, no caso. Apesar de estar na internet, que é de acesso público, esse blog é pessoal e reflete opiniões pessoais.
Não é um ataque específico a alguém. Não é um ataque específico a algum caso ou acontecimento.
Se você não concorda com minha opinião ou viu que eu não concordo com a sua, isso não quer dizer que eu estou brigando com você ou te atacando diretamente. Só quer dizer que nós pensamos de forma diferente.
Eu até gostaria de ter um debate aqui nos comentários. Mas debate entendido como 'troca de opiniões e experiências' e não briguinha. Porque essas briguinhas do 'mundo humanizado' já deram no saco...


Hoje li um texto sobre a questão da mulher ter ou não o direito de de escolher entre parto normal ou cesárea. Já li trocentos mil textos sobre isso, essa discussão nunca vai chegar em um acordo e minha opinião não vai mudar merda nenhuma. Mas resolvi pensar um pouco sobre o que eu penso. Afinal, eu sempre vi opiniões de tudo quanto é lado, mas nunca tinha fechado na minha cabeça o que eu penso de tudo isso.

E a resposta, para mim, é SIM. E NÃO.

SIM
A gente sabe que a cesárea é uma cirurgia que existe para casos de necessidade. Existem situações que, após ponderar os prós e os contras, a escolha pela cesárea não deveria ser condenável. Um problema de coração que pode ser um complicador no parto normal (caso da autora do texto que eu li), placenta prévia, bebê pélvico, violência sexual... Em todos esses casos a mulher deve pensar em quais riscos prefere correr e quais prefere evitar e a cesárea é uma alternativa totalmente válida.
Mas, mesmo não sendo mais a protagonista efetiva do nascimento do seu filho, essa mulher tem como obrigação fazer com que esse nascimento seja o menos agressivo possível. Ela tem obrigação de esperar o trabalho de parto, que sinaliza que a hora de nascer é aquela (salvo as ocorrências médicas em que o próprio início do trabalho de parto não é indicado - existe isso?). Tem obrigação de escolher uma equipe que vai tornar aquele ato médico o mais familiar possível: que vai receber o bebê com delicadeza, que vai permitir que ele vá imediatamente para o colo da mãe, que estimule a amamentação, que respeite coisas simples como uma luz baixa, pouco barulho, procedimentos médicos feitos com calma e junto à mãe. Tem obrigação de conhecer quais são esses procedimentos e garantir que intervenções desnecessárias não sejam feitas com seu bebê.
Ou seja, até aceito a cesárea por escolha, mas não aceito a cesárea marcada com antecedência e a falta de interesse da mãe em tentar melhorar a experiência para o filho.

NÃO
Fora daquelas situações onde a cirurgia é uma indicação real, eu ainda não consegui ser convencida de que é direito da mulher optar por uma cesárea. Isso pode soar falta de compaixão com a causa feminina. Mas juro, não consigo.
Se fosse um caso de, por exemplo, problema de vesícula, a mulher, dona do corpo, teria total e absoluto direito de decidir se iria operar ou optar por outros tratamentos. Afinal, o corpo é dela, o risco de saúde é dela. Mas, no caso da cesárea, só se fala no direito da mulher e no corpo da mulher, mas se esquece que existe uma outra pessoa envolvida. Uma pessoa que ainda não nasceu, que não expressa suas opiniões e que depende totalmente de quem vai tomar a tal decisão. Mas ainda é uma pessoa. E é aí que eu acho que o direito da mulher acaba. Seu direito acaba onde começa o do outro, lembram?
Muito se diz sobre a violência contra crianças. A palmada é condenada, busca-se cada vez mais punir aqueles que agridem menores, a opinião pública cai matando contra pedófilos. Mas por que só se pensa na violência contra a criança depois que ela já nasceu? A cirurgia que é marcada por capricho - uma data bonita na certidão de nascimento, nascer no período que os avós estão na cidade, gostar do signo X e não do Y - é uma violência sim. É uma agressão. A criança é retirada à força, sem dar sinais de que está pronta, e acaba muitas vezes indo parar em UTIs neonatal. Os médicos manipulam o bebê como se fosse um pedaço de bife. Procedimentos totalmente desnecessários são feitos em um ser que acabou de vir ao mundo. Ele sente medo, dor, sofre. Por que não seria violência?
Muitas vezes ouvi que o parto normal não é para qualquer uma, que tem mulher que não aguenta a intensidade do parto. Depois que tive a Ju concordo que o parto é absolutamente intenso, que é uma experiência que mexe muito com nossa cabeça, que nos faz vivenciar nossas emoções mais profundas. E não tem como se preparar para isso. E isso assusta. Mas também não nos dá o direito de fugir da experiência. Perder um ente querido, descobrir uma doença grave, ganhar na loteria, se apaixonar também são experiências que fazem a gente conhecer outras faces de nós mesmos, amadurecer rapidamente, enfrentar um monte de coisa. E muitas vezes não tem como escolher, simplesmente acontece. Na minha cabeça, a partir do momento que a mulher engravidou, ela meio que já tem que saber (e aceitar) que vai passar pela experiência do parto. E aproveitar para crescer com isso.
E nem vem me falar de medo de dor. Porque não aguento ouvir mulher falando que morre pelo filho mas que não topa sentir a dor do parto. Se ficar insuportável (o que pode ser que nem aconteça se a mulher tiver apoio de outras pessoas e, principalmente, dela mesma), existe anestesia. Não precisa ir pra faca antes do parto começar só pra garantir.


Sei que cada caso é um caso, que cada um tem sua história, que não tem como saber da vida de todo mundo. Sei que cada um enfrenta e encara a dor de uma forma diferente. Sei que nem toda experiência de parto é boa, que os partos frank normalmente deixam mais traumas e dores do que a cesárea. E que é importante a mulher estar bem para cuidar do filho, pois o pós parto já é complicado demais sem traumas, com traumas pode ser desastroso.
Sei também que para a população mais carente o parto frank é uma realidade e que é um desejo genuíno conseguir pagar o plano de saúde direitinho para garantir uma cirurgia que, por mais incrível que pareça, vai ser mais respeitosa do que a fila da maternidade do SUS.
Concordo com tudo isso. Mas não consigo ainda me convencer de que a melhor saída é a cesárea.
Eu era uma daquelas gestantes que sempre quis parto normal, mas não sabia como a coisa funcionava, e que estava não mão daquele médico-legal-que-vai-tentar-o-parto-normal-mas-não-garante. E, no fim, mudei meu desejo (de parto normal eu passei a querer parto respeitoso para mim e para a Ju), mudei de médico, mudei o local do nascimento (sem planos, mas mudei).
A melhor saída, pra mim, é a mulherada ir atrás do que é seu. Difundir a informação de qualidade para todas, exigir mudanças na classe médica, exigir acesso ao atendimento de qualidade. Mas não é a cesárea marcadinha na agenda.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

É isso aí, paizão!

A mãe acorda. Na verdade, é acordada pela bebê. Dá teta, como todos os dias, depois de já ter amamentado algumas vezes durante a madrugada. Aí sai da cama com a filha, sem muito tempo para brincar, pois hoje é dia de consulta no pediatra e almoço com o avô. Troca a bebê, arruma a bolsa dela, com tudo que vai precisar porque hoje a pequena sairá de casa pela manhã e voltará só no fim do dia. Vai para a cozinha, pica as frutas para o lanche da manhã (que será no consultório mesmo), põe na panela para cozinhar um pouco e fazer um purezinho gostoso. Tira a papinha do congelador. Precisa ficar com um olho no peixe e outro no gato o tempo todo: avisa que não pode mexer na tomada, pega o fio da torradeira que foi puxado, segura o banquinho enquanto a mocinha tenta ficar em pé, tira a mão da bebê de dentro do pote de ração. Tenta se arrumar e brincar ao mesmo tempo.

O pai acorda. Vai para o banheiro se arrumar. Brinca um pouco com a filha que engatinhava pelo caminho.

A mãe vai fazendo os últimos ajustes. Coloca o que falta na bolsa da nenê. Aproveita que o pai está se arrumando e limpa o nariz dela com soro fisiológico. Pega o purê de frutas, a papinha, as colheres. E então tira das mãos da bebê algo que precisa ser guardado. Assim, meio na pressa. Por ter sido contrariada, a pequena abre o berreiro.

E aí vem o pai, pega no colo, tira de perto da mãe tirana e canta para a filha que, obviamente, para de chorar. Aí ele estufa o peito e olha para a mãe com cara de 'eu cuido da menina melhor que você'.

Só não tinha se ligado que já estavam todos atrasados, fica passeando pela casa e cantando enquanto a mãe só espera. Quando percebe, coloca a filha no bebê conforto. Veste uma blusa, porque está frio, mas nem lembra de vestir a blusa dela.

E todos saem de casa, atrasados, estressados.

Acorda mais tarde sem pensar que a bebê e toda a sua parafernalha precisam ser arrumados para sair. Não saberia o horário correto da consulta se não fosse avisado pela mãe, quem fez o agendamento. Não sabe nem que horas são e que estão todos atrasados demais para uma sessão-cantoria. Põe sua própria blusa por estar sentindo frio mas nem checa se a bebê está bem agasalhada. E vem me olhar com cara de 'sou paizão'. Mereço, né?

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Freud estava certo - a culpa é da mãe!

Eu tento de verdade fazer o melhor possível. Tento não fazer as coisas só porque 'sempre foram assim' e procuro saber se essas convenções são mesmo a melhor opção ou se existem alternativas melhores. Mas estou penando TANTO! Absolutamente TUDO tem que ser pensado, analisado, decidido. E isso cansa demais...

Vacinas, alimentação, remédios, disciplina, escola, lazer, família, blablabla, bliblibli, nhenhenhe, mimimi.

Fico alucinada com tantas decisões e tanta responsabilidade. Qualquer uma delas afeta a Ju diretamente. E a culpa é 100% minha.
Porque quem vai atrás de tudo sou eu. Quem pesquisa tudo sou eu. Quem conversa com os outros e troca opiniões e experiências sou eu. Neguinho que devia me ajudar com as decisões só espera eu ter todo esse trabalho e, depois, só faz do jeito que eu pedi e pronto. E ainda fica ofendidinho porque eu chamo de moleque...

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Comer com as mãos

Desde a introdução de alimentos na dieta da Ju que muita gente vem falando e eu venho lendo sobre a importância de deixar ela comer com as mãos, de fazer sujeira, que a relação com a comida não é só nutricional. A pediatra até deu a ideia de pegar um plástico grande, forrar tudo e deixar ela se divertir.
Mas como aqui não temos o cadeirão, usamos o carrinho que tem forro de pano, e até mesmo por ser uma casa pequena, sem quintal pra fazer sujeira e lavar com mangueira ou cozinha grande pra colocar no chão e depois passar um super pano, eu venho enrolando, enrolando e enrolando. Ainda não atingi elevação espiritual suficiente pra deixar a menina pegar na comida.
Aí ontem fomos comprar um cadeirão (já que pedi um de natal mas não ganhei). E essas porras são carésimas. Uma pessoa sem salário não pode comprar e pronto. Saí de lá sem o cadeirão e frustradíssima.
Com raiva, na hora da janta pensei um 'Quer saber? Foda-se a sujeira.' Botei o carrinho na cozinha apertadíssima, peguei um pote com um bocadinho de comida para ela e coloquei o resto no prato. Dei uma colher na mão dela e fiquei com uma pra mim.
A menina ficou DOIDA. Adorou a experiência. Comeu tudo que eu dei sem nem perceber, de tão vidrada no tal pote de comida. E foi absolutamente LINDO ver ela pegar os grãozinhos com os dedinhos, olhar, mexer, fuçar e aí colocar na boca.
Me doeu a consciência pensar que demorei tanto. Tem alguém aí a fim de me dar um cadeirão de presente de natal atrasado?

domingo, 1 de janeiro de 2012

Tudo junto e misturado

Acho que uma boa definição do que é ser mãe é "sentir tudo ao mesmo tempo".
Hoje pela manhã eu resolvi lavar louça e deixar a Ju no chão da cozinha. Afinal, faz alguns dias que ela aprendeu oficialmente a engatinhar e eu preciso começar a soltá-la pela casa. Fiquei lá, de olho, lavando a louça e conversando com ela. Dei um pote e uma tampa de plástico, alguns prendedores de roupa e ela ficou ali, entretida, brincando e engatinhando um pouco.
E minha cabeça começou a ser invadida por milhões de pensamentos contrastantes, todos ao mesmo tempo, brigando loucamente um contra o outro:

'Preciso deixar a casa segura, tem tantos perigos, ela pode se machucar' X 'Ela precisa ficar livre e adquirir sua autonomia, se machucar faz parte do crescimento'
'Ela está ficando cada vez mais independente' X 'Como assim não precisa mais de mim para ir de um lugar para o outro?'
'Que lindo ela já engatinhando' X 'Cadê minha bebezinha que nasceu ontem?'

O mais engraçado é que me parece que, para ela, os sentimentos também são conflitantes. Ela explora o mundo, mas procura o olhar de alguém conhecido. Vai um pouco mais longe, mas logo pede colo e teta. Parece que o que rola na cabeça dela é 'Isso tudo é muito legal e interessante, mas eu às vezes tenho medo e ainda preciso de vocês'.